Timing Perfeito

Capítulo 7

ANTES

          — Era assim que você planejava como irritar minha vida na 7ª série, Baz?

          — Sim, Snow. Com stabillo colorida e papel couchê.

          — Uuuh! Papel couchê e stabillo, eu custava caro!

          Faltavam 2 semanas para a montagem e apresentação do trabalho, e era, em teoria, a última reunião em grupo que tinham. Simon proporia mais, se ele e Baz achassem necessário. E ele estava começando a achar que sim, porque até então eram 20h e tinham apenas começado a planejar quem faria o quê e quem diria o quê até o dia.

          — Vocês lembram que a gente quer ganhar, certo? E fazer um negócio bonito e bacana, pra gente se lembrar com carinho e poder dizer que ganhou na cara dos outros grupos. — Simon disse pro pessoal, que começava a desanimar. — Sei, eu sei, que todo mundo aqui quer ir pra casa, que já tá de saco cheio desse trabalho, mas vamo gente, último gás. Vocês não querem o jantar bacanudo no Of Vere no final? A coordenação disse que pode até levar um acompanhante! Jantar de graça na companhia do gato ou da gata!

          Após cerca de uma hora e meia de mais discussão e mais palavras de apoio moral de Simon, algumas coisas ficaram certas, como o fato de que nem ele, nem Baz iriam ter que falar no dia, já que se responsabilizaram junto com Penny e Dev com a montagem, além de terem sido presidente e vice do grupo.

          Além disso, como Baz fez questão de lembrar a todos, Simon tinha problemas de fala quando tinha que falar para grandes grupos em apresentações, e acabaria dando trabalho e diminuindo a nota final deles.

          Ele na verdade ficou bem agradecido por isso. Não queria de fato dar o braço a torcer, mas tinha plena noção do desastre que era em apresentações, e mesmo Baz tendo feito de forma tão... venenosa (chocando a ninguém), Simon ficou aliviado. Montaria até mesmo sozinho toda a instalação se significasse que não teria que falar.

          (Ainda bem que não seria sozinho, no entanto. Era muita coisa.)

          Próximo às 21:30, enquanto eles já começavam a recortar e montar e construir o que pudessem – para que não fique mal feito e de última hora, dissera Baz – o pessoal começou a ir embora, sobrando somente Penny, Simon e Baz pintando a placa de MDF de preto e azul e marcando em lápis de cor as constelações que marcariam com furadeira e pisca-piscas .

          Às 22:30 Penny se levantou de uma vez.

          — Simon, vamos? O Uber que eu pedi chegou. Tá tarde e mamãe vai me matar.

          — Você tinha pedido Uber? Nem me avisou. — Respondeu Simon, um pouco atordoado.

          — É, cara. São tipo, quase onze horas e amanhã tem aula e tudo. A gente tem que ir pra casa. — Penny fez parecer obrigatório e óbvio. Baz soltou um pequeníssimo humpf que só Simon escutou. Aparentemente não gostava do tom dela.

          — Não, quer saber? Eu fico mais um pouco. Depois eu vou. Eu ainda quero terminar isso daqui e ajudar a arrumar. — Baz deu um sorrisinho escondido — Pode ir.

          — Sério? — Penny parecia incrédula. Simon não era de arrumar coisas.

          — Sério, Penny. Vai lá. Até amanhã.

          — Tá bom, então. Tchauzinho.

          Terminou que finalizar as marcações e arrumar tudo levou bem mais tempo que Simon previa. Já passava da meia noite e meia quando conseguiram guardar tudo de volta em seu lugar, ainda mais agora que tinham que guardar com cuidado pra não quebrar, nem apagar ou desmontar nada que tivessem feito, ainda tinha muito trabalho pela frente .

          Simon já tinha o celular em mãos quando – chocando tanto quanto da primeira vez – Baz disse:

          — Dorme aí.

         — Dormir aqui?

          — É. Tá tarde e você mora longe e sozinho, né. Eu te empresto um pijama e pode dormir na bicama do meu quarto. Tá tudo bem.

          Simon não conseguia não pensar em como as coisas pareciam ter mudado em tão pouco tempo. Não se sentia desconfortável deitado na cama abaixo de Baz, e nem quando olhava pra ele enquanto mexia no celular. Estava num pijama emprestado e a camiseta estava um pouco comprida, mas se ajustava bem.

          Também não se sentiu desconfortável quando notou Baz o olhando de cima a baixo na luz baixa do abajur de mesa quando deitou e colocou os braços atrás da cabeça. (Se qualquer coisa, se sentia bem).

          — Baz. — chamou — O que você acha que vai fazer quando acabar a escola? — Baz parecia ter sido um pouco desprevenido pela pergunta.

          — Eu... Não tenho certeza. E você?

          — Também não tenho certeza. Mas penso em Arquitetura. Ou publicidade e propaganda. Algo nesse estilo.

          — Você se daria bem em publicidade e propaganda. Pelo menos eu acho.

         — Eu acho que você seria um bom professor.

          — Obrigada, eu acho.

          — Não tem de quê.

          Simon não se lembra de jamais ter dividido o quarto com alguém. Nunca teve irmãos e não tem família além de Tia Ebb e o irmão dela, Tio Nico. Dormia sozinho desde sempre. E as poucas vezes que tivera que dormir fora de casa – aqui ou no interior – foram mal dormidas. Mas isso não aconteceu ao lado de Baz. A respiração dele parecia ser calmante e Simon pegou no sono pouco depois da luz ter sido desligada.

          E dormiu muito bem. Uma pena a noite ter durado tão pouco. 

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       Olá flores! Aqui foi mais um capítulinho de Timing Perfeito, mais dos nossos b*iolinhas favoritos. Segura que tem muito mais pra vir! Sexta tem capítulo novo e nele uma das minhas cenas favoritas ldskadlada, porém como foi avisado semana que vêm não vai ter, por causa da minha vida daqui do lado de fora. 

       O que eu vou tentar fazer é tentar produzir ainda essa semana e postar ainda essa semana um ou dois mini extras, envolvendo outros personagens ou talvez o ponto de vista do Baz. Porem não vou prometer isso, desculpa mesmo. 

      Além disso, não sei quem viu e quem não viu mas eu fiz uma pequena mudança na sinopse da história que acaba sintetizando mais o rumo que ela vai tomar. 

      Pra finalizar, como sempre, agradecendo à vocês que leem e à Lívia por betar/editar pra mim!