Disease

1.5K 122 0
                                    

- Eu falei sem pensar. – falou tentando chamar minha atenção mas eu não queria saber de mais nada, eu só quero descansar, mas quando vi as coisas se acalmando, ele estava deitado, já se passa das dez da noite, ainda tenho meu relógio comigo. Eu sei que ele não está dormindo, ele não consegue mais dormir então lhe contei.

- Eu não posso engravidar. – falei baixo sentindo as lágrimas começando a descer e o coração apertar, ele ficou mudo, pensei até na possibilidade dele estar dormindo mesmo, mas esta possibilidade foi pelo ralo quando senti seus braços me arrodearem, senti sua respiração na minha nuca e chorei, chorei segurando em seus braços perto do meu peito. – Eu tenho... – fui interrompida.

- Não precisa falar, estou aqui e nunca vou desistir de você, desculpa por aquela merda que falei.

- Mas eu quero, quero falar. – chamei sua atenção. – Eu tenho ovário policístico, antes até eu poderia, teria um tratamento, mas agora, é impossível. Eu já fui em farmácias, tentei achar os medicamentos, mas não tinha, então agora é impossível de engravidar. Desculpa, mas eu não serei a mulher que vai poder te dar um filho.

- Com filho ou sem filho, vamos ficar juntos.

...

Estávamos dormindo, na verdade, o Daryl já estava colocando a roupa e eu dormindo, quando eu o ouvi reclamar onde estava a sua cueca eu acordei, o encarei por enquanto que colocava o sapato e me sentei puxando o lençol para cobrir meus seios.

- Bom dia. – chamei sua atenção e ele me encarou.

- Dia. Vamos descer ou vai ficar mais um pouco aqui? – me perguntou.

- Pode ir indo, eu vou colocar uma roupa e logo desço. - confirmou com um aceno e logo me deixou sozinha. Ajeitei a bagunça que fizemos na noite anterior e em seguida coloquei uma roupa, quando estava terminado de colocar meus sapatos comecei a ouvir tiros, sai da cela onde estava e olhei para baixo vendo parte do grupo atentos. Desci correndo indo para a frente da entrada do bloco onde fico e vi Daryl logo a frente correndo para o bloco mencionado.

- O que está acontecendo? – perguntei a Carol.

- Zumbis. – fiquei surpresa já que tudo foi limpo, então a possibilidade de alguém ter morrido foi de zero a cem porcento. Vi algumas pessoas correrem para o pátio e comecei a andar ao redor perguntando se estavam bem e se precisavam de ajuda, uma senhora estava passando mal, sua pressão caiu, então fiquei com ela por alguns minutos.

Depois que o bloco de celas que foi atacado estava limpo, ouvi o Rick chamar ao Hershel e em seguida me chamar. Olhei para o Hershel e caminhei junto a ele. Quando chegamos onde o Rick queria, em uma cela onde tinha um rapaz morto, Hershel ficou sem entender.

- O que aconteceu? – perguntou o senhor.

- Ele não foi mordido, não há ferimentos, simplesmente morreu. – então comecei a criar hipóteses, mas ele era muito novo para essas hipóteses. Peguei uma luva que deixou no bolso para casos de emergência e então me agachei observando o rapaz a minha frente, abri sua boca e estava tudo normal, mas quando toquei na sua garganta senti o lugar inchado.

- Só pode ter acontecido uma aspiração de pleurisia. – falei começando a pensar nas possibilidades que podem ter acontecido isso.

- Ele se afogou no próprio sangue. – Hershel explicou.

- Eu já isso, um andante do outro lado da cerca. – olhei para o Rick surpresa e começando a sentir um leve medo, na extrema possibilidade que deve estar ocorrendo aqui.

- Então, quando ocorre o inchamento há um aumento da pressão interna dos pulmões, seria como uma garrafa de refrigerante tampada, mas que foi sacudida.

- Então é uma doença de zumbis? – me levantei negando.

- Já aconteceu isso, há alguns anos. Talvez pode ser um pneumococo, ou uma gripe agressiva.

- Ontem ele estava comendo churrasco, estava bem. Como é que ele morre assim de um dia para o outro de gripe? – Daryl perguntou inconformado.

- Tinha um porco doente, morreu em seguida, como também vi num javali na floresta. – Rick o respondeu.

- Antigamente, essas doenças se espalhavam por porcos e pássaros. Temos que nos livrar dos porcos. – meu coração apertou, mas essa é a verdade, todos fomos expostos e as pessoas desse bloco de cela também.

- Quarentena. – falei chamando atenção de todos. – Todos fomos expostos, precisamos separar os que não foram, que não ficaram aqui, e os que ficaram. Essa doença é letal, precisamos investigar, tratar de forma mais segura e depressa. Cada um vai ter que ajudar, pegar informações de quem está sentindo dores musculares, dor de cabeça, febre, dores na garganta, dor no peito principalmente que se agrava ao respirar ou tossir.

Quando estávamos organizando o bloco "A" ouvi o Glenn me falar que tinham duas pessoas que estavam tendo sintomas como a tosse, então isso indica que isso é um dos sintomas que temos que ficar a vista, podendo progredir para falta de ar e assim por seguir.

Minutos depois ali ajudando ao pessoal se organizarem nos blocos de celas utilizando máscara e luvas, vi o Daryl aparecer.

- Não era para você ter entrado. – chamou minha atenção e eu o encarei séria.

- Eu sou médica, no momento. Eles precisam do máximo de ajuda. – olhei para o Ruth, uma mulher que nos ajuda na área de saúde, ela é enfermeira. Ele segurou no meu braço carinhosamente e me puxou para um canto mais afastado.

- Bem, David e Karen foram mortos.

- Eles morrem... – fui interrompida.

- Foram assassinados.

Dark NecessitiesWhere stories live. Discover now