My Beloved Redhead-Shirbert

𝟑𝟔-𝑩𝒂𝒊𝒍𝒆 𝑰𝑰𝑰

                  》𝗡𝗮𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗮 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿𝗮♡《

(N/A: morram do coração com o final desse capítulo *risada maléfica
brincadeira mores kkkkk, prometo postar o próximo capítulo o mais rápido que eu conseguir e se der começo a postar todos os dias, mas por enquanto aproveitem as 1965 palavras que na minha opinião formaram a melhor coisa que eu já escrevi✨)

Percorrendo o salão, Gilbert olhava atentamente para todos, porém o rosto que desejava encontrar parecia não estar em absolutamente lugar algum. Enquanto fazia sua busca pensou na controvérsia de suas ações: por meses desejou não olhar mais para aqueles pequenos olhos azuis, para aqueles cachos loiros e aquelas sardas. Não gostaria de encontrá-la para que ela não tentasse entrar forçadamente em seu coração como já fizera tantas vezes, para que não houvesse discordâncias em sua relação com Anne e principalmente para que não precisasse quebrar seu coração novamente. Porém, naquele mesmo momento estava ele andando de um lado para o outro em busca desta menina.
Quando ele finalmente pareceu ter avistado-a perto da mesa de bebidas, alguém puxou-o pelo braço e girou-o até um pequeno grupo em volta de uma estatua.
-Olhem só que coisa mais triste!-A pessoa que estava girando-o finalmente o largou, deixando ele bem ao centro do grupo. Era um homem alto de terno laranja com penas e plumas de todas as cores.-Preto! Ele está vestindo a cor da desgraça e completa tristeza! Onde está criatividade? Oh pobre menino sem imaginação!-Ele se lamentou.
-Outro menino do campo em sua primeira vez aqui, imagino-disse uma mulher com um vestido cheio de camadas brancas e rosa bebê, lançando-lhe um olhar observador e um sorriso um pouco triste. Gilbert não conseguia decidir se ela parecia-se com uma noiva ou com o bolo do casamento.
-S-sim, venho de Avonlea e esta é a minha primeira vez aqui-disse o menino ainda recuperando-se da tontura.
-O que faremos com ele?-Uma segunda mulher perguntou, ela era baixinha, usava um vestido púrpura e seu cabelo tinha o mesmo corte do de Anne quando a menina acidentalmente pintara-o de verde.
-O mesmo que fizemos quando nosso Cole chegou aqui, é claro!-O homem exclamou como se fosse óbvio. Eles então começaram e tirar colares, lenços e pulseiras e colocá-los no garoto.
-Prontinho!-A mulher-noiva-bolo disse cruzando os braços satisfeita.
-Agora sim você está vestido apropriadamente para a ocasião garoto. Vá e divirta-se!-A segunda mulher lançou-lhe um grande sorriso.
Ele distanciou-se do grupo, agora com um colar e pulseiras cheias de pedras coloridas, um, um lenço verde em seu pescoço e algumas das penas do terno do homem agora presas em seus ombros. Ele riu enquanto observava seu reflexo em um espelho próximo, e não importou-se com o que as pessoas pensariam. Aquele realmente era um lugar onde todos expressava-se sem medo algum da opinião alheia, e das formas mais variadas o possível.
-Vejo que agora está vestido à rigor. Bom, ao menos está no padrão dos outros convidados-uma voz fina e delicada dirigiu-se a ele.
-Ruby-ele tentou fazer seu tom de voz soar o mais surpreso possível ao virar-se na direção da menina, como se não estivesse procurando-a.-Eu realmente estava querendo falar com você.
-Podemos conversar, então? Tenho algo importante à lhe dizer.
-Claro-Gilbert educadamente ofereceu seu braço à menina, que aceitou-o imediatamente e com um grande sorriso em seus lábios. E ele então começou a seguir o caminho até o local combinado com Diana.

