little discovery - Capítulo 20

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one month · ' 📆

ʏou ɑre mʏ unιv͟͟e͟͟r͟͟s͟e͟ ↝ to
gιve bιrth to ɑ dɑncιng stɑr.

Sexta-feira. Para muitos o dia mais esperado da semana, último dia letivo da semana para começar o tão aguardado final de semana, mas para você era apenas mais um dia de trabalho. E coincidentemente, o dia em que se completou um mês e duas semanas em que Tom havia viajado. Um mês e meio sem vê-lo fisicamente, sem tocá-lo, apenas vendo seu belo rosto ainda cansado do trabalho por trás de um aparelho celular. Estava ficando cada dia mais difícil conviver com sua ausência, e o cheiro do seu perfume que estava sumindo de suas roupas e seu edredom conforme os dias se passavam, isso comprovava que sua presença estava sumindo, e tudo que juntou durante dias para que pudesse sentir ele por perto também. Estava ficando cansativo ficar naquela casa vazia e sem vida, apenas se podia ouvir os latidos dos cachorros brincando com pelúcias pelos corredores vazios e rigorosamente limpos e arrumados, sem ao menos uma fita de poeira. Ophelia era sua companhia na maior parte do tempo, fazia suas guloseimas tradicionais e comiam juntas. Ela podia ver nos seus olhos claros que agora estavam vazios e cansados o quanto sentia a falta de Tom, por isso sempre tentava animá-la de todas as maneiras que fosse possível, contando histórias de quando Tom era um garotinho e caiu de cima de uma árvore e teve como prêmio três pontos na testa.
Nancy se comunicava quase todas as noites com você por chamadas de vídeo, ela também estava trabalhando ardualmente nos últimos dias por isso não tinha tempo para fazer uma visita a amiga, mas era bom tê-la por esse meio, a sua alegria era contagiante e até fazia você se esquecer do enorme vazio que preenchia seu peito, sempre perguntava como você estava e como estava reagindo a tanto tempo com Tom fora de casa. Era por isso que você considerava Nancy sua única e melhor amiga, ela era sincera e não media esforços para que você ficasse bem, você demorou um pouco, mas encontrou alguém para chamar de amiga e era muito melhor do que o que via nas telas de televisão. Ela havia prometido que passaria o final de semana com você, independente do que acontecesse já que Harrison também não estaria em casa; também precisou fazer uma viagem de quatro dias pela empresa. Um fim de semana de garotas, apenas você e Nancy, e depois de dias deprimentes sozinha, você estava contando as horas e minutos para que ela viesse e lhe fizesse companhia, e trazer um pouco de alegria aquela casa. Mas o universo não iria fazer o favor de lhe proporcionar um dia agradável e esquecer os dias torturosos, não é mesmo? Naquela sexta-feira você finalmente poderia conhecer cada menina do orfanato em que agora estava trabalhando, conheceria e faria um exame básico em cada uma para saber se estava tudo bem fisicamente e psicologicamente, conheceria o orfanato em que elas estavam abrigadas e as mulheres responsáveis pelas meninas e suas necessidades, como a comida, companhia, remédios e cuidados.
Você estava animada por estar fazendo parte de um trabalho bonito, cuidar de crianças sem um lar e oferecer a casais sem a possibilidade de ter um filho, adotar uma das meninas, e dá-las um lar com o amor e carinho que elas almejam. Mas como dito anteriormente, o universo não iria fazer aquele favor para você. Você mal abriu os olhos e uma onda de dor e um forte latejar se espalhava pela sua cabeça, de lado a lado a cada minuto ela disparava um forte latejar que fazia você se encolher de bruços em meio aos lençóis da cama, buscando um alívio em meio aquela dor.
Já eram 08:00 e você estava suada, poderia até se dizer que estava com febre pela temperatura de sua pele, como a dor não havia passado você se levantou da cama e se direcionou ao chuveiro, o que não se pode curar com uma chuveirada de água fria? As gotas de água gelada escorriam pelo seu corpo e rosto, apertava os olhos quando sentia a dor voltar, esfregava os olhos e rosto com a água respirando fundo em busca de alívio. Deslizava o sabonete com cheiro de ameixas, usava tanto aquele mesmo sabonete por tanto tempo, que sentia como se ele fosse o seu próprio cheiro e uma parte de você. Deixando a suavidez da esponja tirarem toda a impureza e suor de sua pele, esperava que ela limpasse também seu interior machucado e aquela maldita dor que ainda latejava. Se enrolou em uma toalha e escovou os dentes, não fez questão em escolher a melhor roupa do guarda-roupas, apenas a sua preferida calça de lavagem escura e uma blusa fresca o suficiente para aliviar o suor e o calor que estava sentindo. Como estava completamente descabelada, a única coisa que fez questão fora pentear os cabelos e os predê-los em um rabo de cavalo. Pegou sua bolsa e tirou alguns comprimidos para dor que você tinha, colocou-a no ombro e desceu as escadas até a cozinha, o cheiro forte e familiar dos waffles de Ophelia encendiavam suas narinas.

the husband | tom hollandWhere stories live. Discover now