Capítulo 17

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👔Lucas Bernard👔

Eu não conseguia me mover, meus braços e pernas estavam amarrados na cadeira. Acho que fiquei desacordado por dois dias, não consegui enxergar nada pela pouca quantidade de luz que sai da janela. As lembranças são vagas em minha mente, o casamento, os votos dos noivos, e o desastre que ocorreu logo em seguida. Miguel e seus capangas rendendo todos, eu sedo dopado e deixando de lado Rodrigo caído no chão. Essas são as únicas lembranças que eu lembro antes de estar aqui. Não conseguia dormir um segundo, a cada hora um capanga de Gonzalez chegava aonde eu estava para ficar de vigia, pois segundo ele eu poderia escapar a qualquer momento.

Eu preciso sair daqui.

Só de pensar em como esses dois dias devem estar sendo frustrantes para Rodrigo me dá ainda mais vontade de tentar escapar, eu sei que meu démon vai me encontrar, eu só preciso ter um pouco de paciência ou tentar aguentar as investidas nojentas de Miguel. E por falar nele, o vejo passar pela porta com uma outra cadeira a colocando em minha frente. Por ser o chefe da família Gonzalez, até que ele se vestia bem, usando um terno da marca Padra junto com uma corrente de ouro. Eu me pergunto quantas coisas ele teve que vender para conseguir chegar aonde chegou.

— Como você está Lucas? — Pergunta sentando na cadeira em minha frente. — Vejo que não comeu quase nada nesses dois dias.

Silencio.

— Eu me preocupo com seu bem estar! — Exclama ainda me encarando

E novamente o silencio.

— Lucas, Lucas eu vou acabar me estressando. — Falou se levantando e vindo em minha direção. — E você não vai querer me ver estressado.

— Vai a merda! — Recebo um tapa.

— Olha boca, meu querido Lucas. — Disse dando voltas ao meu redor. — Pensei que os europeus eram educados.

Vous paierez pour tout ce que vous avez fait! (Você vai pagar por tudo o que você fez). — Espumo falando em minha língua para que ele não entenda. — Eu quero que você se foda para o que pensa.

— Nossa, o rodrigo se superou em se envolver com você. — Dizia voltando aonde estava sentado. — Será que ele realmente vai vim te buscar, você pensou nisso Lucas? Faz dois dias e nada do seu super-herói vim te resgatar.

tais-toi! (Cale-se) — Digo fechando meus olhos tentando afastar essas palavras de minha cabeça.

— Ele não irá te buscar Lucas, você agora é só um estorvo na vida dele. — Voltou a dizer, mas podia sentir seu olhar fixo sobre mim. — Qual era o nome da ex-secretária dele mesmo, Catrina? Catarina!

Como ele sabia o nome dela?

— Soube que ele traçou tanto aquela vagamunda que desistiu dela e depois você foi contratado. — Voltou a dizer passando seu dedo indicador em meu pescoço. — Você só é uma foda de qualquer noite dele, e quando ele se cansar, vai te mandar n rua como a vagabunda lá.

Tais-toi, homme pourri! (Cale a boca seu homem podre!). — Grito sentindo meus olhos marejaram. — Você não sabe o que está dizendo.

— Não sei? Pobre Lucas você não conhece o Rodrigo como eu conheço. — Miguel falava num tom calmo, como se não houvesse pressão. — Ele colocou a minha única família na cadeia, a laia dele metidos a policiais mataram meu único amigo...

— Porque será que prenderam a merda da sua família? Um bando de homens podres que adoravam vender pessoas e drogas pelo mundo todo. — Digo sentindo o sangue ferver nas minhas veias. — Você jura que tudo o que está fazendo é o certo? Mas a única coisa que está certa é que você vai voltar para as grades, aonde você não deveria ter saído.

A PropostaWhere stories live. Discover now