42_ Cuidado com o boi!

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Depois de discutir e no fim dar um abraço em seu irmão, Miguel e Duda me levaram pra dentro da casa que era de fato muito aconchegante.

Os móveis eram todos de madeira e haviam muitos quadros nas paderes. Uma coisa que eu reparei é que haviam muitos vasos com flores. Tipo, muitos mesmo.

Assim que entramos na sala da casa, um homem de postura reta com um sorriso simpático veio até nós.

- Pai! - Miguel abraçou o homem que lhe devolveu o abraço.

- Esse é meu pai. Ele é Marechal. - Duda falou baixo somente para eu escutar.

Miguel se separou de seu pai e Douglas passou por nós se sentando no sofá. O mesmo olhou pra mim com um sorriso e me olhou dos pés a cabeça, coisa que me deixou meio desconfortável.

- Pai, essa é a Alice, minha namorada. - Miguel segurou minha mão me fazendo dar um passo a frente. - Esse é meu pai.

- Oi! - Sorri e ele estendeu sua mão para que eu apertasse.

- É um prazer, Alice. - Ele sorriu simpaticamente e olhou para Miguel novamente. - Sua mãe e sua avó estam na cozinha, vá lá.

- E o vovô? - Miguel perguntou enquanto o homem se dirigia a porta da sala.

- Ta no jardim de trás colhendo flores para sua avó. Sabe que ele faz isso todo domingo. - Ele falou e eu acabei sorrindo ao ouvir. Imagina receber flores todos os domingos? Isso explica o tanto de flores pela casa.

- Vem? - Miguel puxou minha mão de leve e me levou para outro cômodo.

Ali era a cozinha, pude notar pelos móveis e pelo cheiro incrivelmente delicioso.

Avistei também duas mulheres. Uma mais idosa com uns cabelos castanhos e a outra provavelmente era a mãe de Miguel.

- Mãe? - Miguel a chamou e a mesma olhou para nós.

Ela olhou para ele com um sorriso e depois olhou para mim. Ela me analisou e logo caminhou até nós.

- Oi meu filho. - Ela o abraçou e depois parou na minha frente.

- Alice, não é mesmo? - Ela sorriu pra mim.

- Isso. - Sorri e ela me abraçou em seguida.

- Muito prazer, querida. Você é muito bonita. - Ela segurou meus ombros.

- Obrigada. - Sorri sem jeito.

- Eu tenho bom gosto né mãe? - Miguel sorriu convencido.

Miguel me apresentou também para sua avó que era uma gracinha. Eu juro que fiquei imaginando como seria a dona Clara junto com ela.

Nós estávamos conversando quando um senhor de cabelos brancos e um peculiar bigode também branco entrou na cozinha segurando umas flores coloridas.

Ele a levou para a senhora que lhe deu um beijo e agradeceu. Não vou negar, achei aquilo fofo demais.

- Eu posso ser que nem ele se quiser. - Miguel falou no meu ouvido me fazendo sorrir. 

- Não vou negar que eu iria amar. - Sorri para ele e ele me deu um beijo.

- Bem, enquanto o bolo não fica pronto, vamos pra sala. - A mãe de Miguel falou chamando a nossa atenção.

Todos concordaram e logo fomos para a sala. Nos sentamos e eles começaram a conversar contando coisas que eles lembravam, relembrando coisas engraçadas e essas coisas. Uma delas foi Miguel e o tal boi Calvin.

Eles praticamente humilharam Miguel que se encolheu no sofá ao meu lado envergonhado.

- Ela já sabe dessa história. - Miguel falou e eu olhei para o mesmo que estava começando a ficar vermelho.

- Ele ta corando! - Duda falou rindo e eles riram em seguida.

Eu nunca o tinha visto daquele jeito. Eu o encarei e ele olhou pra mim com um sorriso tímido.

- Então Alice, fala mais de você. - A mãe de Miguel me encarou. - Quantos anos você tem, o que você cursa, como está sua família.

Eu parei de sorrir com sua pergunta e abaixei meu olhar. Miguel notou minha reação e eu percebi que ele falaria algo, mas eu não permiti. Eu não precisava ter vergonha de mim mesma.

- Bem... eu tenho 19 anos, curso psicologia, é um dos meus sonhos ser psicológica. - Sorri. - E eu não tenho família. Pelo menos... eu nunca os conheci.

- Você cresceu num orfanato? - Duda perguntou me fazendo olhar pra ela.

- Sim. - Assenti.

- Então, você nasceu num orfanato, não conheceu ninguém da sua família, e agora mora num apartamento e cursa a faculdade dos sonhos? - O pai dele me encarou. - Você é um grande exemplo, Alice. Eu nem imagino tudo que você já passou, mas mesmo assim não desistiu dos seus sonhos. Parabéns!

- Ah... obrigada! - Sorri pra ele e Miguel também sorriu pra mim.

- De fato. É um prazer ter você na família, Alice. Nos visite quando quiser. - A mãe dele falou com um sorriso simpático.

- E se o Miguel vacilar com você, fica com o Douglas, só pra continuar sendo minha cunhada. - Duda falou me fazendo rir. Miguel esticou seu braço dando um tapa atrás da cabeça da Duda. - Ai seu corno!

- Duda! - A mãe dela lhe repreendeu e Douglas gargalhou no outro sofá.

Acabou que no final eu me dei super bem com eles. Foram todos muito legais comigo e me fizeram sentir bem avontade.

Nós batemos parabéns para o avô de Miguel e no fim Duda fez uma homenagem cantando para ele, coisa que o fez chorar.

Cara, aquilo foi muito lindo! E Duda cantava super bem.

Infelizmente tudo passou muito rápido e logo estava na hora de voltarmos.

- Antes de irmos, podemos andar um pouco por aqui? É a primeira vez que venho em uma fazenda. - Perguntei para Miguel que sorriu pra mim.

- Claro meu amor. - Ele segurou meu rosto me dando um beijo na testa e caminhou comigo até a porta. O resto do pessoal estava na sala ainda comendo o bolo. - Mãe? Vou dar uma volta na fazenda com a Alice.

- Cuidado com o boi! - Duda gritou de volta me fazendo rir.

Eu e Miguel saímos da casa e começamos a andar naquele caminho de terra no meio daquele campo.

Tudo ali me agradava. O cheiro, o vento, a calmaria. Por mim eu ficaria ali sem problema algum.

Eu estava sorrindo andando por ali quando notei Miguel me encarando.

- O que foi? - Parei de andar.

- Você é linda, Alice. É forte, inteligente, boa, fofa. Eu tenho muita sorte de ter alguém como você do meu lado. - Ele parou na minha frente e rodeou minha cintura com suas mãos. - Eu te amo.

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Continua...

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