Capítulo 4

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👔Lucas Bernard👔

Depois do ocorrido de hoje cedo resolvi que não iria a aula. Meu corpo doía a cada movimento que fazia e só consegui parar de sentir dor quando tomei um analgésico e me deitei. Porém antes pedi para que Amber anotasse assuntos importantes que poderiam me ajudar na minha ausência. Pelo visto não aconteceu nada de importante, já que ela ligou dizendo que não teve as duas últimas aulas por causa da reunião do colegiado. Ainda bem que não estou mais responsável pela minha sala. Muita dor de cabeça para uma pessoa só, então um ano depois de ter entrado na faculdade passei esse cargo para o excelentíssimo senhor Alex Dumbar. Seria uma boa ideia? Claro que não! Mas só restava ele já que o resto da turma se esquivava do cargo. As reuniões na maioria das vezes era no período da manhã, então como eu trabalhava não poderia ir, mas com muitas reclamações mudaram para noite, o que não adiantou em nada, porque desde que eu entendo de gente ninguém ficaria até as 2 da manhã resolvendo bagunça das turmas do curso de Direito. Estava na ligação ainda com Amber quando ela fala ainda no dito cujo chamado Alex.

— O que foi que ele fez desta vez? — Pergunto tentando imaginar o que aquela criatura fez de mal para sociedade acadêmica.

— Nada demais, além de encher o saco como sempre. — Amber falou do outro lado da linha. — Porém algo me chamou a atenção.

— O quê? — Pergunto com ar de curiosidade.

— Ele perguntou sobre o porquê de você ter faltado hoje? — Falou com seu tom de desconfiança. Lá vem. — Aconteceu alguma coisa com vocês dois que eu não estou sabem senhor Bernard?

— Mentira que ele perguntou de mim? — Ultimamente estou achando as atitudes de Alex muito estranhas. — Você pode ter certeza que seria a primeira a saber de alguma coisa que tenha acontecido comigo! Mas respondendo sua pergunta, não, não aconteceu nada além daquele dia na pizzaria.

— Estou com algumas paranoias na cabeça. — Falou, fazendo-me ficar ainda mais preocupado.

— Quais?

— Será que ele não está se reconhecendo agora e quer viver um romance contigo? Sabe, aqueles romances de faculdade. O menino tímido com o rapaz que não tem vergonha nenhuma. — Amber falando aquilo só me fez gargalhar alto pela casa.

Rêver! — Falo em francês sem perceber que Amber não sabe quase nada sobre minha língua.

— O que disse?

— Nunca Amber, nunca que isso irá acontecer. Amiga vou desligando porque estou morrendo de sono por causa dos remédios. — Falo verificando as fechaduras da porta e subindo para meu quarto. — Amanhã na agência a gente se fala.

— Bom mesmo, senhor Bernard. — Falou soltando uma risada. — Bisous ami. Falei certo?

— Falou sim, mademoiselle — Falo me deitando na cama. — Beijos.

Depois de desligar a chamada deixo meu celular na mesa ao lado e volto a deitar. Nem percebo a hora que adormeci, já que os remédios eram de proporcionar sono. O que eu mais queria era dormir bem. Durante meu sonho começo a ter flashs de lembrança da minha vida passada ao lado de minha tia e meu primo. No final de semana faria 3 anos que ele tinha se partido, e mesmo assim aquela noite no hospital foi traumatizante, ver tia Diana criando expectativa que seu único filho pudesse sobreviver aquele acidente, ouvir o médico falando sobre como foi o processo cirúrgico enquanto minha tia estava na maca sem saber nada. Sonhar ainda mais com o velório de meu primo em um dia chuvoso, enquanto só dois parentes mais próximos sabiam a dor de perder um familiar, seu pai nem se quer sabe da morte do próprio filho, nunca fez questão de saber como ele estava. Lembro-me que alguns amigos próximos a ele deixavam vários tipos de flores para que ele conforte em outro vida, enquanto outros choravam pela sua perda. Lembranças e mais lembranças passeavam em minha mente transformando em sonhos, parecia que eu estava vivendo aquilo novamente. Ainda mais que reagi a um assalto igual o meu primo, se eu estivesse sozinho eu poderia acabar como igual ele deixando minha tia sozinha e decepcionada. De jeito nenhum eu poderia contar para Diana que eu reagi a um assalto, ela pediria para que eu me voltasse na mesma hora ou viria a barco até onde morava.

A PropostaWhere stories live. Discover now