Capítulo 31

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          Depois daquela noite Simon se sentia cada vez mais próximo de Baz e mais feliz. Ele não tinha pensado muito sobre o momento de dizer que o amava, nem sequer tinha pensado muito sobre o fato em si, mas agora que estava aí fora, que ele já tinha dito e que, melhor ainda, Baz tinha correspondido, ele sentia como se fosse a verdade mais óbvia e simples do mundo.

          Simon amava Baz Pitch.

          O mundo dá voltas né.

          Mas agora que isso estava tão claro e com Baz sendo uma presença tão constante na vida deles, existia uma nova preocupação na mente de Simon, insistente nos últimos dias e que falava cada vez mais alto quando ele via Baz na porta da escola quando ia pegar Lucy e se restringia a apenas sorrir a uma distância segura - algo muito irritante dado os carinhos trocados na sala da coordenação de tempos em tempos.

          Ele tinha que contar a sua filha.

          Seu lado racional e que conhecia a filha que criava com a ex esposa - a garota doce e compreensiva, um presente que Simon amava mais que tudo no mundo - sabia que não seria exatamente um problema, até porque, crianças são bem abertas não é? E eles sempre criaram Lucy de forma a fazê-la entender que qualquer pessoa - ela inclusa - pode amar quem essa pessoa quiser, independente se é menino ou menina. (Eventualmente a conversa sobre quem não é nem menino nem menina exatamente chegaria mas ela só tinha 6 anos e Simon e Agatha concordaram em começar pelo "básico").

          Mas seu lado pai ficava nervoso sobre como ela iria reagir, ou como explicar, ou não sei? Ele ficava ansioso só de pensar.

          Quando comentou sua preocupação com Baz numa noite particular onde estavam os três em casa e depois de terem maratonado mais clássicos da Disney com pipoca e refrigerante e depois colocado Lucy na cama, Baz o tranquilizou bastante. (Simon tinha consciência, lembrava plenamente que Baz lidava com crianças e jovens todo dia mas às vezes simplesmente não ocorria que ele lidava e entendia essas crianças).

          — Simon, crianças nessa idade como a de Lucy são bem espertas. Mais do que às vezes nós damos créditos a elas. — Ele pegou a mão de Simon e beijou suavemente os nós dos dedos — Ela provavelmente sabe que tem alguma coisa diferente aqui, mas não sabe exatamente o que é nem o significado, mas também não parece aversa a minha presença, o que aliás me reconforta muito.

          ""Tio Baz, meu prof da escola, dorme lá em casa, no quarto com papai às vezes"" ele riu " ela sabe que rola alguma coisa. Você não traz outros professores pra cá, não é?"

          — Claro que não! - Simon riu, beijando Baz de leve.

          — Pois bem, eu acho justo que a gente explique pra ela, coloque as cartas na mesa, existem formas de lidar com crianças mas fingir demência e esconder algumas coisas não é a forma certa. É uma criança mas não é burra. E se vale de qualquer coisa, eu concordo com você. Você e Agatha criaram e criam uma menina linda e esperta e que não vai ter problema com o pai dela tendo um namorado. Além disso faríamos um favor pra Agatha, já que dia sim dia não ela fala naquele grupo sobre a tal da Blue do hospital.

          — Ta bom, ta bom, ta certo. - Simon respondeu, sentindo um pouquinho de orgulho — Mas como? E quando?

          — Que tal a gente viajar nós três no final de semana que vem? Aí a gente cria todo um clima e conversa com ela depois de um dia na praia.

          — Eu acho que ela vai adorar a ideia da praia. E eu também.

          — Pois otimo, eu tenho uma amiga que tem um chalé em Ios com 2 quartos e assim ela tem até privacidade pra processar caso queira ou precise. E eu — Baz se ajeitou e beijou o pescoço de Simon, se ajeitando e puxando - o pra si — fico com você so pra mim depois de um dia na praia, que tal?

Timing PerfeitoWhere stories live. Discover now