Prólogo

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A cerimônia religiosa do casamento de Brian e Ellen foi linda. Acompanhei o nascimento do seu amor por minha cunhada ainda na adolescência e, na ocasião, partiu meu coração vê-lo não conseguir se declarar para sua melhor amiga em razão da sua timidez. Tenho orgulho de dizer que o ajudei com a segunda chance que a vida lhe providenciou para conquistar sua esposa e não poderia estar mais feliz com a união dos dois.

Além disso, há outro motivo para minha felicidade: Keenan Johnson. Meu primeiro e único amor, melhor amigo do meu irmão. Eu me apaixonei por ele logo que nos conhecemos, enquanto ele fazia faculdade com meu maninho. Antes mesmo de começar, nossa história foi interrompida pela superproteção de Brian comigo. Por ter um histórico de relações casuais, meu maninho não acreditava que Kee poderia assumir um relacionamento comigo.

Eu até tentei esquecê-lo, mergulhando nos estudos, me dedicando integralmente ao meu estágio e, como não consegui, decidi ir à luta. Sorrio recordando quando finalmente ficamos juntos, na viagem em grupo que fizemos para Coney Island, no feriado da independência, às vésperas do meu aniversário. Tantas coisas aconteceram naquele passeio: O presente de aniversário – o lindo colar que trago comigo sempre; nos declaramos um para o outro; nosso primeiro beijo; minha primeira vez. Nossa, isso aconteceu há pouco mais de um ano! O tempo voou.

Olho ao meu redor e suspiro, massageando os pés cansados de tanto dançar. Papai e mamãe estão na pista de dança com os noivos, nossos amigos conversando entre eles à mesa e meu namorado está no bar, debruçado no balcão, aguardando sua bebida enquanto me fita. Keenan está charmoso demais no terno designado aos padrinhos. O tom de cinza claro contrastou de forma sexy com sua pele negra e o caimento slim me fez imaginar coisas impublicáveis desde o vi com o traje. Ele acabou atraindo olhares curiosos e desejosos de algumas primas. Kee levou numa boa, dizendo que eu não precisava me preocupar, mas a vontade era de colocá-las para fora pessoalmente. Nada contra elas tomarem a iniciativa com um cara, direitos iguais aos dos homens, mas o que faz uma mulher encarar o namorado da prima em uma festa de família? Pura falta de respeito!

De repente, a música é interrompida e minha atenção se volta para ele.

- Solteiras, é a hora de Ellen jogar o buquê! Venham todas!

Observo as meninas em polvorosa com o anúncio e Melinda, minha amiga, gruda em meu braço, praticamente me arrastando para onde a noiva está. Percebo que as duas parentas que estavam secando meu namorado ficam à distância. Parece que, mesmo não estando em uma relação, não têm interesse em casamento. E eu? Apesar de nunca ter tido a oportunidade de conversar com Keenan sobre isso, eu aceitaria sim me casar com ele.

Olho para o bar, ele não está mais lá. Onde esse menino foi parar?

- Hazel, acorda! Presta atenção ou você não vai conseguir pegar o buquê! Mel me adverte e reviro os olhos. Tudo bem, eu casaria com Kee, mas não sei se acredito nessa tradição.

Minha cunhada nos olha por cima do ombro, dando um sorriso indecifrável. Procuro Keenan pela última vez, entretanto, sem sucesso. Quando Ellen arremessa o buquê, tudo parece ter ficado em câmera lenta. O arranjo vem em minha direção e, além de me preparar para pegá-lo, quase fecho os olhos por completo com medo de uma pancada que poderia sofrer de uma das solteiras em busca do cobiçado item. Só que o impacto não acontece. Pelo contrário, ninguém se move. Completamente surpresa, olho para os lados e, quando me viro, quase morro.

Kee está de joelhos, segurando uma caixa aveludada aberta, com um lindo anel dentro.

Meu Deus, meu Deus, meu Deus!

Hora de superarWhere stories live. Discover now