Anne tomava seu delicioso ponche enquanto conversava com Eliot e suas irmãs, Felicity e Connie, que eram um pouco mais novas que o menino e também estavam vestidas como flores. Em meio à sua conversa sobre quais pessoa do salão pareciam com personagens dos contos de fadas, a menina finalmente avistou Gilbert entre todos os convidados. Ele estava a poucos metros deles em frente à um espelho, com um colar, pulseiras e até mesmo com um lenço em seu pescoço. Ela sorriu observando-o, seus acessórios coloridos como as flores que pendiam das paredes.
-Quem é ele?-Eliot perguntou vendo que o olhar e a atenção de Anne agora estavam em outro lugar.
-Seu nome é Gilbert-ela respondeu.
-Ele é seu namorado?-A pequena Felicity perguntou com um grande sorriso em seu rosto.
-N-não, ele...
-Você gosta dele?-Connie interrompeu-a antes que Anne pudesse terminar de responder.
-Muito-respondeu ela, agora sorrindo.
-E vocês já se beijaram?-Felicity perguntou, ela já estavam à ponto de bater palminhas de felicidade.
-Bom, já-Anne respondeu, um pouco desconcertada por ter este tipo de conversa com crianças de menos de oito anos.
-Eca!-Exclamou Eliot com uma expressão de nojo em seu rosto, o que fez Anne rir.
-Então vocês são namorados!-Connie e Felicity quase gritaram em uníssono.-Anne e Gilbert vão se casar, vão se casar, vão se casar!-As duas giravam de mãos dadas enquanto cantavam, e Anne divertia-se vendo-as.
-Deixemos minha história de romance para depois da faculdade, certo? E então prometo que as convidarei para o casamento. E até você Eliot, se quiser é claro.
-Vai ter beijo?-Eliot perguntou coçando a nuca como se pensasse sobre o assunto.
-É claro que vai seu bobo!-Disse Connie revirando os olhos como se aquela fosse a pergunta mais estupida do mundo.
-Bem, eu acho que posso fechar os olhos-Anne riu e fez cócegas na barriga dele.
Porém, quando seu olhar voltou até Gilbert, seu coração quase saiu pela boca. Ele conversava com Ruby, e depois de alguns poucos minutos estendeu-lhe o braço e eles saíram pelo salão. Naquele momento foi como se um pedaço do coração de Anne tivesse sido perdido.
-Vocês me dão licença? Mais tarde prometo que lhes encontro e nós quatro comeremos todos os doces da mesa de sobremesas!-Ela forçou um sorriso.
-Tchau Anne-os três disseram em uníssono, e ela lançou-lhes uma piscadela e saiu apressada atrás dos dois, determinada a ver o que o que fariam. A cada passo que dava, seu coração ficava mais apertado.

