Capítulo 53

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Malik's POV

Quando pedi transferência de Chicago para Nova Iorque, estava em busca de um recomeço

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Quando pedi transferência de Chicago para Nova Iorque, estava em busca de um recomeço. Além da minha família, da minha cidade natal, dos meus seletos amigos e colegas de faculdade e trabalho, deixei para trás a dor de ter me apaixonado por alguém que não merecia meu amor. Barbara e eu estávamos juntos desde os primeiros anos de graduação, trabalhávamos no mesmo hospital e não enxergava futuro diferente para mim que não fosse ao seu lado. Mero engano.

De casamento marcado, compareci ao hospital às pressas para cobrir um plantão emergencialmente. Para minha surpresa e tristeza, dei de cara com minha então noiva e um dos residentes se pegando na sala de descanso. Óbvio que não esperavam ser flagrados e pude ouvir o rapaz praguejar baixo pelo fato de ter se esquecido de trancar a porta. Não adiantou negar, chorar ou implorar, não havia perdão para o que ela fez comigo. Argumentar que cedeu às investidas pesadas do outro homem não me convenceu, uma vez que eu mesmo já tinha sido alvo de muitas cantadas e ofensivas de enfermeiras e médicas e resistia por não ter olhos para as demais, senão ela. Quem não quer trair, não trai.

Meus pais acharam uma loucura abrir mão de ficar em Illinois por causa de Barbara. Não aceitaram bem a ideia de eu me candidatar a uma vaga a quase 800 milhas de distância logo após ter terminado minha residência com honras e reconhecimento dos diretores do Northwestern. E odiaram quando fui admitido no quadro de funcionários do Presbiteriano, em solo nova iorquino. Entretanto, por fim, aceitaram minha decisão por acompanharem meu sofrimento e as tentativas de reconciliação por parte de Barbie. Troquei meu número de celular, apaguei minhas redes sociais e me mudei para dar início a um novo capítulo da minha vida.

Decidi me hospedar em um hotel até conseguir um bom lugar para viver. Já na primeira semana, fiz amizade com boa parte da equipe de médicos. Não cheguei a confessar o motivo pelo o qual me transferir, pois era um assunto mais que constrangedor, dolorido, e eles respeitaram minha postura reservada. Para descontrair, nos primeiros dias, me levaram para um bar. O lugar era legal, com música ambiente e bebidas de qualidade. Conversava sobre amenidades quando a vi. Linda, muito linda. Tentei me repreender, afinal, eu não deveria tão cedo pensar em me envolver com alguém. Porém, antes que eu pudesse desviar o olhar, o dela encontrou o meu. No instante em que isso aconteceu, eu decidi que beijaria sua boca naquela noite. E fizemos bem mais que isso, as paredes da suíte em que morei temporariamente que o digam. Não foi apenas sexo. Foi mais que isso. Não tive uma vasta experiência amorosa, mas ela me proporcionou algo diferente de tudo que provei até conhecê-la. Pedi para que passasse a noite comigo, porém, acordei sozinho na manhã seguinte. Na cabeça, ficaram as lembranças de tudo que fizemos e de ter ouvido sua doce voz dizer em meu ouvido seu nome, omitido durante nosso encontro. Angelina. Me perguntava se não teria sido um sonho, mas era o que eu tinha para me apegar.

Comentei com ninguém sobre ela. Pensei em procurá-la nas redes sociais, reativando meus perfis ou criando novos, entretanto, só sabia o que eu achava que era seu nome, nada de sobrenome. Além disso, ela parecia ter seus motivos para omitir quem era naquele momento e decidi respeitar seu espaço. Passei meses indo semanalmente ao bar, torcendo para vê-la. Nada.

Hora de superarWhere stories live. Discover now