19_ Fazê-la feliz será minha meta.

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Eu estava meio confuso com o que estava sentindo. Eu não queria acreditar que era ciúmes, acho que apenas eu não gostei do fato de eles apostarem.

Eu sempre achei esse tipo de atitude ridícula. Garotas não são objetos ou prêmios para serem disputados ou apostados.

Eu queria acreditar que estava apenas zangado pela atitude deles, e não que eu estava com ciúmes da Alice.

Eu acabei caminhando devagar para voltar pra casa e no meio do caminho peguei o celular de Sara.

Foi involuntariamente. Eu simplesmente o peguei e comecei a ler as mensagens da onde eu havia parado.

Miguel- Na verdade eu acho meio ultrapassado isso de dar buquê de flores. E é incrível que é sempre isso que o cara da pra mina no filme kkk.

Alice- Ah eu acho um gesto muito fofo. Por mais que eu preze mais por algo que vá durar. As flores com o tempo morrem.

Miguel- Se algum cara fosse te dar um presente, qual seria o presente ideal pra você?

Alice- Um urso de pelúcia.

Miguel- Urso? Daqueles grandes? Kk.

Alice- Ah, não importaria o tamanho. Podia ser um grande ou até mesmo um pequeno de chaveiro. A intenção é a mais importante pra mim.

Um sorriso pequeno se formou no canto de meus lábios quando eu li a mensagem enviada por ela e olhei pro lado encontrando a lojas Americanas.

Eu não sei o que deu em mim ou o que passou pela minha cabeça, eu só... entrei lá dentro e fui direto para a sessão de brinquedos onde tinha um urso de pelúcia castanho claro com um laço branco em volta de seu pescoço. Ele era mais bonito do que o que eu dei para Sara.

Quando me lembrei daquele dia, me lembrei da discussão que tive com Sara.

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- Eu não quero que fale com ela, olhe pra ela e nem sorria pra ela! Entendeu bem? - Sara me encarava com as mãos na confira.

- Ta falando de quem agora, Sara? - A encarei rindo.

- Da Alice, né! Aquela garota é caidinha por você. - Ela cruzou os braços e revirou os olhos.

- E como você sabe disso? - Cruzei meus braços. Eu não acreditava que Alice gostasse de mim, Sara que era muito ciumenta e cismava com a garota.

- Ela vive te olhando. Ta sempre na arquibancada da quadra te vendo, aquela Maria amiga dela vive falando dela pra você. É tão óbvio que ela é afim de você.

- E dai? Por acaso não confia em mim?

- Confiarei se não falar, chegar perto, sorrir e nem olhar pra ela. - Ela falou de forma rude.

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Infelizmente naquele dia eu encontrei Alice na loja.

A mesma sorriu pra mim e eu tive a coragem de virar as costas pra ela.

Me senti o cara mais idiota do mundo por ter feito aquilo. Ela apenas tentou ser gentil e eu fui rude.

Eu sou um idiota.

Acabei pegando o urso e fui até o caixa para paga-lo. Depois daquilo, fui direto para o meu apartamento. Eu não iria lá simplesmente entrega-lo, apenas colocarei em frente a sua porta com um bilhete.

Ela não precisa saber que fui eu.

Quando cheguei no meu apartamento, fui direto para o meu quarto e peguei uma folha de papel em branco.

Não deixe de sorrir por causa de pessoas ruins. O seu sorriso é uma das coisas mais lindas que já. "

Eu não soube o porquê de eu ter escrito aquilo, eu só tentei ser o mais sincero possível.

Se ela sorrisse quando visse esse urso, meu dia já estaria melhor.

Eu estava torcendo para que ela não reconhecesse a minha letra.

Sai do meu apartamento segurando o urso e o bilhete e desci para a recepção. Sai do edifício e atravessei a rua.

Na recepção do prédio dela não tinha ninguém, então subi direto para seu andar. Quando cheguei em frente a sua porta, comecei a sentir uma sensação estranha.

Eu não soube explicar o que era. E também não lembrava de já ter sentido aquilo antes.

Eu estava nervoso. Ansioso. Com medo. Eu estava muito estranho.

Deixei o urso na sua porta junto com o bilhete e bati.

Eu me escondi perto da escada e vi quando a mesma abriu a porta e olhou de um lado para o outro estranhando não ter ninguém.

Eu senti o meu coração acelerar quando a vi. Foi uma sensação insana. Eu não entendi o que tava rolando comigo.

- Quem é? - Pude ouvir a voz de Maria de dentro de seu apartamento.

- Ning... - Alice começou a falar mas parou quando olhou pra baixo e viu o urso.

A mesma o encarou por um tempo sem reação alguma, coisa que me preocupou. Só que em seguida ela abriu um sorriso tão lindo que me fez suspirar de alívio.

Alice se abaixou e pegou o urso em mãos. A mesma o analisou com um sorriso encantador e só ai notou o bilhete pendurado no laço.

Ela o abriu e fez uma cara um tanto estranha quando leu.

Será possível que ela reconheceu minha letra??

A mesma fechou o bilhete, abraçou o urso e olhou de um lado para o outro novamente procurando por alguém, obviamente pela pessoa que havia deixado o urso.

Me desesperei um pouco quando ela começou a andar na minha direção.

Quem visse aquela cena, pensaria que eu era um fugitivo, ou um retardado, por que eu sai correndo pelas escadas feito o diabo fugindo da cruz.

Cheguei a recepção e sai andando feito uma pessoa " normal " pois haviam pessoas ali.

Logo depois voltei ao meu apartamento. E assim que entrei e fechei a porta, meu olhar foi até a janela onde eu vi Alice entrar de volta em seu apartamento com o urso.

Não foi proposital, eu só olhei pra frente e acabei a vendo.

A mesma estava com um sorriso no rosto enquanto segurava o urso e mostrava a Maria.

Quando eu vi o seu sorriso, eu decidi que faria de tudo para que ela sorrisse mais, mesmo que ela não soubesse que vinha de mim.

Fazê-la feliz agora seria a minha meta.

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Continua...

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