𝟐𝟓-𝑶 𝑸𝒖𝒂𝒏𝒕𝒐 𝒔𝒐𝒖 𝑭𝒆𝒍𝒊𝒛

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》𝙉𝙖𝙧𝙧𝙖𝙙𝙤 𝙥𝙤𝙧 𝘼𝙣𝙣𝙚《
        A única coisa que desejava naquele dia era falar com ele. E fui justamente a única coisa que não consegui. Quando a oportunidade perfeita para isso estava bem à minha frente, Miss Stacey pediu-nos ajuda para limpar sua sala, e fui impedida de sair.
      Eu e Diana demoramos ao menos quarenta minutos ajudando-a, e quando finalmente saímos da escola já havia anoitecido.
-A noite está tão bonita, não?-Diana perguntou enquanto caminhávamos sob a grama congelada, que agora já não produzia um som tão melódico aos meus ouvidos.
-Está-disse desanimada enquanto olhava para o céu, que estava completamente estrelado, o que fez com que sentisse a dor em meu peito aumentar.
      Neste exato momento poderia estar com uma grande felicidade dentro de mim por saber que Gilbert já sabia que eu o havia perdoado. Porém acho que tudo e todos no universo se viraram contra nossa união, pois falhei em todas as milhares de tentativas que fiz. Então, ao contrário disso, só ficava cada vez mais angustiada por saber que ele não havia conhecimento de meu perdão.
-Anime-se Anne, não há motivos para tristeza! Gilbert não fez nada de errado, você tem conhecimento sobre isto, vocês vão fazer as pazes e daqui a alguns anos vou ser a madrinha deste casamento!-A animação em sua voz me fez rir fracamente. Pensar na possibilidade de casar-me com Gilbert e ter um grande futuro com ele era algo inimaginável.
-Porém, para tudo isso talvez acontecer, eu preciso primeiramente falar com ele, algo que eu não estou conseguindo de maneira alguma!
-Acalme-se Anne, você não irá ficar sem falar com ele para sempre, foram apenas desencontros. Somente isto, não se preocupe.
-Falar é fácil para você! Nada, além de suas cisma sem motivos, a impede de falar com Jerry.
-Eu já lhe disse que não gosto dele!
-Viu? Aí está a cisma sem motivos!-Falei e suas bochechas coraram levemente.
-Bom, o assunto aqui não sou eu, muito menos meus sentimentos-ri baixinho com sua troca repentina de assunto.-Porém um tópico interessante para nossa conversa é a sua distração.
-Eu não sou distraída!
-Não mesmo? Então quer dizer que o simples fato de você ter emergido tão profundamente em nossa conversa que não percebeu que mudamos drasticamente nosso caminho?
    Neste mesmo instante olhei ao meu redor e percebi que realmente havíamos mudado nosso caminho. E muito drasticamente! Estávamos em meio às grandes árvores da floresta, e rapidamente reconheci onde estávamos: era o mesmo caminho que fazia para chegar ao lugar que mais amo neste mundo.
-Por que me trouxe aqui?-Perguntei para ela.
-Sua resposta está bem ali-apontou para um papel sobre o galho de uma árvore.
     Fui até ele, o frio na barriga tomando conta de meu corpo. Peguei-o e logo que o abri, vi aquela caligrafia. A caligrafia que no ano anterior sonhava em ver ao abrir as cartas que chegavam à Green Gables.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que dói sem doer.

Continue seu caminho, e prometo que logo iremos nos ver.

Segui caminhando, e logo percebi a ausência da presença de Diana. Olhei a minha volta e nada dela. Caminhando, agora mais ansiosa ainda, encontrei o próximo papel em cima de uma pedra.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

Acalme-se, não precisa correr, logo iremos nos ver.

Continuei meu caminho, agora mais próxima do que nunca ao local de nosso encontro, o sorriso em meu rosto crescendo a cada passo. Um pouco mais a frente, em meio à pequena trilha, encontrava-se o próximo bilhete.

Siga o seu caminho enquanto lê, só por favor, não vá se machucar ou se perder.

Nesta noite estrelada
Andando por esta estrada
Imaginando eu e você
Esse amor tão precoce
Sentimento inexplicável
Seu olhar tão admirável

Sua pele branca como a neve
Suas mãos tão leves
Sinto uma paixão que será longa
Uma paixão infinita.

