Sem a Coroa

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A noite finalmente tinha chegado  em Auradon. O dia tinha sido bastante exaustivo e normalmente eram em  dias assim que a maioria das pessoas queria chegar em casa e descansar, porém isso não se aplicava a família e em  dias normais eles não tinham que se preocupar com invasões de fadas más. Dormir é última coisa que fariam.

Depois de tomar um banho Ben não encontrou Mal no quarto e pensou que estaria no cômodo ao lado, como de costume. Ela estava com raiva dele, mas era compreensível ele tomou uma das decisões mais importantes da vida deles sem falar nada e mesmo que, Mal também já tivesse feito isso algumas vezes não transformava a atitude dele em certa.

Ben só queria que ela entendesse sua escolha. Em primeiro lugar as pessoas estavam odiosas com o governo, e as recentes práticas de magia mexeu com todos, embora Ben tivesse feito o impossível para concertar a maioria dos estragos de dois anos atrás.

Agora depois dessa volta de Malévola não era somente um grupo revoltado contra ele.
Qual o sentido de reinar em um lugar onde ninguém gosta do seu governo?

Nove meses atrás concordava com os protestos, mas isso mudou com a paternidade. Madison podia ter magia e ser mais poderosa do que a maioria dos seres mágicos, mas também era somente uma bebê e seria uma criança como qualquer outra. Benjamin amava o reino e viveu inteiramente para ele nos últimos oito anos, sem contar os anos de preparação para a coroa. Contudo agora ele ganhou algo que competia pela prioridade de seu coração. Ser rei era importante, mas não era tudo para ele, não mais.

Estava parado na porta do berçário, não tinha secado o corpo, seu cabelo estava pingado e estava descalço ainda. Entretanto saiu do quarto desse jeito só para assistir a prioridade de sua vida.

— Rei Benjamin, a imprensa já foi convocada para amanhã às 9:00 horas.

Lumiere veio dar o infeliz a aviso para ele. O menino assustou com ele e por consequente a sua esposa.

— Obrigado Lumiere. — Agora com o esconderijo descoberto se viu obrigado a ir até a esposa. — Eu vim...ah... vim ficar com ela, para você tomar um banho também.

— Tudo bem 

Não que Mal estivesse com ódio dele, quase isso. Segredos nunca foram bons entre ninguém, ainda mais entre este específico casal.

— Mal, depois nós podemos conversar?

Pediu sem jeito e com medo dela negar.

— Claro.

Ela somente concordou e saiu sem dar muita explicação.

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Após colocar a filha para dormir Ben voltou para o quarto. Mal estava saindo do banheiro quando o viu provavelmente a esperando.

— Madison dormiu mais rápido hoje.

O garoto tentou puxar assunto

— É, acho que ela estava muito cansada. Madame Samovar me disse que ela chorou muito de manhã.

Era isso? Conversas estranhas já no segundo ano de matrimônio?

Ben sentou ao lado dela na cama e ficaram em silêncio, apenas um do lado do outro.

— Sinto muito por não ter falado nada. — Começou dizendo. — Iria te avisar, eu só precisava organizar as coisas na minha cabeça primeiro.

— É engraçado.  — Ela deu uma daquelas risadas sem graça. — Nós ficamos cinco anos juntos e nunca guardamos segredos um do outro e bastou colocar isso no dedo. — Pegou a aliança na mão e olhou para ela. — Que de repente parece que sempre temos algo a esconder.

— Me perdoa, sabe que...

— Está tudo certo Ben,  sinceramente não sou a mais indicada para te julgar.


— Então me perdoa? — Mal assentiu com a cabeça. — Por que não olha para mim?

— Pronto. — Virou-se para ele pegando em suas mãos. — É ainda é estranho para mim. Quando você pensou nisso?

