XVIII - A poção

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O grupo de Arquia retornou do Mosteiro dos peregrinos através de um portal, que os deixou próximos à floresta do suspiro do rei Gob. Debaixo da escuridão e do mau tempo, seguiram em direção à clareira da floresta, reencontrando Aradia junto à fogueira.

– Temos que ir! Obrigado pela ajuda. – Disse Arquia, despedindo-se dos anfitriões.   

– Quando tudo terminar farei uma grande festa! Mas exijo a presença de todos. – Propôs o rei Gob, entusiasmado.

– Vou dar uma ajudinha! – Exclamou Holls, e todo empolgado, deu um tremendo assobio, que fez com que uma ave fênix viesse pousar em seu braço:

– Que tal , hein?

– Ah, vai fazer o pássaro ficar maior? – Arquia parecia surpreso.

– Não! Não é bem essa idéia! – Holls corrigiu. Lançando um pó sobre Arquia, Taranis, Leonel, Sam e Elion, tornando-os pequeninos.               

– Por essa eu não esperava! Hehe. – Gracejou Arquia.       

Holls se abaixou, colocando a pequena mão no chão:

– Venham, subam! Foi muito bom recebê-los!–  Disse Holls enquanto ajudava os seus amigos a subirem na fênix.

– Aradia, você não vem? – Perguntou Sam preocupada.

– Vou ficar mais um pouco, logo nos veremos. – argumentou à corsa. E continuou: – Mestre Arquia quando estiver pronto, eu o levarei a Cracia!

Holls descontraído, com o passaro pousado sobre seu braço, disse mais uma palavrinha a Arquia:

– Por amor fazemos grandes sacrifícios! Somos apenas criaturas do criador! Quanto a você, seu pássaro de fogo, leve-os a Cracia, não os coma! Hehe, brincadeirinha. Agora vá! – E soltou o pássaro rumo à cidade.

Chegando a Cracia, a fênix aterrissou bem no meio da cidade em polvorosa, mediante a repentina escuridão, os tripulantes desceram do pássaro e quase foram pisoteados por Elementais que apressados corriam fugindo do mau tempo. Arquia mediante as circunstancias apressou-se em fazer um encantamento, fazendo-os voltarem ao tamanho normal. Sinalizou ao pássaro, que pousou em seu braço, e agradeceu:

– Obrigada pela viagem! – Colocando-o sobre seu ombro, recomendou: – Agora descanse.

Arquia, meio ao alvoroço da cidade, anunciou:

– Vou à sala de poções, você vem, Leonel?

Taranis, no mesmo instante, retirou de sua bolsinha a planta colhida na gruta, entregando-a ao mestre Arquia e Leonel:

– Peguem o sangue de dragão! Não se preocupem, vão bastar para as duas coisas. Eu fico com as crianças.

O jovem Elion encarou Taranis com sinal de reprovação. Ela o ignorou, fazendo um cafuné em sua cabeça, e continuou a falar com Arquia:

– Iremos a Silbury. –Segurando Sam e Elion pelas mãos, partiu em direção a Silbury.

Elion chateado soltou da mão de Taranis, empacando meio ao alvoroço da cidade: – Criança? –Resmungou o jovem.

Taranis insistiu, puxando o jovem e, com um abraço fraterno, explicou:

– Para mim, você sempre será uma criança. Lembra-se de quando você veio para sua primeira aula? O pequenino Elfo do ar veio estudar logo em Silbury. Você é o único sabe disso.

Uma sucessão de lampejos seguidos de raios caia sobre Cracia, um deles próximo a Sam, que deu um tremendo grito, interrompendo a crise existencial de Elion, que temeroso disse:        

– Então, professora, a senhora deve levar as crianças:                  –Vamos! Venha Sam! – Segurando nas mãos de Sam e Taranis.

Leonel e Arquia partiram para o templo de Maltwood, dirigindo-se direto à sala de poções. Ambos se dedicaram em preparar a poção reversa. Arquia amassava algumas ervas com soquete de madeira, enquanto Leonel picava a papoula junto à mandrágora. Depois, Arquia esfregou entre as mãos o alecrim, misturando tudo no caldeirão:    

– Este é o ingrediente principal para a poção reversa. – Disse Arquia jogando um pedacinho de sangue de dragão no caldeirão, fazendo-o borbulhar. Enquanto Leonel mexia os ingredientes com um galho de um velho salgueiro.

– Acredito nesta poção de cura. A poção está pronta! Sinta o cheiro. –Disse Arquia pegando um pequeno frasco e condicionando-a : – Ela tem que funcionar! Vamos!

 Leonel despediu-se do amigo e regressou a Silbury com a finalidade de plantar a belezinha do sangue de dragão, e Arquia foi a Anasazzi, indo direto aos aposentos do enfermo Notus, que estava aos cuidados de Ignis. Ela, ao vê-lo, levantou-se e foi em sua direção:     

– Mestre, que bom! O senhor trouxe a poção!

Ambos levantaram cuidadosamente a cabeça de Notus, fazendo-o beber a poção reversa. Arquia exausto, sentou-se , na expectativa de o remédio fazer efeito.

Devas os mensageirosWhere stories live. Discover now