Ao terminar de ler, ergui minha cabeça e surpreendi-me ao perceber onde já havia chegado. A árvore, iluminada pela luz das estrelas, estava mais bela do que nunca. E ele, sentado enquanto escorava-se no grande tronco, sorria plenamente.
-Queria falar comigo?-Perguntou em tom brincalhão, fazendo-me rir enquanto revirava meus olhos.
-Acho que a esta altura você já sabe muito bem que sim-disse sentado-me ao seu lado.-Posso saber quando você iria me contar que além de tudo, também escreve poemas?
-Eu já lhe disse que tenho diversos dons senhorita Cuthbert, assim como já lhe disse que com o tempo você os descobriria-disse sorrindo convencido.-E além do mais, normalmente não escrevo bem, porém uma certa menina andou dando-me inspiração.
-E posso saber quem é ela?
-Bom, ela tem lindos olhos que me fazem ficar hipnotizado. Suas sardas são um charme único, que me fazem ficar cada vez mais apaixonado só de olhar. E sua personalidade é algo incrível e inexplicável. E, ainda por cima, ela está ao meu lado, e com o sorriso mais encantador de todo o mundo.
-Você tem sorte desta menina ser muito apaixonada por você, porque se não fosse, ao invés do beijo que está prestes a lhe dar, lhe daria uma bronca por ter feito-a esperar tanto tempo para falar com você-disse sorrindo.
Aproximei-me dele então e finalmente beijei-o. Senti tanta falta daquele beijo...
-Bom saber que irei escapar da bronca-disse assim que o beijo acabou, fazendo-me rir.-Porém você não poderia brigar somente comigo, Diana teve participação em tudo o que ocorreu aqui.
-Quer dizer que Diana impediu-me de falar com você o dia todo?-Disse um tanto quanto revoltada, digamos.-E ela lhe contou sobre o que lhe falei?
-Sim, mas dê um desconto à ela. Foi por uma boa causa, não?
-Você tem razão, mas não pense que irá se safar desta, vou querer receber mais poemas!
-Isso não será um problema, desde que você continue me inspirando-disse abraçando-me, e fazendo com que me esquentasse naquela congelante noite de dezembro.
-Prometo fazer o possível para isso-disse escorando-me em seu ombro.
-Você não imagina o quanto sou feliz por estar aqui com você-disse ele, analisando-me com um pequeno sorriso no rosto.
-Se for o mesmo que estou sentindo, sei que é uma quantidade considerável-disse, e dei-lhe um selinho.
Ficamos então, mais uma vez em mais uma noite estrelada, observando a linda beleza do céu. E ali, ao seu lado, tive certeza de que havia encontrado meu grande amor.

Oii amores, vocês não sabem o prazer que é estar de volta💁🏼‍♀️✨

•Primeiramente queria pedir desculpas pelo sumiço! Eu tive um bloqueio criativo enorme, e não conseguia escrever nada. Sempre que escrevia não saia nada que eu realmente gostasse, e sabia que vocês mereciam que a história ficasse muito melhor. E hoje eu realmente dei o meu melhor escrevendo!

•Segundamente, quero agradecer muitoo a vocês pelos mais de 3k, amo vocês demaisss💕

•Terceiramente, prometo pra vocês que não vou mais sumir daqui, vou tentar postar pelo menos uma vez na semana (deem um desconto, to em época de prova gente). E prometo também que assim que eu entrar de férias vai ter um capítulo atrás do outro!

•Agora, tenho alguns pedidos pra fazer pra vocês:
Percebi que muita gente que lê não vota no capítulo, e desse jeito eu não tenho como saber se vocês gostaram ou não né🤷🏼‍♀️ então, por favor votem, porque além de ajudar muito eu vou saber se vocês realmente curtiram o capítulo.
Também gostaria que vocês comentassem no final do capítulo se vocês gostaram ou não, e se quiserem dar sugestões ou opiniões pra melhorar a história, críticas construtivas sempre são bem-vindas!

Espero que tenham gostado do capítulo amores, beijoss🥰

Créditos dos poemas (não gente, não são do Gilgil):
1º e 2º bilhetes-Luís de Camões
3º bilhete-VJSilva

My Beloved Redhead-Shirbert Where stories live. Discover now