XI - O reino de silbury

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Arquia de frente ao templo de Maltwood, com o olhar distante, fitava as últimas imagens dos encantadores junto ao exercito de minotauros desaparecerem no bosque.

– O que está acontecendo? –Indagou Sam.

Arquia, preocupado, informou à menina:

– Não sei pequena, se você entenderia, mas vou tentar explicar. Olhou a garotinha e estendeu sua mão:

– Vamos! – Sam, segurou-lhe firme na mão, fazendo-o sentir que ela confiava nele.

– Aonde vamos? – Quis saber ela, curiosa.

–Ao clã de Silbury, o clã da terra. Vamos, professor? –Disse Arquia.

– Acho melhor não! Mais tarde nos falamos! – Soltando gentilmente a mão da menina.

– Até mais! – Despediu-se Acro.

Arquia e Sam foram ao templo de Silbury, Elementais da terra. Na entrada do templo, Arquia fitou o céu, agora tomado de nuvens escuras acompanhado de raios mais intensos sobre a cidade. Então, suspirou:

– Chegamos!

Sam querendo saber mais, encarando-o de baixo:

– Chegamos num monte de areia! E agora? Aonde vamos?

– É isso aí! – Exclamou Arquia, caminhando em direção à barreira de areia e atravessou, ficando de fora apenas uma parte do braço que segurava firme na mão da menina, que ao vê-lo sumir através da areia, puxou-o com força na esperança de tirá-lo, enquanto ele a puxava para dentro. A força de Arquia prevaleceu, e ela atravessou o portal de areia, indo parar dentro do corredor do templo de Silbury. Um homem de cabeça calva e bem arredondada, sobrancelhas grossas e assustadoras, veio em direção a eles, recebendo-os calorosamente.                      

– Que bom que chegaram!

Arquia retribuiu o caloroso abraço de seu velho amigo:

– O prazer é todo meu de estar aqui! É lamentável não conseguir vir mais vezes. – Ao término do cumprimento, Arquia continuou:

– Sam, este é o guardião da vida, Mestre Leonel.

Leonel olhava a menina, encantado:

– É tão pequena e com uma responsabilidade tão grande... Mas siga-me, o tempo é primoroso.

Seguiram ao final do silencioso corredor, onde uma gigantesca porta de madeira com desenhos esculpidos diferentes do templo central se abriu sem mesmo Leonel tocá-la.

– Por favor, entrem! – Disse Leonel fazendo as horas aos convidados.

Ao adentrar a sala a primeira impressão era a de que havia uma enorme bagunça barulhenta. Sam, vendo tantas crianças pequenas, arregalou os olhos:

– Puxa, parece o C.A. da minha escola.

– Vamos nos sentar ali! – Sugeriu Leonel. Então, acomodaram-se junto à antiga mesa de madeira.

Arquia, surpreso com a palavra C.A., indagou a Sam:

– O que é C.A.?

Sam, boquiaberto com a pergunta, encarou o ancião, replicando:

– Você não sabe mesmo?

Arquia respondeu virando o rosto de um lado para o outro. Sam deu um suspiro seguido de um sorriso, e explicou:

– É onde as crianças aprendem a desenhar e brincar com outras crianças. Escrever também.

– Agora sei! Aqui se parece com o C.A.! – Respondeu Arquia, gracejando, mas compreendendo o que ela quis dizer.

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