Babá e Malévola

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Babá lembrava como se fosse hoje do dia em que as visões começaram. Ela estava longe do Terra das Fadas quando Fada Madrinha ligou perguntando se ela também estava vendo as mesmas coisas.

Era sempre a mesma cena. Uma mulher que carregava um olhar sombrio e mesmo sem vê-la, algo dizia que ela tinha muita força. Em seguida via o bebê de Stephan e Leah, o jovem casal real. Entretanto, nada disso se encaixava, não até a próxima visão aparecer. Ela ouvia uma voz dizendo, “Malévola” constantemente, enquanto observava um reino completamente destruído e logo após via uma garota adormecida.

Nessa altura de sua vida já tinha aprendido a lidar com essas fotos que iam e vinham na sua cabeça. Mesmo que, o futuro tivesse suas alterações ele sempre se cumpria, porém não quis se preocupar com aquilo prematuramente. Até onde sabia isso poderia acontecer amanhã ou daqui cem anos.
 

Quando voltou para a Terra das Fadas tudo que queria era a sua casa. Precisava descansar um pouco, pelo menos alguns dias. Seu doce descanso foi interrompido quando viu uma aglomeração em torno de uma árvore cheia de corvos.

(...)

— Pode dormir em paz pequena, nada irá te acontecer aqui.—Babá falava para a pequena criança. Passava as mãos em seu rosto delicado, enquanto a menina não tirava os olhos de  dela. Por que essa fada quis ajudá-la? — Porque crianças não devem dormir debaixo de árvores.— Respondeu a pergunta que vagava em sua mente. Mais tarde a menina aprendeu que aquele era só um dos tantos truques da mulher. —Tenha uma boa noite.— Deu um beijo na testa dela saindo do quarto improvisado.

(...)

— Francamente Helena deixar uma criança ser cuidada por corvos!

 

Gritou com a irmã. As duas já não eram grandes amigas e graças ao tempo que ficou longe de casa

Parecia que estavam mais distantes ainda.

 

— O que queria que eu fizesse? Ela deveria ter aparecido para o rei, ao invés disso estava ali.

 

— Espera, ele não sabe dela? Clarion sabe?

 

— Não, essa história é muito complexa Babá. Não pode adotá-la

 

— Eu digo o que fazer da minha vida.

 

Odiava o autoritarismo dela.

 

— Você viu o mesmo que eu!

 

— Ela é uma criança! Será que não vê isso ?

 

— O que vejo é a mesma coisa que você quer ignorar.

 

— Ela é tão fada como a mim e você!

 

— Sem asas e com chifres.

Sem as duas verem um pequeno par olhos verdes prestava atenção em toda a conversa das duas. Aquela dúvida sempre esteve com ela, afinal quem era?

Descendentes Dark Times 2  TemporadaWhere stories live. Discover now