Resignificação à Auradon

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Flashback
— Você será má igual a mim. — Uma Malévola muito mais nova passava as mãos pelos cabelos roxos de um bebê de sete meses. — Mini Malévola. —  A bebezinha brincava com os seus pés, enquanto ria mostrando suas covinhas. — Você será como eu.

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O berço do princesa era bem posicionado entre a porta e janela de forma que, ela pudesse ganhar ventilação e fosse mais fácil para os pais pegá-la durante a madrugada. O fato aqui era que durante esses poucos dias de vida a menininha já tinha posto para si as horas que iria acordar os pais, 2:30 horas, 4:00 horas e 5:30 horas, contudo exclusivamente hoje ela acordou Mal mais vezes do que o normal. Agora era ser entre 2:00 horas e 3:00 horas da manhã e a mulher de cabelos púrpura já havia levantando três vezes para tentar apartar o choro.

Enfim, tinha quinze minutos que a rainha ido para os seus aposentos de novo. Foi nesse breve momento onde Madison estava sozinha dormindo tranquilamente, que foi possível ver uma sombra parada em frente ao berço dela, uma checagem rápida mostrou que ela estava sozinha com a bebê. Chegou mais próxima para ver de perto a criança, mesmo que já tivesse a visto durante sua apresentação ao reino, era diferente agora.

— Onde estão seus cabelos roxos? — Perguntou, enquanto passava a suas grandes unhas no couro cabeludo da menina. Começou a reparar que ela era uma grande mistura entre a mãe e o pai, porém alguns traços eram idênticos aos de Mal, as bochechas rosadas e as covinhas, e se bem lembrava, dormia igual a mãe quando tinha essa idade, com uma mãozinha aconchegada na bochecha, exceto que a roxinha se prendia com força ao cobertor e essa daqui parecia não gostar de estar coberta. — Toda essa magia presa em uma criatura tão impotente.

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Do lado, uma mãe recém dormida acaba de acordar de um pesadelo. Tirou os braços do marido de cima de si e saiu dos pesados cobertores para tentar ver se sua respiração normalizava. Que terrível pesadelo foi aquele? Não queria acordar Ben, já que, em poucas horas ele faria o discurso de renúncia ao trono. Talvez, só precisasse jogar um pouco de água no rosto e dormir de novo

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A fada pegou na minúscula mão da neta sentindo o máximo de magia que podia. Ser tão inteligente tinha suas vantagens

— 30% magia do Aprendiz e 70% minha. — Dizia enquanto sorria sentindo a magia da bebê. — O que você fez com a magia do centro? Nem mesmo sua mãe conseguiu ir tão longe com o DNA que dei a ela. — E o bebê nem ousava se mexer. — Madison? Filha de uma grande guerreira. É um belo nome, não como Malévola, mas...

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Seu coração apertado a fez correr em direção ao quarto da filha. Seu peito ficou mais apertado  quando viu uma estranha sombra na janela e Madi chorando.  Não pensou duas vezes antes de correr para pegar ela do berço. Entre fazê-la parar de chorar e tentar ter certeza que aquilo foi só um sonho pensou que talvez fosse bom sair do castelo.

— Tudo bem dragãozinho, mamãe está aqui com você. 

Beijou a testa dela, enquanto observava o vento forte bater na janela.

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— Você jura guiar os povos de Auradon com  justiça e misericórdia, enquanto tiver que reinar?

Fada Madrinha perguntou com um grande sorriso no rosto.

       — Eu juro

Por mais que está tenha sido a primeira vez que jurou isso. O compromisso com Auradon foi assumido muito antes dele nascer.

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Essa lembrança invadiu a cabeça de Ben sem pedir licença, enquanto ajeitava seu terno e olhava atentamente para o espelho com todos esses pensamentos envoltos.

— Sempre te achei lindo de azul marinho. —Mal se achegou perto dele passando as mãos pela cintura dele. O menino abriu um sorriso torto mas Mal ficou o abraçando mais ainda. — E ainda mais com essa coroa.

— Ainda vou manter o charme?

Brincou pensando que sentiria falta dela concretando o objeto na sua cabeça. 

— Acho difícil. — Deu um selinho nele. — Mas vou achar outra coisa mais bonita em você.

Enquanto flertava com o marido olhou para a filha dormindo na cama deles. Parecia um sono real agora, sem interrupções de meia em meia hora.

— Tudo bem?

Ele perguntou vendo o olhar dela em cima de Madison e conhecendo os olhares da esposa, esse era um olhar de preocupação.

— Está, está sim.

Tentou enganá-lo para que ele não soubesse do que se passou na noite anterior. Não precisava pensar naquilo agora.

— Mal.

Ele chamou seu nome em um tom de voz sério. Conhecia ela e sabia quando algo estava a atormentando. 

— Eu tive...eu não sei...parecia um pesadelo. Sonhei que minha mãe estava aqui, eu não sei explicar direito. Então, eu levantei para ver a Madi e tinha um sombra na janela, eu não sei ao certo, como se fosse tivesse pessoa ali dentro.

Tentou explicar o que nem ela mesma conseguia entender.

— Acha que...

Claro que pensou no pior. Sua sogra era a pior vilã do mundo, não sabia se existia uma limitação para o seu poder.

— Não vamos pensar nisso agora , ok? Depois conversamos sobre isso. Agora se concentra, estarei lá do seu lado.

Deu um beijo na bochecha dele. Estava pensando no que ocorreu de madrugada, contudo não poderia deixar Ben nesses pensamentos, não agora.

— Rei Benjamin.

Lumiere apareceu na porta do quarto deles com o mesmo semblante que todos no castelo. Todos eles estavam desolados com a decisão do até então rei.

— Já estou indo Lumiere

Sem pedir permissão deu um abraço apertado nele, que não negou e abraçou mais apertado ainda ao menino que viu crescer.

Mal deu uma última olhada para ele, antes dele ir para a sua posição ao lado dos outros.

— Povo de Auradon. — Ben estava com um papel em mãos e tinha o semblante sério.   — Eu sei que a grande maioria de vocês agora me odeia e com razão, porque não fui capaz de cumprir meus votos a vocês. Não os protegi como um rei deve fazer. Também sei  que infelizmente as notícias não são animadoras, Malévola está de volta a sua forma humana e todos nós corremos perigo, porém ainda acho que isso não é culpa da magia e sim de pessoas que a usam de forma errada. Peço perdão a todos vocês cidadãos da capital e outras províncias, por não ter sido capaz de ter sido o rei que mereciam. — Respirou fundo e prendeu as lágrimas. — Falhei com todos  e talvez o que fiz seja imperdoável. Entretanto, tenho total ciência que fiz o meu melhor. — Todas as câmeras, que filmavam ao vivo ele estavam completamente centradas nele.  — Por isso hoje, eu rei Benjamin. — Olhou para trás onde os pais estavam e a esposa segurava a filha. — Eu rei Benjamin, filho de Adam e Bela...eu...— Todas as memórias invadiram sua cabeça e também pensava na filha, que estava no colo da mãe. Precisava, não iria se arrepender. Era o certo. Pensava repetidamente. — Eu abdico ao trono de Auradon. — De repente houve um silêncio em todos lugares. Entre os repórteres, todos dentro do castelo, cada um dentro de cada casa que estava ouvindo o discurso se silenciou e ficou completamente estagnado. — A partir do deste dia eu não sou mais rei de Auradon.

   

Descendentes Dark Times 2  TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora