Capítulo 3

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👔Lucas Bernard👔 

Acordo bem mais cedo do que deveria. Às vezes eu nem sentia tanto sono quando me deitava na cama. Minha cabeça ficava cheia de pensamentos, faculdade, emprego, meu chefe.

Ah meu querido chefe.

Ninguém na agência sabia que um secretário como eu tinha criado sentimentos pelo chefe, Rodrigo, mas que foram "gentilmente" enterrados pelo próprio no primeiro momento que ele abriu a boca para falar comigo. A única pessoa que sabia sobre esses sentimentos era Amber. Nem tia Diana que mora do outro lado do continente saberia me ajudar com isso. Mas minha melhor amiga era a única que eu poderia confiar esse segredo. Ouvia-me sempre que eu reclamava daquele homem. Porém todos esses sentimentos foram enterrados pela sua arrogância a sete palmos abaixo da terra. Nunca em toda minha vida eu pensei que o famoso Rodrigo Cariston, um renomado advogado criminal seria uma pessoa muito petulante. Via e ouvia pessoas da cidade falando que ele era muito bom no que faz, o que não era mentira já que é um brilhante advogado, mas o que elas não sabem é que ele esconde tudo isso atrás de uma máscara.

Uma vez, bem no começo, Rodrigo me chantageou para que eu pegasse uma ficha de documentos da senhorita Palps para que o mesmo pudesse prosseguir em seu caso. Naquele tempo perguntei o motivo de eu estar fazendo aquilo, mas soube por Amber que os dois tiveram um caso de poucas semanas e, como sempre, Rodrigo tinha feito alguma merda. Eu me recusei em fazer aquele trabalho sujo, porque sou seu secretário e não seu assaltante particular, mas aquele homem ameaçou em me despedir se eu não fizesse aquela tarefa. Outra pessoa em meu lugar ficaria em pânico e faria logo o que ele pediria, mas comigo não funcionou pois eu tinha uma carta na manga. Falei que ele poderia me demitir, porém todos os relatórios feitos até então por mim estariam no lixo e ele teria que arcar com as consequências por perder algo que poderia ajudá-lo.

Depois desse ocorrido, ele nunca mais tentou me chantagear, não me pediu mais nada além de meus serviços como secretário, o que eu achei uma maravilha, porque se ele voltasse a pedir usaria a mesma tática. Às vezes sinto que Rodrigo tem uma certa inveja de outros advogados, não que os outros sejam maiores que eles, mas que cada um se contenta com os casos que pegam. Meu chefe não é desses, ele quer mais e faria de tudo para conseguir. Depois que ele conseguiu prender Gonzalez a sua sede por pegar casos bem mais perigosos só aumentou, e o que mais cresceu foi sua fama nas famosas facções criminosas que habitam o estado.

Termino minha higiene matinal e vou correndo para a agência. Quase chegando na entrada dou de cara com o senhor Torres conversando ao telefone. Ele percebe minha aproximação e deseja bom dia, retorno educadamente o cumprimento e adentro para recepção. Não demorou muito e logo aparece em minha mesa uma Amber toda sorridente com dois copos de café na mão, pelo visto acabaram de sair. Não é sempre que nos encontramos assim tão cedo na agência, parece que não é só eu que não sente vontade de dormir. Ficamos conversando por um bom tempo até que meu chefe entra na para sua sala falando ao telefone. Poucos minutos depois Amber volta para sua mesa, deixando-me sozinho.

A metade do dia foi resumido em papelada atrás de papeladas, traduzi alguns documentos que Ricardo tinha pedido e logo enviaria por e-mail. Faltava 5 minutos para dar a hora do almoço quando entra uma moça muito bela, com seus cabelos longos e loiros na agência. Ela se dirige até minha mesa com passos firmes. Chegando em minha frente, ela coloca sua bolsa em cima dela e retira seus óculos de sol.

— Meu querido, você poderia me dizer se o Rodriguinho está na sala dele? — Querido? Rodriguinho? Essa moça está bêbada, só pode.

— Aguarde um momento... — Falo pegando o telefone e apertando para falar com Rodrigo. — Desculpe-me, mas a senhorita seria?

A PropostaWhere stories live. Discover now