— Um dia depois que a Madison nasceu. Eu ia assinar a lei contra magia, mas se fizesse isso Madison teria que abrir mão da sua própria magia e se ela fizer isso, bom, você sabe. Não é justo com ela.  Desde ontem, quando nós nem pregamos o olho, isso não saí da minha cabeça. Me perdoa por não ter falado com você, mas se fizesse isso iria me convencer do contrário e eu só...

Mal colocou a mão na boca dele. — Eu não me casei com você por causa da coroa. Eu sou sua esposa Ben, se quer sair daqui e ir embora ok, quer morar numa casa na floresta, eu vou também, quer ser professor e fugir de todas essas reuniões chatas, tudo bem. — Falou de algo que ele disse  tempos atrás, quando a conversa estava no tema "O que você vai fazer se não fosse rei."  —Eu só quero você feliz.

— Eu te amo.

Deu um beijo nela, enquanto  tentava limpar suas lágrimas.

— Eu só quero ter certeza que você será feliz com essa escolha Ben.

— Eu tendo você,  aquela pequena e as duas estejam seguras, eu estarei bem.

Ele garantiu 

— Então, é isso? Amanhã você renunciará ao trono?

— Sim

— Tem certeza? Você sabe, caso se arrependa depois e...

— Se continuar falando assim vou acabar acreditando que é você que não quer abandonar a coroa 

— Eu gosto de não ter que pegar engarrafamento e ter meu próprio jatinho.

Ela brincou, embora fosse verdade. Ser rainha traz muita vantagem.

— Sabia que gostava do posto.

— Mas, honestamente acho que Auradon jamais terá um rei tão bom assim.

Ela garantiu tendo muita certeza disso 

— E com certeza uma rainha. Nós daremos um jeito.

Mal o conhecia o suficiente para ver que ele não sabia fazer outra coisa ao não ser governar, entretanto iria deixar o próprio descobrir isso sozinho. Jamais negaria que seria muito bom levar uma vida longe do palácio, porém Benjamim não era o mesmo sem aquela coroa reluzente na cabeça.

— Então, podemos olhar um lugar perto da casa da Evie, pelo visto.

Deitou em cima do peito dele, que se viu obrigado a esticar o corpo e deitar na cama

— Se você quiser, não vou me opor. Como te disse, só preciso das duas garotas 

— Você se secou direito?

Sentia ainda algumas gotículas no peito, além do cabelo molhado.

— Sim, claro que...não. — Iria se sentar, mas agora ele que a puxou. — Fica, te quero  aqui hoje.

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— O que você está fazendo?

Gothel perguntou ao ver Malévola analisando um mapa velho.

— Pensando, Agatha acabou com toda diversão. Ela já destruiu os reinos e eu não repito planos, quero um mais ousado.

Estava entre sentimentos mistos. Feliz que sua amiga bruxa destruiu lugares importantes, mas precisava elaborar um grande plano agora 

— Mais ousado do que sequestrar sua neta?

— Óbvio. Não é apenas obtenção de poder, é o que iremos fazer com ele depois disso.

— Malévola eu de verdade acho que aquela velha te acertou muito forte

— Pense comigo, Mal não é mais uma menininha assustada, ela tem poder agora, se pegarmos a garota agora não daria certo. Precisamos causar algum tumulto, uma distração.

— Pelo amor Malévola, eu já sequestrei uma criança e você amaldiçoou, sua filha não é tanta coisa assim.

— Você não pensa como eu.

Debochou cansada da convivência com Gothel.

— Sabe que eu acho? Isso é só vontade de se vingar.

— Você não entende? Eu preciso atacar Mal onde mais dói, ela tem que pagar pelo que me fez. 

Gothel nutria ódio por Rapunzel, mas nada era como Malévola. Ela foi traída pela própria filha. Cuidou daquela miniatura durante toda a vida e foi recompensada com uma prisão na pele de animal verde. Desejava essa vingança.

Descendentes Dark Times 2  TemporadaWhere stories live. Discover now