Alice tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade.
A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês.
Alice é só...
Alice corou com o que eu disse e eu sorri com isso.
Nós dois caminhamos lado a lado em direção a rua de nosso apartamento enquanto ela padecia estar pensando em algo.
- Você vai na festa amanhã mesmo? - Quebrei o silêncio mas ela não pareceu me ouvir. - Alice?
- Hm? Oi! - Ela respondeu olhando pra mim. - Desculpa. É que eu tenho uma prova importante amanhã, estava repetindo as fórmulas na minha cabeça.
- Ata. - Acabei rindo.
- Mas, o que você perguntou?
- Se você vai na festa amanhã mesmo. - Perguntei olhando de um lado para o outro antes de atravessar a rua com ela ao meu lado.
- Ah... eu... - Seu tom de voz baixou e eu pude notar que ela não estava nem um pouco afim de ir.
- Não quer ir né? - A olhei com um sorriso e ela riu olhando pra baixo.
- Na verdade, não. - Ela negou com a cabeça. - Eu realmente não gosto nada de festas. São muito barulhentas e cheias pra mim. Nada do que rola em festas me agrada. Eu não bebo, não sou de dançar na frente dos outros, não tenho muitos amigos... Não faz sentido algum eu ir amanhã. - Ela falou rindo de si mesma.
- De fato. - Assenti. - Mas por que concordou em ir então? Se não vai se sentir bem lá, não deveria ir.
- É que... o Vitor insistiu tanto. - Meu sorriso sumiu quando a ouvi falar dele. - Eu nem conheço ele direito, sabe? Ele nunca tinha falado comigo. Ai do nada essa semana se aproximou de mim de repente.
- Ah, com relação a isso, eu preciso te falar uma coisa. - Me virei para a mesma que me encarou. - O Vitor apostou com os caras que ficaria com você.
- Apostou?
- Isso. É uma atitude bem infantil. - Revirei meus olhos. - Mas eu acho melhor você saber. Eu não ficaria nada bem se ele te magoasse. - Alice olhou pra mim um pouco surpresa com o que havia ouvido, eu pude notar.
- Ah... Não se preocupe. - Ela voltou a caminhar e eu acompanhei. - Eu não pretendia me envolver com ele.
Um sorriso enorme se formou no meu rosto quando a escutei, a minha sorte foi que ela não notou.
- Mas... então? Você vai desmarcar com a Maria?
- Ela vai me matar por isso. - Alice riu.
- Ela vai entender. - Sorri.
Nós chegamos em frente ao seu apartamento e ela me encarou.
- Obrigada por trazer pra mim. - Ela sorriu pegando suas sacolas da minha mão. - Tem certeza que não quer que eu pague? Eu... - A interrompi.
- Alice, esquece isso. Você não vai pagar nada. - Sorri para a mesma.
- Ta bom. - Ela bufou. - Obrigada. - Ela sorriu pra mim e virou as costas entrando no seu prédio.
Eu não pensei direito na hora, eu só achei que seria uma desculpa válida para que possamos começar a conversar mais.
- Alice? - A chamei fazendo-a olhar pra mim novamente. Eu caminhei apressado até ela e parei em sua frente. - Eu tenho o seu número. No caso, no outro telefone. Então... eu posso te mandar uma mensagem pra você salvar o meu? Só pra amanhã eu saber se você vai na festa ou não, já que iríamos juntos.
- Ah... - Ela me encarou. - Po-pode sim.
- Então ta. - Sorri pra ela. Devo admitir que meu sorriso foi um tanto bobo demais, se ela viu, percebeu de cara que eu estava louco por ela.
Alice sorriu também e logo depois virou as costas indo até as escadas.
Eu corri para meu apartamento com apenas uma sacola em mãos, entrei no mesmo, deixei o frango na cozinha e a primeira coisa que fiz foi pegar o celular de Sara.
Eu peguei o número de Alice e salvei no meu celular. Eu fiquei me perguntando se não deveria ser ansioso, se deveria mandar mensagem só mais tarde.
Miguel- Oi Alice!
Tarde demais.
Ela não estava online ainda e a mensagem também não havia chegado pra ela, então eu apenas apaguei a tela do celular e fui tomar um banho antes de preparar o meu almoço.
[...]
Já deviam ser umas 18h da tarde. Eu estava sentado no chão da sala embaixo da janela assistindo televisão. Ao meu lado estava o meu celular.
Não vou mentir, eu estava esperando que Alice me respondesse. Ela não havia entrado online desde aquela hora.
Eu entenderia se ela não quisesse me responder, depois do que a Sara fez... entenderia perfeitamente.
Eu estava assistindo um desenho aleatório que estava passando na Nick, tal de The Loud House, estava nem prestando atenção. Na verdade, estava quase dormindo quando meu celular apitou e sua tela se acendeu.
Eu imediatamente o peguei e sorri quando vi que era Alice.
Alice- Oi Miguel, me desculpa estar respondendo só agora. Mas como eu tenho uma prova importante amanhã, eu acabei desligando a internet e deixando o celular bem longe de mim para não me distrair kkk.
Miguel- Sem problemas kkk.
Alice- Eu fico meio incerta de conversar com você por aqui.
Miguel- Eu entendo. Não precisa ficar conversando comigo se não quiser, eu só queria que salvasse o meu número mesmo.
Alice- Eu quero conversar com você, eu só...
Eu a entendia perfeitamente. Se alguém fizesse comigo o que a Sara fez, eu também ficaria incerto de conversar com a pessoa pelo Whatsapp, mas eu queria conversar com ela.
Então fiz algo que achei que pudesse provar pra ela que realmente era eu. Mandei uma foto do jeito que eu estava.
Péssimo? Sim. Mas minha vontade de conversar com ela foi maior que a minha razão.
Miguel-
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Não demorou muito e Alice respondeu com uns emojis rindo.
Para garantir para a mesma que realmente era eu, eu a pedi para ir até a janela da sala. Eu me levantei e fui até a sacada onde a vi pela janela com um rabo de cavalo.
Eu fiz a mesma careta que fiz na foto e a mesma gargalhou. Aquilo me fez sorrir.
