LOVE ─ Romanogers

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Steve POV

Por que eu tinha eventos nos fins de semana? Por que eu não podia ser como uma pessoa qualquer, e dormir até tarde, e sair à noite? Eu tinha que ter almoços, brunchs, e outras coisas chatas afins, que me impedissem de sumir no fim de semana.

Eu estava inquieto, e sabia exatamente o que era. Uma semana que eu não via Nat. Eu queria fugir para Seattle e vê-la. Conversar com ela pessoalmente.

Porra, eu acho que eu tenho que arrumar alguma coisa para fazer que distraia a minha mente. Estou começando a achar meio estranha essa presença dela na minha mente. É toda hora, por qualquer coisa. Mesmo que eu não queria, alguma coisa surge na minha frente, e lá está o nome dela vagando de novo.

Eu não conseguia nem olhar para outra mulher! Quando eu fazia, começavam as comparações com Nat. Acho que eu estava ficando mais exigente. Encontrei a perfeição, e quero que todas sejam como ela. Não, claro que não. Eu não quero que todas sejam como ela. Eu quero a única e original. Nenhuma se compara, e nunca vai se comparar.

Eu definitivamente tinha que ocupar a minha mente. Acho que ela ia ficar com medo se me ouvisse falar com tanta possessividade assim.

- Senhor Rogers, o senhor está bem?

Saí dos meus devaneios ao ouvir a voz da senhora Walsh. Meus olhos entraram em foco, e a vi parada de pé em frente à minha mesa com um semblante um tanto quanto preocupado.

- Eu?

- Está distante. Telefonei, bati na porta, e o senhor não respondeu. Fiquei preocupada, e resolvi entrar. Voltei a chamar, mas o senhor continuou viajando.

- Estou preocupado com uma coisa. Ainda não sei quem escolher para cantar na festa daqui um mês. – Menti.

- O senhor anda desatento desde que voltou de Seattle. Algo lá mexeu bastante com sua cabeça.

- Estou tão diferente assim? – Arqueei uma sobrancelha para minha secretária, que nem se importou. Nat teria mordido o lábio e gemido.

- Todos comentam sobre o fato de não estar mais com mulheres por aí, e estar passeando mais pela empresa, não enfurnado em sua sala trabalhando.

- Porra! – Meus empregados não têm vida. Uma merda de fofoqueiros. - Bom, acho que foi uma mudança para melhor. Então, não tem problemas. E eles que cuidem das próprias vidas.

- Não mesmo. – Senhora Walsh confirmou com um sorriso de orelha a orelha. - Vim avisar que o senhor tem uma reunião com o Conselho em menos de cinco minutos. Achei que tivesse esquecido.

- Não esqueci não, provavelmente levantaria correndo em algum momento. Obrigada.

- De nada. Com licença.

Estava tão na cara assim que eu estava diferente? Eu me sentia diferente, mas achei que ninguém repararia. Nunca achei que arrumar uma amiga fosse fazer tão bem para mim.

Fui para minha reunião com o Conselho, que levou o dia quase todo. Eu estava exausto ao extremo por ter passado o dia discutindo sobre números, porcentagens, planos de ampliação, e afins. Eu amava aquela empresa, mas ficar o dia todo sentado com um monte de homem, conversando sobre essas coisas em uma segunda-feira, matava qualquer um.

Enquanto dávamos uma pausa para um café e banheiro, fui para a janela de vidro olhar o trânsito e esfriar a cabeça. Com as mãos no bolso, comecei a alisar meu celular. Em um impulso levei-o ao meu ouvido.

- Olá! – Nat atendeu empolgada.

- Oi.

- Ligando no meio do expediente com essa voz... Algum problema, Steve?