-Diana, o que estamos fazendo aqui? Tem uma festa acontecendo e você quer ficar no corredor dos banheiros sem ao menos dar-me uma explicação?!-Cole perguntou, a irritação iminente em seu tom de voz.
-Espere só mais dois ou três minutos, eles logo vão chegar-Diana pediu revirando os olhos.
-Eles quem?-Cole já estava à ponto de gritar.
-Gostei do terno, combinou com seus olhos.
-Não mude de assunto! Eles quem?!-
-Shiu, aí vem eles-ela tapou a boca do garoto com sua mão ao ouvir o som de passos.
    Eram Gilbert e Ruby, o sorriso ainda estampado no rosto da menina, o nervosismo por ficar à sós com ela novamente estava no rosto dele.
-Bom, o que você tem à me dizer?-Gilbert perguntou ficando de frente para ela, em um ponto no qual os dois que estavam no outro canto do corredor conseguiam vê-lós e ouvi-los perfeitamente.
-Então...-ela soltou um suspiro antes de começar-papai e mamãe acharam um pretendente para mim. Ele é filho de um dos sócios de papai, logo irá tomar a empresa de sua família. Tem vinte e dois anos e pelo que pude ver é um rapaz muito educado e inteligente. Acho que conseguiria viver minha vida ao seu lado.
-Fico feliz por vocês-Gilbert respondeu um pouco confuso pelo rumo que a conversa estava levando, porém sendo sincero.
-Mas, tenho uma proposta à lhe fazer. Se você concordar em casar-se comigo, viver sua vida ao meu lado, eu largarei tudo para ficar com você. O dote que meu pai lhe daria seria o bastante para satisfazer todos os seus desejos!
-Ruby, eu ja lhe disse que Anne é a única menina para qual tenho olhos. Eu sinto muito.-As coisas estavam ficando cada vez mais fáceis para que o plano desse certo.
-Eu farei qualquer coisa por você! Tudo! Cuidarei de nossa casa, da família que podemos ter, lhe darei toda a atenção do mundo, você terá a melhor vida com a qual pode sonhar!-Ruby agora estava à ponto de ajoelhar-se e implorar à ele.
-E o amor? Para mim nada importa se não houver isto.
-Eu te amo! E não me importa se você me ama ou não, o que importa é que terei você ao meu lado!-Lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto.
-Ruby, você não entende, eu não quero fazer isto. Não quero viver uma vida sem amor. Tudo bem se é o que sente por mim, mas quero viver amando da mesma maneira com a qual sou amado. Mas aceito sua amizade, se você quiser é claro.
-E-eu ficaria feliz em tê-lo como amigo...-um pequeno sorriso surgiu em seu rosto, mas as lágrimas ainda caiam.
-Amigos?-Gilbert estendeu-lhe a mão.
-Amigos-ao invés de apertar sua mão ela lhe deu um abraço.
     Anne andava rapidamente entre os convidados, tentando chegar logo ao corredor onde avistou Gilbert e Ruby entrando. Após dez minutos andando para lá e para cá entre todas as dezenas de pessoas que ali estavam, ela finalmente chegou. Se ela achou que seu coração estava quebrado antes, agora haveria certeza: os dois estavam abraçando-se, por um tempo que Anne julgou ser longo demais. E então, em um movimento que ela não poderia esperar, eles se beijaram.
    Naquele momento ela teve a impressão de que todas as suas forças haviam sido retiradas de seu corpo. Sem importar-se com mais nada, ela deu alguns passos, sentou-se no chão e deixou que as lágrimas rolassem. Não importava que eles à vissem, Gilbert havia partido seu coração, enganado-a, ela tinha motivos para chorar, e não importava o jeito que eles à vissem.
     A primeira reação que Gilbert teve ao ser beijado inesperadamente por Ruby novamente foi, como em todas as outras vezes, afastar-se rapidamente. Porém o tempo que ele jugara rápido para afastar-se dela foi o suficiente para causar um enorme estrago. Anne agora encontrava-se chorando no chão, perto de ambos. Choro que parecia vir de uma criança indefesa, que precisava de proteção, amor e carinho pois não consegue seguir em frente sem isto. Sua primeira reação foi abraçá-la, porém também foi a sua pior decisão.
-Não encoste em mim! Nem agora, nem nunca mais!-Ela gritou assim que Gilbert encostou em seu braço.
-Anne, eu...
-Guarde suas desculpas para alguém que esteja interessado em ouvi-las. Eu não tenho nada mais que discutir com você-Anne interrompeu-o, com um misto de raiva e tristeza agora em seu peito.
-Anne, por fav...
-Promessas não são bem o seu forte, não? Quantas vezes você já quebrou a mesma? A mesma quantidade de vezes que quebrou meu coração, se você não souber a resposta. E para mim, já foram mais vezes do que deveriam.-Aquelas palavras doeram em Gilbert como facadas. Ela então levantou-se e enxugou suas lágrimas, o que infelizmente não adiantou tanto, já que novas delas tomavam o lugar das que um dia estiveram em seu rosto.-Eu pensei que me amasse Gilbert Blythe. Pensei que me amasse assim como eu o amo.
     "É, isto mesmo: eu amo você Gilbert. E amo mais do que qualquer coisa ou qualquer pessoa neste mundo. E dói dizer isto. Dói porque você acabou de provar-me que eu e meu amor somos uma piada para você. Enquanto eu estava imaginando me casar com você e viver para sempre ao seu lado, você estava fazendo o que? Beijando ela! Você poderia ter poupado meses de enganação e brigas. Poderia simplesmente ter ficado com ela desde o começo. Mas acho que ficar comigo foi apenas uma brincadeira para você. Fui seu divertimento não? Um passatempo para você."
    "O amor é algo estranho, não? Assim como se é o melhor sentimento do mundo, é o que mais nos faz sofrer. É, eu amo você Gilbert Blythe, e espero livrar-me deste sentimento logo."