Capítulo 9

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👔Lucas Bernard👔

A segunda-feira amanheceu calma, nada que pudesse me prejudicar... A não ser o humor de meu chefe. Rodrigo estava uma pilha de nervos e quem entrasse em seu caminho conheceria Deus logo, logo. Sentado em minha mesa mexendo em alguns relatórios para entregar ao meu chefe, ouvia-se do lado de fora ele gritando com alguém pelo telefone. Pela gritaria, a coisa era séria, pois por aquela porta não saiu mais. Continuo focando em minha tarefa até que o telefone toca, dando indício que senhor Cariston necessitava de meus serviços.

— Pois não, senhor Cariston? — Digo assim que atendo.

— Lucas, me diga que você conseguiu o relatório daquele casal que eu te pedi mês passado. — Falou com sua respiração alterada.

— Senhor Cariston, o caso do casal Ramos já foi resolvido. — Falo arqueando uma de minhas sobrancelhas. Parece que alguém surtou e esqueceu que o caso já foi resolvido. — O senhor não se lembra?

— Se eu estou perguntando, é claro que não! — Grosso. — Quer dizer... Desculpe... Lucas...

— Tudo bem senhor, eu entendo seu estresse. — Falo suspirando, fechando a aba do computador e colocando os relatórios para imprimir. — Quer que eu busque um calmante para o senhor?

— Não tem necessidade. — Falou parecendo que estava se acalmando. — Vou desligar.

— Tudo bem, caso queira algo me chame. — Nem respondeu ao que disse e desligou logo em seguida.

Vou me levantando indo para sala das impressoras pegando os relatórios já imprimidos. Nesses relatórios estavam tudo o que Rodrigo deveria saber, ou mais, sobre o paradeiro do chefe da quadrilha que contrabandeava pessoas. Miguel Gonzalez sumiu do mapa, depois do atentado na prisão onde estava, ninguém soube mais dele. Parece que virou fumaça e sumiu, mas isso era estranho, muito estranho. Um chefe daqueles fugir da prisão, mas não ir atrás de quem o colocou nas grades era algo que deveríamos nos preocupar. Pensando bem, se eu fosse um criminoso altamente perigoso e foragido da polícia ainda, eu não faria nada que pudesse comprometer minha localização, então eu ficaria por um bom tento escondido até que a polícia esqueça o caso e eu volte ao que estava fazendo. Mas pensando pelo outro lado, Miguel poderia estar armando um plano para pegar Rodrigo e seus parceiros, o que poderia acarretar em alguma coisa mais perigosa para meu chefe. Só de pensar que esse criminoso está a solta, me dá um arrepio no corpo.

Sinto um par de mãos me tocando no ombro me fazendo saltar de susto. Quando me viro, vejo Rodrigo em minha frente com seu semblante nada amigável. Percebo que seus olhos estavam vermelhos, deveria ser ainda por causa da ligação que recebera logo mais cedo. Gostaria de saber qual assunto se tratava, mas como eu não tinha intimidade com meu chefe a melhor coisa a se fazer era ficar em silêncio. Sua testa estava com algumas gotas de suor, então confirmava que o assunto que estava tratando pelo celular era bem sério, ou pessoal, quem sabe.

— Necessita de alguma coisa, senhor? — Pergunto, me afastando um pouco dele.

— Liguei para sua mesa e você não me atendeu. — Falou sem tirar os olhos de mim. — Esses são os relatórios que te mandei de madrugada?

— Sim, são sim! Desculpe por não atender, vim aqui imprimir. — Falo entregando os cincos papeis que ele tinha me mandado. — Algo mais?

— Não! Era só isso mesmo que estava precisando. — Falou se retirando da sala.

— De nada!

Voltei para minha mesa no intuito de revisar alguns relatórios, mas sou interrompido pelo toque de meu celular. O nome que se mostrava era de Natte, mas acabo recusando sua chamada, não queria manter contato com ele. Dois dias sem mandar notícias e agora aparece como se nada tivesse acontecido? Por favor, quero manter distância. Meu celular volta a tocar mais cincos vezes, mas no sexto toque eu queria tacar meu celular no lixo, vejo que era minha tia. Estranho ela ligar nesse horário, já que lá deve ser de madrugada.

A PropostaWhere stories live. Discover now