Capítulo 6

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''We aren't meant to be and that kills me.'' – desconhecido.

Scott

Queria atravessar aquela maldita rua e a pegar nos meus braços, pedir desculpas, perdão ou dizer qualquer coisa que a fizesse acreditar em mim e não naquela revista idiota.

Porra.

Ela me encarou e o mundo ao meu redor parecia ter paralisado, Arabella não parecia feliz em me ver e aquilo me fodia por dentro. Notei uma lágrima deslizar sobre seu rosto, queria correr e abraçá-la, mas, Aaron não deixaria que eu me aproximasse. Vi em seus olhos na maneira como olhou para mim que eu deveria dar o fora. Ela não queria que eu me aproximasse e ele faria qualquer coisa para me manter distante, para protegê-la. O entendia completamente por que faria o mesmo.

Eu provavelmente daria minha vida por aquela mulher se fosse preciso.

Talvez fosse o momento de desistir, eu teria que conviver com aquela maldição pelo resto da minha vida. Se não me ver a fizesse se sentir melhor, eu faria isso, só tinha que convencer o meu cérebro, o meu maldito coração e até mesmo a porcaria do meu pau de que tinha que fazer aquilo. Não seria uma tarefa muito difícil, não é mesmo?

Voltei correndo o mais rápido que pude para o meu apartamento, precisava de um banho frio e álcool, algo que me fizesse me sentir menos vazio e triste.

Depois de sair do banho a campainha do meu apartamento tocou sem nem ao menos o porteiro do condomínio ter interfonado para dizer quem estava ali. Imaginei que poderia ser um dos caras, mas ao abrir a porta me deparei com duas figuras femininas familiares que eu não via a um bom tempo.

- O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei um pouco sóbrio demais para saber que não estava delirando.

- Te mandei uma mensagem semana passada dizendo que iríamos te visitar – minha irmã sorriu para mim divertida com as sobrancelhas erguidas.

Caralho. Eu não me lembrava daquilo, provavelmente porque estava bêbado pensando em Arabella e em todas as merdas da minha vida. 

- Eu disse que ele não se lembraria – disse a voz mais madura e séria atrás dela com um sorriso contido quase inexistente – Olá mãe, era o que você deveria ter dito, não o que vocês estão fazendo aqui.

Sorri com certo sarcasmo.

Fazia um bom tempo que eu não via as duas a minha frente. Minha mãe estava com o cabelo mais escuro do que me lembrava de ter visto da última vez que estivemos juntos, provavelmente estava tentando esconder os fios brancos. Ela não gostava nem um pouco deles.

- Não vai nos convidar para entrar? – minha irmã me encarou ainda com um sorriso no rosto.

- Não precisamos ser convidadas – disse minha mãe passando a frente dela com algumas sacolas ecológicas em mãos.

Ela se aproximou de mim me fazendo abaixar um pouco para me dar um beijo rápido no rosto como cumprimento.

- Você está fedendo a whisky – ela resmungou fazendo uma careta ao se afastar e voltou a analisar o meu apartamento.

Minha irmã me abraçou calorosamente.

- Senti sua falta – ela sussurrou em meio a um sorriso que retribui fechando a porta atrás de nós.

Não nos víamos com frequência alguma, na verdade as vezes achava que eu era completamente distante de todos os meus familiares, minha família havia se tornado os meus amigos no passar dos anos, a família que escolhi.

AS ARABELLAWhere stories live. Discover now