Capítulo 3

643 95 118
                                    


ANTES


          Apesar do início quase dramático, e depois de uma troca saudável de insultos entre Baz e Simon, acabaram se acalmando e conseguindo, no mínimo, se organizar o bastante para conseguirem marcar as Reuniões Regulares – palavras de Baz –, que aconteceriam de 15 em 15 dias, depois da aula de Educação Física que as duas turmas que compunham o grupo tinham em conjunto, toda quinta-feira a tarde, e que sempre acabava perto das 18h.

          — Eu moro bem perto daqui, então se vocês quiserem as reuniões poderiam ser lá em casa, se não for problema pra ninguém. — Baz começou — E se ninguém se opor, a primeira reunião pode ser já na semana que vem? O que acham?

          A contragosto, Simon – junto com os outros, mas sem esse detalhe – aceitou. Não existia nenhuma razão para ser contra (além de Baz ser, desnecessariamente, um pau no cu com o ele) e Simon não era irracional. Se o cara tá oferecendo uma casa – provavelmente com sofás e cadeiras e comidinhas e, simplesmente, fora da escola – quem é ele pra negar, certo?

          — Então tragam ideias já para o trabalho, temos que agilizar. Isso inclui você, Snow. Sei que é complicado fazer esse vazio que você chama de mente funcionar e produzir, mas acredito no seu potencial.

          — Vai tomar no cu, Baz. — Simon respondeu — Sem necessidade, cara, nossa. — E se levantou pra ir embora, com Penny atrás dele, mostrando o dedo no meio pra Baz, que só respondeu com uma careta. — Mas cara, se a gente vai ter que ser Presidente e Vice e tirar uma nota boa nessa merda, — ele parou de uma vez, virando de volta pra Baz — você vai ter que deixar ser tão escroto comigo o tempo todo.

          Baz apenas ergueu a sobrancelha, gesto que Simon não deixou de perceber, mas antes que ele pudesse abrir a boca pra falar, Simon continuou:

          — Trégua?

———

          Certo. A casa era bonita. Tipo, muito bonita. Nada como o apartamentinho de um quarto que Simon morava sozinho há 40 minutos da escola. Tinha um jardim, sabe? Graminha verde, piscina com deck de madeira, coisa de revista de arquitetura de clínica.

          E era nesse jardim de revista que o grupo de 10 estava sentado, espalhados em cadeiras formando um círculo solto, com 2 pedaços do que antes eram 2 pizzas grandes entre eles.

          — Se eu escutar mais uma vez alguém falar as palavras "TNT" e "papel alumínio", eu vou expulsar todos vocês dessa casa. — Baz esfregava a mão na testa. — TNT fica brega e eu não vou admitir meu nome associado a isso.

          Já fazia uma hora e meia que discutiam as ideias para a montagem, mas não tinham nada concreto o bastante pra começar e claramente Baz já estava estressado e, de alguma forma, estressando os outros. Simon decidiu tomar a dianteira e forçou um sorriso:

          — Gente, gente, ok. Eu sei que o Baz tá sendo um pouco... Difícil. — fingiu não ver o olhar que o mesmo jogou pra ele — Mas ele tem boas intenções, eu acho. O que ele quer dizer é que devemos fazer uma coisa bem feita mesmo, sabe? Coisa bonita, elegante. E talvez pensar numa coisa diferente, uma coisa....

          — Conceito — Baz, supriu, exasperado — Colocar TNT preto ou azul e fazer estrelas de papel alumínio e papelão é esperado demais. Queria que nos destacássemos.

          — Isso! E eu também queria –...

          — Ganhar — Eles falaram ao mesmo tempo. Simon não conteve um pequeno sorriso.

          — Terminar nossa última feira em grande estilo, sabe? — todos concordaram, e Simon notou, que talvez pela primeira vez em muito tempo, Baz não o olhava com hostilidade, e não negou que foi... bom, ser reconhecido por ele.

          Depois desse momento, discutiram mais um pouco, mas a coisa ficou mais leve, e eles estavam mais motivados, e até mesmo Baz parecia mais animado e relaxado. Talvez esse trabalho não fosse ser tão ruim assim, se conseguissem manter esse ritmo.

          Aos poucos, as ideias naquela mesma noite foram melhorando, e foram, devagar, chegando a um consenso. O problema agora era outro: pra fazer uma coisa como as que eles queriam, a decoração iria provavelmente dar mais do que a escola dava como orçamento, o que significava que, além do planejamento da apresentação e montagem, deveriam agora arrecadar dinheiro.

          A primeira ideia saiu de Dev, que sugeriu o mais óbvio: uma rifa. Uma ideia boa e que todos poderiam participar. Ideia discutida e aprovada pelos presidentes, Penny sugeriu um extra

          — Eu soube de uma festa das bruxas que vai ter, num restaurante. Meu primo trabalha lá e eles estão sempre atrás de garçons pra ajudar. — começou — Não acho que aceitariam nós 10, mas se forem só 5, talvez eles queiram.

          — Já fiz bico de garçom, acho que funciona. — concordou Simon — O que você acha, senhor Presidente? — se virou, perguntando com um sorriso e uma piscadela.

          (Só Penny pareceu notar como aquilo desmontou Baz por um segundo. Hm. Interessante.)

          — Acho que pode funcionar. Eu, Simon, Penny e quem mais?


---- ☆ ----

Olá flores! Era pra ter sido ontem mas a vida adulta tomou de conta de mim, cheguei bem cansada mas pelo menos degustei de alguns champs. 

Amanhã deve ter mais um capítulo, já que o plano é postar 2 por semana (até segunda ordem), sempre na quarta e na sexta. 

Mais uma vez agradecimentos a Lívia por ter betado/editado <3

Até amanhã!!

Hilana


Timing PerfeitoWhere stories live. Discover now