UNO

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Eu estava passando pela pista de dança de um badalado clube de Seattle, pegando o caminho de volta para a área VIP para encontrar meus amigos, quando senti meu braço sendo puxado. Perdi o equilíbrio, usando um musculoso e desconhecido corpo como apoio para não cair.

- Love, estou aqui, se perdeu? – Ouvi alguém dizer.

Olhei para o desconhecido lindo par de olhos verdes que me fitavam, acompanhados por um belo sorriso, e fiquei sem reação. O estranho, vendo que eu estragaria o que quer que ele havia armado quando fingiu me conhecer, se inclinou para perto de mim. Comecei a arfar e me preparar para a autodefesa achando que ele me beijaria, mas ele foi até meu ouvido, e sussurrou rapidamente.

- Por favor, finja ser minha namorada até que essa mulher saia daqui. Meu nome é Steve Rogers. – Meu Deus, que voz! E que desespero para fugir de quem quer que fosse.

Tive que respirar fundo para clarear os pensamentos e fazer o que ele falou ter sentido. Ouvi que ele quer que eu finja ser sua namorada, e que se chama Ster? Não, Steve. Tinha algo mais? Ele falou que era Rogers? Acho que ouvi errado.

- Não acredito que ela seja sua namorada. - A mulher que desesperava aquele homem falou, e eu a olhei pela primeira vez. Era morena de cabelos encaracolados, alta e linda. Uma modelo digna das melhores capas de revistas.

Diferente de mim, baixinha e loira. Um modelo comum.

Vi o olhar suplicante de Steve, e ainda sob a influência da voz dos olhos e do sorriso, o beijei. Não havia como negar nada para aquelas esmeraldas, que brilhavam mesmo com a pouca luz da boate. Brega, eu sei. Quando notei que podia entender tudo errado, era tarde. Tentei que fosse somente um beijo qualquer para espantar a morena, mas minhas mãos foram por vontade própria se enroscar no pescoço dele. Nossas bocas se moviam com uma sincronia perfeita, e parecia que nos beijávamos desde sempre.

A modelo morena ainda estava ali quando, finalmente e infelizmente, abri os olhos e afastei a boca da dele.

- Love, acho que agora, não tem como ela duvidar. – Falei olhando de rabo de olho para ela, ainda com os braços apoiados nos ombros dele. – Ou será que ela vai querer que façamos mais aqui?

Estava abraçada a um estranho, agindo como se fôssemos íntimos para provar alguma coisa para alguém que eu nem conhecia. Eu só podia estar louca. Por que deixei Thor me pagar bebidas?

- Nat?! Steve?! – Uma voz brava ecoou do meu lado. Carol.

Fazia algum tempo que eu tinha saído de onde ela e nossos amigos estavam para dar uma volta e não achava o caminho de volta. Quando achei, bem, fui pega por Steve. Minha amiga estava com o rosto fechado de raiva, olhando entre mim e Steve como se sem saber qual dos dois mataria primeiro.

Aliás, ela falou nossos nomes. Ele realmente tinha falado Rogers, eu não tinha entendido errado. Que sorte a minha trombar logo com o famoso irmão desgarrado que nunca tem tempo para a família.

- Olá, querida irmã. – disse Steve abrindo um sorriso forçado.

- Oi Carol. – Falei tentando não soar constrangida.

Ela nos olhou ainda abraçados, e franziu o rosto.

- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou desconfiada.

- Estou resgatando o seu irmão. – Falei.

- Sim, algumas pessoas têm problema para entender quando outras estão comprometidas. – Steve completou, gesticulando para a morena que insistia em ficar ali.

Só então Carol notou que havia uma quarta pessoa "participando" da cena.

- Ah, oi Peggy. – A mulher só a olhou de cima a baixo com cara de nojo. Carol não se abalou. – Bom. Então, acho que já podemos ir os três nos juntar aos outros?

LOVE ─ RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora