Screaming

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- Ela vai estar comigo, ela vai ficar bem, nada vai acontecer. – o interrompi.

- Quero me despedir dela. – o Carl falou ofegante e eu virei o rosto chorando. – Seja boazinha com o papai, com a Michonne, deve honrá-lo, escutar quando falar, não precisa ser sempre, as vezes precisamos mostrar o caminho para os pais. – se inclinou com toda força que ainda tinha colocando na cabeça da Judith o chapéu que ganhou do pai quando pequeno, na época da fazenda. – O papai me deu, me fazia sentir próximo a ele e forte quanto ele, me ajudou e pode te ajudar também. Antes da mamãe morrer, ela falou que eu venceria esse mundo, mas não consegui, mas você vai. – Judith se inclinou chorando para abraçar o irmão, mas o Daryl a pegou no colo. Limpei as lágrimas que desciam por meu rosto e em seguida limpei as de Judith.

- Carl, você salvou todos que estavam aqui, você quem salvou.

...

Estávamos na estrada tem um certo tempo, logo iria amanhecer. Estava acariciando as costas da Judith que estava dormindo colada a mim. Ela se remexia quando a Holly ficava agitada na minha barriga e eu sorri quando ela resmungou.

- Neném. – Judith falou quando a Holly chutou minha barriga forte. - "Jogadola". – falou me fazendo lembrar do Carl que também a chamava assim.

- É sim pequena, ela te acordou de novo né? Desculpa meu amor, quer dormir aqui do lado? – perguntei batendo a mão no espaço vazio ao meu lado e ela negou mais uma vez. Já tinha feito aquele pedido nas últimas duas vezes em que ela acordou e foi negado. – "Mimida". – murmurou e eu me inclinei puxando a bolsa para pegar para a criança alguns biscoitos. Quando lhe entreguei e ela começou a comer sozinha olhei para frente, vendo o Daryl nos olhando rapidamente, já que teria de prestar atenção na estrada.

- Como está? – me pergunto e eu confirmei com um aceno.

- Só estou preocupada com o Rick e Michonne, agora ele perdeu o filho. – Daryl estava sério desde que saímos de Alexandria, onde deveria ser um lar tranquilo, se tornou um verdadeiro inferno.

- O que acha de brincarmos um pouco? – perguntei a Judith e ela me encarou comendo seu biscoito devagar. Ela me encarou e negou com um aceno.

- Papai. – falou e meu coração apertou, eu sei que ela queria o pai, mas nesse momento ele está com o Carl, prestes a morrer.

- Sentiu alguma dor? – Daryl perguntou preocupado me tirando do transe. Me virei o olhando e neguei.

- Estamos bem, ela me acalmou quando tudo começou. – analisei minha barriga sentindo nossa menina se mexer. Mais alguns minutos ali e pegamos no sono.

- Oi. – ouvi uma voz rouca no meu ouvido e abri os olhos vendo os olhos do Daryl, ele estava sorrindo como cabelo cortado e eu franzi o cenho sem entender.

- Oi. – o cumprimentei me sentando na cama, quando olhei para baixo vi minha barriga maior, provavelmente indicando que eu estaria prestes a ter nosso bebê. Fiquei o encarando por certo tempo, tentando entender o que estava acontecendo, porque eu acordei e Alexandria estava brilhando aos meus olhos, tudo parecia calmo.

- O que foi? – perguntou se inclinando para me dar um beijo nos lábios. – Vou pegar seu café da manhã, fica aqui. – ele se levantou e eu fui tomar um banho. Quando terminei o banho, siando do banheiro o encontrei com a bandeja na mão. Comemos em silêncio, com ele olhando intensamente por algumas vezes para minha barriga. Depois do café da manhã saímos de casa encontrando as ruas vazias, e quando eu estava andando em direção ao portão junto com o Daryl senti uma pontada enorme abaixo do abdômen que me fez parar de andar.

Dark NecessitiesWhere stories live. Discover now