30_ To disposto a atrapalhar.

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Meu coração batia feito um louco, parecia que sairia do meu peito a qualquer momento.

Eu apaguei a tela do meu celular e tampei o meu rosto com as minhas mãos sentindo a vergonha bater em cheio.

O que eu estava pensando? Estamos juntos tem tipo, 1 hora, e eu já chamei ele para assistir um filme comigo no meu apartamento?? O que deu em mim hoje? Até numa festa eu fui!

Eu decidi que voltaria a conversa e apagaria a mensagem antes que ele visse.

O meu celular vibrou antes mesmo que eu ascendesse sua tela. Era tarde demais. Miguel já havia visualizado e já havia me respondido.

Eu queria enfiar minha cabeça num buraco.

Miguel- É claro!

Seria rude da minha parte dizer que eu estava apenas brincando?

Miguel- Só vou colocar o meu celular pra carregar e estou indo.

Um frio imenso percorreu a minha barriga e eu respirei fundo.

Relaxa Alice, Miguel vai passar bastante tempo comigo agora, tenho que me acostumar e parar de entrar em pânico assim. Ele não é mais só o cara que eu admarva mas que não me dava bola, agora ele estava comigo. Não tenho porque me desesperar.

Alice- Pode carregar aqui, te empresto o carregador.

Miguel- Ah, ta bom kk to indo então, antes que a gente perca metade do filme.

Eu sorri e fui até o quarto para pegar meu carregador. Na verdade, eu esperava encontra-lo na gaveta da minha escrivaninha, onde eu guardo esse tipo de coisa, carregador, fones, capinhas de celular e etc. Mas não estava lá.

Ali é o lugar onde deve ser guardado, o que não significa que eu lembre de coloca-lo ali sempre.

Comecei a olhar pelo quarto vendo se eu não havia deixado pendurado em alguma tomada, mas também não estava em nenhuma delas.

Continuei procurando até que ouvi o som de alguém batendo na porta.

Me levantei, já que estava ajoelhada procurando embaixo da cama, e fui até a porta da sala a destrancando.

- Oi. - Sorri assim que vi Miguel vestido com um moletom preto, cujo capuz estava em sua cabeça.

- Oi. - Ele sorriu, deu um passo a frente e me deu um beijo na bochecha.

- Entra, eu to procurando meu carregador que desapareceu. - Dei espaço para o mesmo que entrou e fechei a porta em seguida. - Pode sentar.

Miguel caminhou até o sofá e se sentou no mesmo.

- Eu trouxe chocolate. - Olhei para ele vendo que o mesmo segurava três barras de diamante negro. - Você gosta desse?

- Eu amo. - Falei rindo e o mesmo sorriu. - Espera só um minuto, vou procurar o carregador.

Voltei ao quarto e comecei a procurar na minha cômoda. Ele não podia ter saído correndo.

- Quer ajuda? - Miguel me seguiu e assim que parou na porta do meu quarto, olhou de um lado para o outro. - Seu quarto parece de uma criança, é todo fofinho. - Ele falou com um sorriso.

- Eu sei. Gosto que seja aconchegante. - Sorri. - No orfanato eu não tinha um quarto só pra mim, então agora eu aproveito e decoro como eu sempre quis. Mesmo que pareça infantil. - Falei rindo de mim mesma e ele se aproximando com um sorriso.

- Quer ajuda? - Ele se agachou para ficar a minha altura, já que eu estava ajoelhada procurando em uma das gavetas.

- Eu acho que não estou procurando direito. Eu uso esse carregador todo dia, não é possível que suma assim. - Me sentei no chão frustrada e ele olhou de um lado para o outro com uma expressão pensativa.

- Você só usa ele aqui ou leva pra algum lugar? - Ele perguntou voltando a olhar pra mim e eu arregalei meus olhos.

Naquele momento eu me lembrei que geralmente eu levo pra faculdade, ou seja, tinha 90% de chances de estar na minha mochila.

Eu fui até a mesma que estava em cima da minha cama e me senti uma tremenda burra quando o vi entre meus cadernos.

- To me sentindo uma idiota. - Ri mostrando o carregador pra ele e ele sorriu vindo até mim.

- Não é uma idiota, só um pouco esquecida. - Ele falou me fazendo rir. Estendi o carregador pra ele e o mesmo pegou. - Gostei do seu moletom.

- Ah, Maria me deu. - Sorri e nós saímos do meu quarto. Miguel colocou o celular dele pra carregar na sala e logo nos sentamos no sofá. O filme já havia começado tinha uns minutos, o que me fez ter que explicar pra ele o que acontecia no começo.

[...]

Estávamos no meio do filme mais ou menos, Bianca havia acabado de descobrir que o Toby estava usando ela e também que o Wesley estava com a outrazinha lá, ou seja, a cena mais triste do filme pra mim.

Eu estava tentando segurar, mas quando ela começou a chorar e quando a música triste começou, uma lágrima sem querer escapou de meus olhos.

- Alice? - Miguele chamou. - Alice, ta chorando? - Olhei pra ele e rapidamente sequei minha lágrima. - Você ta chorando? - Ele me encarou.

- Essa cena é triste. - O encarei e o mesmo acabou abrindo um sorriso.

- Eu não aguento você, cara. - Miguel passou seu braço sobre meus ombros e me puxou pra ele. Com sua outra mão ele segurou o meu rosto me fazendo olha-lo e aproximou seu rosto do meu até que estivéssemos cara a cara. - Não chora porque parte meu coração.

Ele sussurrou e logo acabou com a distância entre nós, assim me beijando.

Ele me beijou lentamente enquanto me puxava mais pra ele assim intensificando mais o beijo.

Nós nos separamos quando o filme deu comercial e começou a passar um trailer de um filme de ação que foi tão alto que nos assustou.

Nós olhamos para a televisão e acabamos rindo depois por causa daquilo.

- Acho que eu to atrapalhando o seu filme né? - Ele sorriu pra mim.

- Um pouco. - Sorri convencida e ele riu olhando para a televisão. Tomei coragem e direcionei minha mão até seu rosto o fazendo olhar pra mim - To brincando... você não me atrapalharia nem se quisesse.

Miguel sorriu pra mim.

- Tem certeza? Porque eu to disposto a atrapalhar. - Ele sorriu e mais uma vez se aproximou de mim, dessa vez com rapidez e me beijou novamente.

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Continua...

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