LARISSA|— Quem sabe um dia nos esbarramos por aí e você enche o meu saco e tira o meu tempo novamente? - digo para ela e vejo um sorriso aparecer.
— Engraçadinho. Quem sabe? - rimos.
— Ou, podemos marcar algo. - sugiro. E ela me olha com uma cara de "o que você está querendo dizer com isso?"
— Você vai perder o seu tempo marcando algo comigo? - pergunto.
— Perder tempo com você? Não! E outra, quem te disse que você é perda de tempo? - pergunto.
— Mais é! - respondo. Isso é uma insegurança enooorme para mim. Meu antigo relacionamento me fez muito mal e reflete muito hoje.
— Não é! - o homem em minha frente afirma.
— Você quem sabe. - dou de ombros.
— Olha, então isso é um sim? Não desisto em?
— Talvez. Amanhã cê' nem lembra disso. - digo, com a maior certeza do mundo.
— Quem te falou isso? - pergunto para a morena em minha frente.
— É óbvio? - respondo.
— Tem coisas que nem querendo a gente esquece. E te dou minha palavra que não vou esquecer. Aliás, posso fazer uma coisa?
— Depende do que seja. - respondo. Vejo ele chegar mais perto e me beijar. Deixo rolar. Me permito viver isso, é algo diferente.
Pode ser que amanhã ele esqueça disso? Hoje mesmo. Pode! Altas possibilidades disso acontecer mas nem quero pensar nisso.
Foi um beijo calmo. E um beijo muito bom. Até que paramos porque meu celular chegava mensagem e lembrei do uber, então fui olhar.
E estava certa.
Esqueci!
Olho para ele assustada e começo a rir. Passo a mão no rosto e colocando um pouco do cabelo atrás da minha orelha.
— O que foi? - pergunta.
— Eu esqueci que tinha chamado o Uber. - explico. — tenho que achar a Marcela, mas duvido muito que ele me espere. Se cancelar agora, para chamar outro vai ser complicado.
— Ela não deve ter ido muuuito longe. - falo, tentando tranquilizar a morena. Dou um selinho e quando ela virou seguro no seu braço oque a faz voltar a me olhar.
— O que foi? - pergunto.
— Será que essa linda mulher poderia me passar o seu número? Ou será que vou ter que ir na loja novamente? - rimos.
— Gostei da segunda opção, sabia? - ele sorri.
— Tenho que confessar que eu também. - ela me passou o número e foi se afastando.
— Até que enfim garota! Da próxima vez eu te deixo aqui, entendeu? - me aproximo da Marcela.
— Aí amiga, desculpa. O uber já chegou? - me abraça.
— Claro que já! Vamos logo antes que ele deixe a gente - puxo ela e conseguimos achar o motorista. Peço desculpas pela demora e saímos do local do show.
Chegando em casa fui direto para o banho e depois capotei na cama.
Marcela fez o mesmo. Ela vai dormir aqui em casa porque é melhor. Jamais deixaria ir para casa sozinha.
Parece que a hora passou rápido, só pode! Porque mal deitei e minha mãe me acordou, caramba.
Corrigindo, nos acordou.
Ela me puxou, me levou para o banheiro e colocou debaixo do chuveiro. Sem mais, nem menos.
— Agora você acorda. - abro o chuveiro e coloco ela embaixo.
— Bom dia para você também, mãe! - cruzo os braços enquanto deixo a água cair em meu corpo.
— Boa tarde, minha filha. - lança um sorriso capaz de explodir o rosto.
— Que jeito carinhoso de me acordar, não acha?
— Você precisava! - afirma.
— Ah não mãe. Por que você fez isso? - bato meu pé no chão.
— Para te acordar. Te chamei mais de duas vezes e nada de você acordar. E outra, não fica com birra. Toma seu banho e vai se arrumar.
— Estou cansada mãe. - explico. — Muito cansada!
—Mas você tem que ir para o hospital - responde e eu bufo. Nessas horas eu queria não precisar fazer isso. Sério, eu tô' o pó! Pelo milagre de Jesus hoje é mais tranquilo. Eu acho. Assim eu espero.
YOU ARE READING
PRA QUEM DUVIDOU | RICELLY HENRIQUE
Fanfiction"E nem se eu quiser eu consigo te esquecer" Uma simples compra. Um encontro sem nenhuma intenção. Um momento. Há quem duvide que pessoas opostas possam se atrair, se amarem. Ninguém pensava, ninguém imaginava e muito menos botava fé. Aliás, todo m...