22• You Can't Protect Me

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Em algumas noites eu adormeço, deito a minha cabeça e fecho os olhos, enquanto deixo-me levar pelo cansaço que carrego dentro de mim

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Em algumas noites eu adormeço, deito a minha cabeça e fecho os olhos, enquanto deixo-me levar pelo cansaço que carrego dentro de mim. Em algumas noites eu passeio, faço longas caminhadas dentro da minha cabeça e mergulho no mar mais profundo, deixando-o me arrastar para o fundo.

Eu sinto, eu choro e as muralhas caem, somente eu estou ali por mim. Nestes momentos, o melhor era poder ficar sozinha. O mar fica agitado, enquanto eu sou levada pelas emoções. Qualquer tentativa de aproximação iguala-se a de um tsunami, apanhada numa onda de emoções tão fundas que iludem não ter fim.

Em algumas noites eu sonho, e depois acordo com uma sensação de paz interior e fico bem. Essas são as melhores noites, aquelas em que eu não me lembro, noites em que mesmo sem lembrar, ao acordar sinto-me anestesiada. Em algumas noites estou apenas eu, estou no espaço, no tempo, apenas estou e não estou.

Mas as noites trazem partes de mim que não se presenciam durante o dia; quando convivo com a parte pequena, engolida e fraca. Algumas noites nem são noites, e momentos que nem são momentos, mas sim um reflexo daquilo que foste, daquilo que se gostaria de ser.

Hoje era uma das noites em que me afogo e sou puxada para o fundo, atingindo o meu limite. Sentada sobre o peitoril da janela da Torre de Astronomia, com os olhos fincados na imensidão azul em minha frente, respingada de pequenos pontinhos brilhantes.

Me flagrei pensando nas estrelas e como elas são interessantes. Vovô me disse uma vez que elas estavam mortas, explodiram, mas sua luz era tão forte que chegava a Terra depois de muito tempo, por isso conseguimos vê-las. Eu me perguntava se algum dia seria como as estrelas, se as pessoas se lembrariam de mim depois que for embora. Não sabia se, naquele exato momento, desejava apenas me dissipar em pedacinhos brilhantes e quebrados ou se queria iluminar gerações e mais gerações.

— Pouco antes de partir, Merlin me mostrou algumas de suas lembranças neste lugar. - proferi baixo, unindo minhas mãos e as deixando pender sobre meu colo. — Lembro de quando ele me disse que aqui poderia ser meu espace, um lugar para fugir de todos os problemas reais da minha vida. - fechei os olhos, sentindo a brisa fria colidir com meu rosto e balançar meus fios castanhos. — O meu avô, sempre que se sentia perdido ou com saudades de casa, vinha aqui e passava horas a fio escrevendo seus livros. - sorri fechado, relaxando os ombros e ouvindo seus passos se aproximarem lentamente de mim. — Mas algumas vezes, ele vinha apenas para admirar a floresta negra. Acredito que vocês dois devem ter passado por grandes aventuras juntos enquanto a exploravam.

— E passamos, acredite. - riu o ancião, apoiando uma de suas mãos em meu ombro. — Talvez possa lhe contar algumas coisas que passei ao lado de Merlin, em algum outro dia caso queira. - acenei com a cabeça, abrindo meus olhos novamente. — Suponho que venha aqui pelos mesmos motivos que ele, Makayla.

— Algumas vezes. - murmurei, respirando fundo. — Gosto de estar aqui por me sentir perto dele, por criar lembranças no mesmo lugar que ele.

— Deixe-me lhe contar algo, minha querida. - o ouvi suspirar, retirando sua mão que estava repousada em meu ombro. — Aqueles que amamos, nunca partem de verdade. Eles continuam vivos em nossas lembranças, seus legados permanecem vivos e intactos naqueles que tocaram. - engoli em seco, abaixando o olhar para minhas botas. — Algum dia, iremos nos encontrar com ele novamente.

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