Capítulo 26

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          Próximo às 2h da manhã, Shep e Penny foram embora do bar e, com eles, uma Agatha consideravelmente embriagada pedindo por seu celular de volta (Pennyyyyyy, devolve eu tenho que mandar mensagem pra Bluuuuuue, eu preciso dizer que ela é a menina mais linda do hospital inteiroooo).

          E com isso ficaram só os dois num pub esvaziando.

          Estar com os amigos era muito bom, mas ter Baz só pra si?

          Aí sim, meus amigos. Aí. Sim.

          Dividiram mais uma porção de batata-frita enquanto a conversa rolava. Simon não estava verdadeiramente bêbado – e não achava que Baz estava também –, mas tinha bebido o bastante pra não conseguir parar de olhar a boca de Baz se movendo enquanto eles falavam sobre alguma coisa qualquer e comiam aquela batatinha.

          Quando pagaram a conta e se levantaram pra sair, Simon tomou uma decisão. Se ele estivesse certo, – olhares notados, toques singelos, conversas e mais conversas todos os dias – essa decisão daria totalmente certo.

          Eu quero beijar ele hoje.

          Esperou até estarem do lado de fora do bar, onde o tempo conserva aquela sensação de momento parado. Baz estava em pé, esperando o Uber que tinha chamado, a apenas 2 ou 3 passos de distância de Simon.

          Não tinha mais ninguém na rua além de um segurança, sentado numa esquina distante.

          Baz olhava o céu, os olhos refletindo as luzes dos postes em volta e o cabelo solto balançando levemente na brisa discreta, e não pareceu perceber quando Simon diminuiu a distância entre eles de uma vez, quase encostando no outro.

          — O céu tá lindo mesmo hoje né, super estrelado — Baz disse, suavemente.

          — É.

          E então Simon levantou as duas mãos e colou no rosto de Baz, puxando pra si de leve e o beijou.

          Foi apenas um toque de lábios. Leve e suave. O rosto de Baz era quente. Simon se afastou um pouco e abriu os olhos. Baz ainda não tinha reagido e o que ele viu foram apenas um par de olhos acinzentados o encarando, ligeiramente arregalados.

          Por um instante pensou ter cometido um erro terrível, e já se preparava pra fingir total demência e/ou culpar na cerveja. Mas então sentiu as mãos em sua cintura, puxando-o mais pra perto e dessa vez quem beijou foi Baz.

          Simon não tinha beijado muitas bocas na vida – antes de Agatha somente uma ou duas meninas em festinhas regadas a Skol Beats e depois de Agatha apenas umas outras 3 pessoas, e com exceção de Agatha, por quem tinha sentimentos, nenhuma das ficadas foi lá essas coisas.

          Mas beijar Baz? Beijar Baz era bom demais.

          Era aquele frio e quente ao mesmo tempo, uma sensação diferente e gostosa que não se sabe exatamente pôr em palavras. A boca de Baz era macia, e tinha gosto da batata frita e cerveja, a sensação de uma barba querendo aparecer deixava tudo ainda mais gostoso, e quando Simon pensou que não tinha como ficar melhor – nessa altura do campeonato Baz o apertava contra si com mãos fortes, e Simon já tinha passado os braços pela nuca do outro, deixando assim entre eles o menor espaço possível –, Baz sorriu.

          Ele sorriu enquanto se beijavam. E Simon sorriu também.

          Beijaram pelo que pareceu mais alguns minutos, talvez mais, quem sabia àquela hora da madrugada, até que o Uber de Baz chegou, e ele foi embora, deixando Simon sozinho por um momento, antes do próprio Uber chegar.

          Ainda lembrava do sorriso de Baz, tímido, e ainda sim, tão...!!! Ele parecia tão feliz. Também lembrava da forma que Baz só soltou sua mão quando foi obrigado, quando já praticamente sentava no banco do passageiro, parecendo não querer ter que soltar.

          Não precisava se lembrar da sensação de leveza de ter beijado Baz. Ela ainda estava lá. Chegou em casa com um sorriso no rosto. Tirou a roupa da rua e trocou por um pijama sorrindo. Deitou e ainda não conseguia parar de sorrir. Se sentia realizado. Realizado de ter beijado Baz e dele ter beijado de volta.

          Você, quando é jovem, pensa que aos quase 30 não se teria mais essa sensação, mas quando você chega nos quase 30 você percebe que nem tudo muda. Certas coisas ficam.

          A sensação de animação. De que você é algo que vibra. Um ponto de exclamação humano.

          E dormiu assim, exclamação. 


FINALMENTE NÉ MEUS AMORES

 Ai gente, espero que gostem <3 

Muito obrigada aqueles que leem e acompanham, eu fico mt feliz real <3

E agradecer tambem  a Lolli por ter betado/editado mais um capitulo pra mim <3 

(ela editou alguns outros, inclusive capitulos que eu ja postei, depois vou arrumar pra ficar tudo nos conforme e chique!) 

Até sexta!!!

Timing PerfeitoWhere stories live. Discover now