Capítulo 27

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         Para profunda alegria de Simon, o beijo não fez com que nada ficasse estranho entre eles. Se qualquer coisa, Simon ficava ainda mais animado quando conversava com Baz, ainda mais animado quando as notificações chegavam.

         Não falou nada pra nenhum dos amigos e notou que Baz também não deixou transparecer nada no grupo em que estavam. Não era que quisesse esconder nem nada, mas sabe aquelas coisas que você tem, ao mesmo tempo, uma vontade intensa de sair gritando do topo de um prédio, e uma vontade de não falar pra absolutamente ninguém, simplesmente com a sensação de que é algo bom demais e delicado demais pra isso?

         Então, era assim que ele se sentia.

          Porém, para profunda tristeza de Simon ele não poderia ver Baz até a semana seguinte. O... Bom... o que quer que eles fossem – contatinhos? parece muito superficial, mas amigos também não era a palavra. E ficantes parece extremamente adolescente da parte dele –, estava ocupado organizando alguns eventos da escola e preparando provas e teria inclusive uma reunião de professores na sexta-feira, da qual se desculpou profundamente.

          Uma semana e meia se passou só com mensagens trocadas até que um convite surgiu que fez o coração de Simon dar um pulinho.

          Baz finalmente tinha finalizado as coisas da escola e queria sair. De preferência naquele mesmo dia. Acontece que era uma terça-feira e ambos trabalhariam no dia seguinte cedo, então ficar até altas horas da madrugada bebendo em algum pub por aí estava dispensado, e acabaram se acertando de ver um filme no cinema juntos.

         Meu Deus, Simon não se sentia tão nervoso de ir ao cinema com alguém desde... ele nem sabe? As primeiras saídas com Agatha, talvez. As horas na agência simplesmente se arrastavam, e ele olhava o relógio de 10 em 10 minutos.

         Tinha marcado de Baz ir buscá-lo em casa dessa vez, às 19h e Simon planejava ir pra casa às 18h. Seria a primeira vez que se veriam desde o beijo e Simon estava dolorosamente ansioso pra simplesmente ver Baz.

          E foi assim dolorosamente ansioso que, às 18:50 que Simon foi atender a porta do apartamento sem nem perguntar quem era antes – quem seria que não o absolutamente gato do Baz?

          — Chegou... cedo? — Terminou a frase sem a mesma empolgação que começou porque quem estava na porta não era Baz e sim Agatha, com Lucy ao seu lado.

          — Simon, meu Deus, desculpe. Desculpa, desculpa mesmo, eu sei que hoje não é seu dia. — Agatha começou, enquanto Lucy já entrava pelo apartamento — Mas o — e falou "filha da puta" sem nenhum som — do professor marcou uma prova do nada na quinta-feira e você sabe... é impossível estudar com ela lá em casa e... você ia sair?

          — Ia sim.... — Simon confirmou, meio murcho — Mas tudo bem, Agatha. Pode estudar pra tua prova. Eu dou um jeito aqui. Sério. Tá tudo bem. — Agatha parecia ainda mais envergonhada, mas o alívio no rosto dela também era visível.

         — Muito, muiiito obrigada, Simon. Salvou minha vida aqui. Depois a gente combina e você ganha uns dias a mais, — e o abraçou, quando soltou disse — uns dias só pra você e seu queridinho do Baz.

         — Agatha!!!

          Ela só riu e deu tchau pros dois, sumindo no elevador logo em seguida. Simon fechou a porta e foi pegar o celular pra mandar uma mensagem pra Baz desmarcando quando o interfone tocou novamente. Merda.

         Dessa vez era Baz. Baz totalmente lindo, com cabelo solto em volta do rosto, vestindo um jeans, perigosamente justo, escuro, uma camisa de botão também escura e uma jaqueta por cima de tudo. Baz com a boca 100% beijável, sorrindo pra ele agora da porta do seu apartamento.

Timing PerfeitoWhere stories live. Discover now