Timing Perfeito

Capítulo 16

DEPOIS

          A semana seguinte chegou e a pequena conversa (e aquele momento depois) parecia ter liberado algo em Simon. Na terça-feira ele chegou, se sentou no sofá e começou a conversar como se estivessem conversando desde sempre, mais confortável do que nunca.

          — Como é ser professor? Não que eu tenha vontade, mas fico curioso.

          E com essa pergunta, eles começaram a conversar durante todo o tempo que Lucy ficava com Amanda.

          Conversavam sobre trabalho, às vezes Simon contava sobre os colegas de trabalho que Baz não sabia quem era mas, de tanto ouvir o quanto pareciam chatos, já não os suportava - assim como o próprio Simon - e que de tanto comentarem, ele já sentia que conhecia.

          Baz se viu falando dos colegas professores também, da professora de Ciências que por algum motivo sempre olhava feio pra ele quando pensava que ele não estava olhando, sobre os meninos, sobre o fato de que em todas - Sim, Simon, todas - as turmas que ele dera aula tinha no mínimo um aluno que era simplesmente insuportável mesmo aos 9 anos

          Aos poucos eles foram diminuindo a distância entre eles dentro da já pequena sala. Alguns dias Simon sentava na mesa de Baz. Outros, Baz ia até o sofá e conversava com Simon ali mesmo. Uma vez foram até à cantina porque Simon comentou que estava com fome e dessa vez não tinha nada pra beliscar na sala.

          Era incrivelmente confortável conversar com Simon Snow, mesmo depois de todos esses anos. Mesmo depois daquilo. Era bom, e parecia tão...natural. A coisa simplesmente fluia. Baz se pegou rindo alto, falando sobre tudo e nada com Simon.

          (Ele propositalmente ignorava que às vezes, entre uma frase e outra, ele não conseguia pensar em nada por um segundo ou dois, enquanto olhava aqueles olhos azuis.)

          (Ele propositalmente ignorava a sensação de leve falta de ar e nervoso - mas não ruim - que sentia nesses curtos segundos)

         (Ele propositalmente ignorava a sensação tão boa e tão estranha quando Simon o tocava e deixava a mão lá por mais do que o tempo necessário. No seu ombro. No seu braço. Ele também ignorava perceber esse excesso de tempo.)

          Mas ele não ignorava o quanto gostava das terças agora. O quanto esperava dar 16:30h e poder sentar com Simon e simplesmente conversar.

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          E assim as semanas passaram e nenhum dos dois pareceu perceber que o fim da terapia aconselhada para Lucy chegava e com ela o fim dos encontros semanais até que Amanda chamou Simon para conversar pouco antes da sessão final.

          Baz tentou não pensar que ela estava roubando o tempo dele. E também tentou ignorar o conhecimento que esta seria a última e não teriam mais a desculpa da obrigação para se ver.

          Não que ele quisesse que Lucy continuasse sendo acompanhada. Ele, por ser o coordenador, estava ciente do avanço dela e ficava feliz por saber que se tratava muito mais de um problema de confiança do que algo mais sério, e talvez não requereu um fonoaudiólogo, e que ela estava melhorando.

          Nesse dia, a conversa não fluiu tão bem, e por causa disso foi de certa forma um alívio quando a pequena voltou.

          Mas, como sempre fazia, Simon parou na porta pouco antes de sair e se virou para Baz, porém diferente do normal, parecia quase sem jeito, meio...nervoso?

          — Então...

          — Então? - Baz responde com certa frieza. Era o que fazia quando se sentia triste às vezes. E estava um pouco triste naquela hora. Se Simon notou, resolveu ignorar.

          — Então, sexta-feira que vem, umas 20h, tem planos? - Definitivamente não era isso que Baz esperava. Mas na verdade ele não esperava nada - Você lembra da Penny, certo? Penelope Bunce, da escola. - Palavras saiam da boca de Simon mas Baz não entendia 100% o que elas significavam. - Bom, espero que você lembre, porque queria que você fosse comigo sexta que vem pro aniversário dela. 

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Ah, demorou um pouco mais saiu. 

Até semana que vem gente <3 Não tá facil. Pra ninguem. Não mesmo.