37• I Still Need You

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Prophecy - | Draco Malfoy |

O Malfoy tentava ignorar minha presença ali

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O Malfoy tentava ignorar minha presença ali. Seus olhos vagavam pelo quarto escuro, mas jamais se fixavam em mim; As mãos estavam trêmulas e ele tentava esconder isso as fechando em punho, enquanto a respiração se mantinha irregular desde que deixamos o lago negro.

Ultimamente eu tenho pensando demais nele, na gente. Tenho pego tudo que nos ocorreu desde que o conheci e analisando os fatos. Cheguei a uma conclusão de que eu nunca estive tão perdida; Me pergunto, quando foi que baixei a guarda? Quando foi que eu dei permissão para ele entrar e acampar dentro de mim?

A minha intenção era deixar com que ele ficasse pelo razo, a parte mediana e central da minha alma. Tudo não deveria ter passado de um maldito plano... Plano este que eu mal me lembro qual era.

E foi assim, sem querer, sem entender, simplesmente foi. Quando me dei conta eu estava ali, com os olhos marejados ao fitar sua imagem cansada. Ele andava quieto demais e isso me perturbava; Ele anda triste, sem rumo, e o pior, eu não podia fazer nada e isso me machucava a cada mero segundo.

— Draco... Eu posso te abraçar?

As orbes cinzas perdidas se voltaram para mim no mesmo instante de segundo. Sua boca se fechou em uma linha trêmula, e então eu pude ver o quanto ele estava perto de desmoronar na minha frente.

Ele acenou fracamente e estendeu seu braço direito para mim. Quando deitei no abraço dele e vi a noite pela janela, pude sentir o calor emanar do seu corpo e eu me senti enfim acolhida; Quis guardar ele ali e cuidar bem dele, abracei ele e quis nunca mais soltar; Quis segurar suas mãos, quis dizer que estava tão feliz por ver o rosto dele; Quis deitar em seu colo.

Lembrar de todas essas coisas me enche de vontade de chorar... Tudo dentro de mim doeu tanto, inclusive ele. Ele estava cheio de dor aqui, e por isso eu me afastei dele, mas mantive contato visual. Eu podia sentir que ele iria embora...

— O quê o Lorde fez com você? - indaguei num sopro de voz. — Draco, por favor... O que... O quê ele mandou você fazer?

— Antes de te conhecer, eu achava que podia superar tudo sozinho. Não importava como, mas eu sempre dava um jeito. - divagou, fitando o seu uniforme sobre a cama. — E então eu te conheci. Chegou um dia que eu abri o olho e vi que precisava de você para tudo... Eu precisava de você para superar comigo os meus problemas, precisava de você para superamos as nossas brigas. - riu fraco. — Eu me tornei fraco porquê me permiti sentir. Mas eu não quero mais precisar de você, porque eu não quero ter que acordar em um novo dia e saber que eu não tenho mais você para superar tudo comigo... Não quero depender de você para me sentir feliz ou triste.

Engoli em seco ao sentir suas palavras me atingirem na boca do estômago. Ele estava soltando minhas mãos aos poucos, como quem não pode ir, mas precisa. Esse processo de afastamento se mostrou bem mais doloroso quanto parece realmente ser.

— Por favor... - murmurei chorosa. — Malfoy, por favor...

— Acho tão bonito o jeito que você têm de me tornar uma pessoa melhor. - sorriu pequeno, aproximando-se lentamente de mim. — E agora você provavelmente me odeia pela bagunça que eu fiz na sua vida, mas não tem noção da destruição que irei me tornar quando for embora.

— Você não precisa ir. - enlacei minhas mãos em seu pescoço ao vê-lo se aproximar. — Draco, por favor... Você não pode fazer isso...

O Malfoy era como o meu Band-Aid que protege um machucado por um tempo. Ele grudou o suficiente na minha pele para ser extremamente doloroso o retirar... Ser extremamente doloroso o deixar ir.

Ele era o meu Band-Aid, o qual eu não queria retirar de jeito nenhum, mas que deveria ir. Penso apenas que talvez não devêssemos ter adiado tanto essa ida, pois agora ela iria doer muito mais.

— Eu me convenci de que o melhor era desistir, me convenci que os meus sentimentos estão me matando por dentro aos poucos. - suspirou, prendendo meu rosto dentre suas mãos frias. — Mas eu torço para que você seja realmente feliz sem mim, sem a gente. Tudo vai ficar bem, eu sei disso.

— Não, Malfoy. - gritei. — Não vai ficar tudo bem, que droga! O que o Lorde fez com você?... Por favor, Draco...

— Makayla, não... Eu não posso... - abaixou o olhar. — Mas, por favor, acredite em mim. Eu juro que se eu pudesse voltar no tempo, eu faria tudo igual : O nosso começo, o nosso meio e o nosso fim. - o som de seu soluço preencheu o quarto e se infiltrou em todas minhas rachaduras. — Te amar foi uma das melhores coisas que me aconteceu nesse tempo de tanta tempestade na minha vida, mas eu não posso mais...

Mãos frias, cabelo bagunçado, unhas quebradas, calafrios, coluna encurvada, olhos sempre voltados para o chão... Mesmo em meio a tudo, eu não conseguia deixar de me preocupar com ele. Porque se eu pudesse desfazer tudo entre eu e ele, tudo o que deu certo e errado, e apagar cada lembrança do Malfoy que ainda existe em mim... Eu não faria.

— Eu posso te pedir, ao menos, mais um beijo? - perguntei de forma arrastada, ficando minhas unhas em sua nuca. — Eu preciso disso...

— Merlin, se eu te beijar agora... - engoliu em seco e acariciou minha bochecha rubra. — Se eu te beijar, eu não vou conseguir ir embora.

Foi naquele momento em que o vi virar as costas que eu me senti quebrada, demolida. Foi quando ele disse que tinha acabado e que aqueles nossos momentos seriam apenas lembranças. Foi ali em que me disse adeus e me deixou sozinha; Foi exatamente ali que eu percebi que cada dia seria uma caminhada dolorosa, e por isso foi ali que agarrei seu pulso e o puxei de volta para mim.

— Naquela noite você me disse que seria uma honra ter seu coração partido por mim... Disse que eu cheguei espalhando amor, cicatrizando cada ferida que existia em você. Você disse que eu seria a mais bela destruição da sua vida porque estava apaixonado por mim, mas advinha? Eu estou apaixonada por você, eu te amo e não me sinto honrada de ter meu coração partido por você. - solucei. — Você não foi a mais bela destruição da minha vida, Malfoy... Na verdade, você foi a pior e mais dolorosa de todas.

Eu não tinha mais em quem me apoiar, porque todos os que amo me deixaram. Mas foi preciso seguir, sem o Draco.

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