Trust me || Sterek ||

Investigação

*** Dia 2 de Julho ***

Stiles estava feliz que Derek e seu pai haviam desistido de não o incluir em toda a investigação, ainda mais quando ela acabava de se tornar tão interessante.

Pra ser justo, foi mais uma desistência pelo cansaço. Stiles vasculhara o celular de Derek de novo e descobrira que os dois se encontrariam de novo. Depois de uma não-tão-breve discussão, os dois acabaram cedendo. Vencer as pessoas pelo cansaço era sua marca registrada.

Tudo girava entorno da agente Bohen dessa vez. Stiles descobriu que Derek e seu pai haviam vigiado ela na última semana. Tudo às suas costas, o que era ultrajante. Derek havia até ficado de tocaia do lado de fora da casa dela na forma de um lobo, para que ninguém o visse. O beta se transformara em lobo escondido de Stiles, isto, talvez, ele jamais pudesse perdoar.

Mas, pelo menos, agora eles tinham certeza de que ela era corrupta. Mais uma teoria de Stiles que se provava certa. Apesar de ser frustrante o fato de ninguém o levar a sério ou acreditar em suas descobertas excêntricas, era sempre gratificante poder falar "eu te disse" trinta vezes seguidas quando todos descobriam que tinha razão o tempo todo.

Era bom, mas, sinceramente, ele trocaria isso sem pensar duas vezes por alguém que simplesmente confiasse em suas capacidades desde o começo. 

Até onde sabiam, nenhum dos outros integrantes de sua equipe era suspeito. John mapeara seus movimentos, e colocara pelo menos um policial para vigiar cada um. No mapa na parede de seu escritório, estavam marcados os lugares que cada um deles estava ficando, suas rotas mais comuns, e os lugares que Derek e o xerife haviam investigado antes, além de outros pontos em que haviam encontrado pistas.

Era bastante coisa. Mas Stiles não podia trabalhar ali. Se tentasse fazer alguma coisa ali, seu pai iria reclamar o tempo todo, falando que Stiles não tem permissão para acessar o banco de dados da polícia e blá, blá, blá.

Ficou lá, com Derek e o xerife, fingindo estar calmo e fazendo o melhor para cooperar com tudo o que diziam. Se passou algum tempo até os dois finalmente saírem do escritório, deixando o garoto sozinho ali.

Tinha que agir rápido. Pegou o celular, e começou a tirar fotos de tudo o que podia. Cada detalhe. Não só o mapa e as coisas do caso presas à parede. Procurou na escrivanhinha. Abriu as gavetas de seu pai, fotografando pastas e arquivos, e o que mais pudesse achar. Foi quando procurou em cima da mesa, que viu uma pasta familiar.

Um adolescente chamado Donovan Donati, fora detido de novo, dessa vez por vandalismo. Stiles esfregou a testa. Já tinha visto aquele garoto, ou, pelo menos, suas fichas de prisão, tantas vezes através dos anos. Vandalismo, pequenos furtos, brigas. Clássico caso de adolescente delinquente. Mas, por algum motivo, seu pai parecia ser mais afetado por aquele garoto do que pelos outros. Tinha alguma coisa...

A porta de abriu. Stiles pulou para trás com um susto. John franziu as sobrancelhas para ele, desconfiado.

- O que você... - viu a bagunça em sua mesa. - O que está procurando?

- O que estou procurando? - arrumou as coisas na mesa com uma velocidade impressionante. - O que é que estamos todos procurando nesta vida cruel e injusta? Um significado? Um propósito? Uma razão para viver? - Derek também entrou de volta no escritório, parando ao lado do xerife. - Ah, olha a minha aí. Oi.

- Stiles... - seu pai cruzou os braços, mas o menor não o deu tempo para fazer mais nada.

- Onde é que a gente estava mesmo? - então se virou de costas e voltou a encarar o mapa, como se nada tivesse acontecido.

*** Dia 3 de Julho ***

Stiles estava bastante orgulhoso de si mesmo. Quer dizer, ele já havia montado o quadro de casos de seu quarto várias vezes, mas ele nunca ficara tão bonito quanto aquele. Cada imagem impressa, cada post-it colorido, cada fio de lã conectando as informações umas com as outras, e o mapa da cidade no meio, que Stiles riscara e fizera as mesma anotações que seu pai havia feito na foto que tirou. Estava tudo tão bonito e harmonioso. Era daquele jeito que pessoas que faziam resumos escolares bonitos deviam se sentir.