Capítulo 3

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Keenan's POV

Eu tinha um plano e ele era muito simples: Conquistar a mulher que eu amo, depois de fazer a maior burrada da minha vida e me casar com ela. Precisava ser arrojado e destemido. Não poderia falhar, estava cansado de viver uma rotina vazia em que entre trabalho e ficadas sem sentido.

Depois de ter conhecido Hazel e Brian ter praticamente exigido que eu me afastasse da sua irmã, tentei tirá-la da minha cabeça, sem perceber que ela já havia se instalado no meu coração. E quando voltamos a nos falar com a intenção de ajudarmos seu irmão com Ellen, o que sentia por ela aflorou com força. Foi quando decidi pôr o plano em prática. Quando a beijei em seu aniversário, na viagem para Coney Island, eu sabia que precisava que ela ocupasse seu devido lugar, que era ao meu lado. E naquela mesma noite, depois de termos feito amor pela primeira vez e ter sido o primeiro homem em sua vida, sabia que tinha que torná-la minha namorada. E foi o que fiz. Vencemos as implicações que a nossa relação em segredo trouxeram a minha amizade com Brian e, para coroar quase um ano de namoro, fiz o pedido de casamento. Não poderia estar mais feliz com sua felicidade.

Entretanto, sua tristeza ontem, ao ler aquela bendita mensagem no meu celular, fez eu me sentir triste também. Ainda que não tenha sido diretamente minha culpa, pois realmente não falo com Angelina há anos e nunca tive interesse em procurá-la, muito menos em ser procurado por ela, sei que essa situação só a atingiu por conta da minha conduta enquanto solteiro. Doeu vê-la chorar e confesso que me chateei por perceber que ela colocou em xeque o que sinto por ela. Mas não guardo mágoas, afinal, não posso julgá-la. Ela tem o direito de se sentir mal por isso. Após ter conversado com ela, fiquei aliviado por notar que ela confiara em mim.

Falei a verdade, repito para quem quiser ouvir, quantas vezes for necessário que eu não mantive contato com Angie e não faço ideia do que ela quer comigo. Lembro vagamente que, quando nos conhecemos, apenas rolaram beijos. Estávamos em um bar, após o trabalho e meu melhor amigo contava animado que Hazel estava se saindo muito bem em Cornell, instituição na qual ela estudava após ter conseguido uma bolsa de estudos. Estava feliz com seu sucesso, mas me contorcia por dentro, pensando nos malditos universitários colocando as patas na minha pequena. Aquilo embrulhou meu estômago e me fez ficar puto comigo mesmo por ter nos negado o direito de estarmos juntos. Depois de soltar aquela bomba, Brian foi embora e ficamos só nós: minha auto piedade e eu. Foi então que Angelina sentou-se no mesmo lugar em que, meu cunhado ocupava antes de partir. Ela pediu uma bebida qualquer ao barman e resmungou algo em relação a uma amiga que estava aos amassos com um desconhecido enquanto ela segurava vela com a mala que era o colega do rapaz. Olhei para o lado. Era bonita, mas não era Hazel. Porém, precisava tentar esquecê-la e Angelina podia ser quem me ajudaria. Nos beijamos naquela noite. Nada senti além de o desejo natural que um homem sentiria por ela. Trocamos telefone, contudo, depois disso, não nos ligamos.

Meses depois, estava no mesmo bar, afogando minhas mágoas uma vez que, aparentemente, o que eu mais queria e temia, ao mesmo tempo, havia acontecido. Meu melhor amigo, incrédulo e revoltado, encontrara uma foto da irmã, em uma rede social, numa festa de fraternidade. Na fotografia, ela estava maravilhosa, trajando um short jeans curto, uma blusa com o nome da universidade e tênis. Hazel estava com um belo sorriso, no colo de um marmanjo. E a porra do cara era bonitão, o que infantilmente me deixou ainda mais furioso. Mergulhado na fossa que eu mesmo tinha criado, percebi que uma velha conhecida havia sentado mais uma vez ao meu lado. Angelina. Entretanto, não estava no clima e ela reparou. Indo de encontro a tudo que, para mim, seria lógico, perguntou o que acontecera para eu estar daquele jeito. Não podia conversar com meu melhor amigo sobre vivenciar uma crise de ciúmes da irmã que ele tanto tinha pedido para eu me afastar e vi no desabafo com Angie uma válvula de escape. Com o seu conhecimento da situação, perguntou se eu realmente queria me manter distante da mulher dos meus sonhos e, como um belo fraco que era, respondi que sim. Foi neste momento que ela me abraçou e, quando senti meus olhos marejarem, fui surpreendido por seu beijo, que começou suave, entretanto se intensificou. Ao ficarmos sem ar, distanciamos nossos lábios e Angelina sugeriu que fôssemos para o apartamento que dividia com Brian, uma vez que na sua casa não teríamos privacidade por conta da presença da sua colega de quarto. Titubeei, pois mesmo nunca tendo prometido nada a quem comigo se envolvia, pela primeira vez, me senti declaradamente usando alguém para abafar o que sentia pela minha pequena. Angie me tranquilizou, dizendo que não era como se esperasse que eu a pedisse em casamento ao fim do sexo, que estava recomendando aquilo não apenas por estar afim, mas também por sentir que eu precisava extravasar aquela raiva de alguma forma. Aceitei e transamos. Aquela foi a última vez que nos vimos, porque quando acordei de manhã, ela já havia ido embora e não soube mais notícias suas até seu contato recente.

Hora de superarWhere stories live. Discover now