Capítulo 14

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Gente, oi! Eu decidi avisar logo de início que parte desse capítulo não foi betado, é a partir da interrupção, mas eu não acredito que vá atrapalhar no entendimento da coisa não, não dessa vez rs. Lá no final explico um poquitinho mais. 

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DEPOIS

          As semanas correram como esperado e Baz se acostumava cada vez mais com seu papel de coordenador e professor. Dava trabalho? Dava. Crianças e professores vinham todos os dias trazendo alguma pequena confusão, ou ideia, ou planejamento e eventuais pais também, geralmente com preocupações ou reclamações.

          Mas, na realidade, Baz amava o que fazia.

          Ele adorava ver as crianças se desenvolverem, se divertirem, e adorava pensar em novas formas pra que isso acontecesse. Adorava chegar em seu apartamento, exausto do dia inteiro e deitar na cama depois de voltar da academia – que ia, mesmo que tudo que quisesse fosse ficar na horizontal de pijama –, satisfeito consigo mesmo, e pensar no que tinha pra fazer no dia seguinte, organizando em seu planner.

          Cerca de 1 mês e meio dentro do semestre Baz decidiu que seus alunos não estavam mais tão sem jeito e poderiam começar a ler em voz alta pequenos trechos do livro.

          Nem todos liam muito bem – bom, eles só tinham 6 anos e algumas palavras talvez fossem mais difíceis que outras – mas tudo ia como esperado.

          Até a vez de Lucy Snow.

          No momento que ela se levantou e hesitou, Baz já notou que havia algo errado.

          A garota, normalmente tão alegre e extrovertida, parecia estar nervosa. Quando pegou o livro e começou a ler Baz entendeu o porquê.

          Ao contrário dos colegas de classe, Lucy tropeçava nas palavras, trocava e às vezes até gaguejava. E quanto mais tentava, mais parecia piorar com nervosismo. Mas continuou até terminar o trecho que Baz tinha pedido.

          Baz escutou algumas risadinhas antes que pudesse seguir em frente, tendo decidido lidar com a situação no final da aula.

          Crianças pequenas podem ser muito cruéis às vezes.

          Antes que a situação piorasse, Baz chamou atenção pra si mesmo e retomou controle da sala, fazendo com que a situação fosse esquecida, mas não tirou os olhos de Lucy. A pele clara mostrava com clareza que ela ainda estava constrangida e não focava na aula como deveria, viu em seus olhinhos azuis algumas poucas lágrimas juntando, mas ela não chorou.

          Em nenhum momento ela derramou uma lágrima.

          Forte. Ou teimosa. Ou os dois.

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          Terminada a aula, Baz decidiu ligar pra Simon pra discutir o assunto.

          Nem 20 minutos depois, uma batida apressada na porta.

          — Entra.

          — Baz?! O que houve? — O que Baz viu dessa vez era um Simon totalmente diferente do que aquele que se lembrava. Não que ele ainda fosse o mesmo — muita coisa tinha mudado — mas esse Simon? Esse Simon tinha uma preocupação no olhar que o Simon de 17 anos nunca teria.

          Ser pai te transforma. Baz não tinha passado pela experiência - certos dias não achava que iria - mas ele sabia.

          — Eu vim correndo. Você ligou dizendo que queria conversar sobre Lucy... Onde ela está? Está bem? — Ele perguntou enquanto se sentava, olhando em volta - Ela se machucou?

          — Simon, fique calmo. Ela está bem. — Percebeu parte da tensão escapar dos ombros do outro — Só queria conversar um pouco sobre o que aconteceu em aula.

          Em retrospecto, Baz percebeu que deveria ter comentado que não era uma conversa urgente. Pobre Simon, veio correndo no meio da manhã. Porém ele já estava lá e então, porque não continuar?

          Ao contrário do que ja tinha visto acontecer, Simon aceitou com certa tranquilidade o parecer de Baz sobre a filha, de sua aparente dificuldade excessiva se comparada aos colegas na hora de ler em voz alta. Parecia somente aliviado e um pouco cansado. E talvez um pouco...envergonhado?

          — Aparentemente além dos olhos ela tem isso de mim, não é? — Disse, com um sorriso sem jeito. - Lembra Baz? Durante uma época você não perdia uma chance de zoar comigo quando eu não conseguia ler em público. Acho que ela puxou isso de mim.

          — Lembro sim. Eu era um pouco... — Dessa vez quem estava sem jeito era Baz. Nem sempre sentia orgulho do que fizera na adolescência.

          — Otário total? Era mesmo — completou Simon, mas não parecia estar com raiva ou magoado. — Mas tudo bem. Mudamos muito.

          Simon sorria e o encarava com aqueles olhos azuis. (Aqueles olhos azuis céu.) E Baz tinha imaginado ou o tom de voz dele tinha mudado só um pouco?

          Baz de repente se sentia ligeiramente sem ar e com uma necessidade muito grande de pegar em alguma coisa, qualquer coisa que o distraísse de forma natural do azul intenso.

          — Pois é. — Respondeu, soando pra si mesmo um tom mais agudo do que deveria. Que porra é essa? Meu deus te controla Basilton.

          — Sim - Simon, respondeu, rindo de leve — Mas acho que vou levar ela num fonoaudiólogo. Ou talvez um psicólogo? Ninguém nunca me levou e foi péssimo superar sozinho, e seguindo a profissão que sigo eu precisei aprender.

          — Acho que seria bom. — Baz, após ter usado esses segundos pra se recompor, conseguia falar normalmente de novo (mais ou menos) — Eu posso falar com a terapeuta da escola se quiser. E se ela indicar, procuramos um fono.

          — Tá certo. — Nisso, Simon se levantou — Se ta tudo certo por enquanto, mais tarde eu passo aqui de novo pra pegar ela, e faz o seguinte — já na porta, Simon sorriu e olhou daquele jeito de novo — me liga de novo. Pra me avisar e tal. 

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E aqui tivemos mais um capitulos dOs Boiolinhas que tomaram de conta da minha vida, e dessa vez um maior! Mas nesse temos algumas considerações:

1) Gente eu não trabalho com crianças de nenhuma idade. Eu não faço a menor ideia se ir conversar com a terapeuta, uma psicologa ou um fono ou outra coisa é a saída pra um caso desse. Foi a ideia que me ocorreu e eu segui com ela sabe? Não me cancelem se estiver errada pfvor 😔✌️

2) Quanto ao babado da betagem: Lolli faz pra mim de graça, de grátis, no 0800 entendem? Mas ela é uma mulher que tem suas proprias prioridades tanto quanto eu tenho as minhas (esse cap por ex? Foi escrito tem varias semanas já. Eu escrevo o máximo de uma vez pq sei que depois talvez não possa). Esses dias ela esteve ocupada com coisas pessoais e eu conversei com ela. Depois ela volta e eu decidi continuar com o que tava agendado pq eu.....gosto assim. 

Em resumo eu sinto muito se tiverem uns erros ai nadavê, mas agradeço por terem chegado até aqui, e até semana que vem! <3 

Timing PerfeitoWhere stories live. Discover now