36• I Hate You

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Se fazia mais uma tarde ensolarada em Hogwarts, algo que animou os alunos que haviam se cansado das grandes nevascas que nos cercou por meses

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Se fazia mais uma tarde ensolarada em Hogwarts, algo que animou os alunos que haviam se cansado das grandes nevascas que nos cercou por meses. Batucava minha pena sobre a folha de tom amarelado, esta cuja continha uma receita para uma nova poção para o Snape; O som mesclava-se com o falar de London, mais uma vez ela estava contando para as meninas sobre sua paixão pelo Hawaii e o quanto amou ter passado a noite de ano novo nos Estados Unidos.

Havia se passado cerca de um mês desde que retornamos ao grande castelo. Tudo parecia estar exatamente como antes, talvez um pouco mais tranquilo que o comum para o universo bruxo, mas com excessão de uma pessoa apenas...

— London. - cutuquei a morena, vendo-a se virar para mim em seguida. — Soube alguma coisa do Draco?

— Não. - suspirou. — Nada. Nem mesmo Crabbe e Goyle o viram hoje, parece que ele não passou a noite no quarto dos monitores.

Engoli em seco e pude sentir a minha saliva rasgar a garganta. Eu estava a uma semana sem conseguir me encontrar com o loiro, nem mesmo para as aulas ele estava dando as caras ultimamente; Dumbledore, por outro lado, evitou falar sobre o garoto em minha presença.

— Anda tendo problemas com o Malfoy? - indagou Pancy, um sorriso debochado brincava em sua boca. — Talvez ele tenha se cansado de você, Makayla. O Draco nunca passou muito tempo com a mesma garota, por que seria diferente com você? Nunca foi tão especial para ele quanto pensou que fosse.

— Ah, minha querida. - sorri para ela. — Você continua apaixonada pelo meu namorado, não? - arqueei a sobrancelha. — Sinto muito que você tenha recebido um fora logo depois de uma noite, talvez não tenha feito seu trabalho direito. - ouvi as risadas soarem a mesa, enquanto a garota encolhia seus ombros. — Jamais se compare a mim outra vez, Parkison. Por que não tenta usar o seu tempo para se tornar uma bruxa digna de respeito?... Se bem que eu duvido que algum dia você consiga isso.

Recolhi meus materiais que estavam despejados sobre a mesa da Sonserina e apertei os passos para fora do Salão Comunal. Eu nunca me importei com a mera existência da Pancy, mas sabia que a garota sempre manteve uma certa aversão a mim desde o momento em que beijei o Malfoy no campo de Quadribol; Pelo pouco que Crabbe me contou uma vez, ela acabou se apaixonando pelo Draco, mas ele logo afastou a garota de si alegando não sentir nada... Bom, isso depois de passarem uma noite juntos em seu quarto particular de monitor.

Eu não estava em um bom momento, o desaparecimento do loiro havia mexido comigo de muitas formas; A preocupação com ele dominava tudo em mim, eu tenho medo que o Lorde tenha o forçado a fazer algo. E temo ainda mais que, sendo o que for, Draco tenha aceitado por medo de que Voldemort puna seus pais por sua desobediência.

Ao mesmo tempo em que o medo me cegava, eu me sentia presa ao odiar meu amor pelo Malfoy. Do mesmo modo, o que se costuma chamar de amor pode ser prazeroso e excitante por um tempo, mas se torna um apego adicional, uma condição de necessidade extrema, que pode vir a se transformar no oposto em um piscar de olhos.

O amor se tona um estado no qual as pessoas têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são. E sim, eu odeio isso.

Foi então que eu o vi. Draco estava sentado abaixo de uma macieira a margem do lago negro, a grama tendia murcha e quebradiça, mas ainda assim parecia estar macia.

A pele branca refletia o verde do lago e as luzes que sozinhas apareciam para ele. No raso pude ver os serianos que se acumulavam para o observar; Um chiado rouco escapou de sua boca, e então o loiro se levantou. Ao se aproximar do lago, alguns dos peixes se afastaram e mergulharam para o fundo, mas outros continuaram parados no mesmo lugar.

Quando Draco forçou sua mão contra a margem, o barulho do impacto foi tudo que se ouviu na clareira. Quando o feitiço foi proferido o gelo se ramificou como teias de aranhas, se espalhando em grandes proporções e logo domaram o lago.

— Draco. - chamei, sentindo seu nome me dilacerar por dentro. — Olhe nos meus olhos, Malfoy.

Seus ombros enrijecidos penderam de uma vez, enquanto sua respiração se mostrava irregular. Suas costas subiam e desciam desordenadamente, eu soube neste momento que ele estava cego pela raiva... Em um movimento brusco o seu corpo virou em direção ao meu, mas ainda assim me mantive distante dele.

Olheiras fundas marcavam seus olhos, que por sinal não estavam acinzentados como sempre, mas sim cobertos por um vermelho intenso; O Malfoy havia chorado, e muito. Mesmo se passando apenas uma semana pude perceber o quanto ele emagreceu, as vestes que lhe caiam perfeitamente agora estavam largas para seu corpo; O loiro parecia estar demolido, e aquilo foi o bastante para me fazer correr em sua direção.

Meus braços enlaçaram sua cintura, minha cabeça afundou na curvatura de seu pescoço e eu me mantive ali. Malfoy permaneceu parado, era como se ele não me reconhecesse, não soubesse quem eu sou ou o porquê de estar agarrada a ele.

— Você não precisa me dizer nada, Malfoy... Eu sempre fui uma pessoa que leu as suas entrelinhas. - suspirei, me prendendo ainda mais a ele. — Eu sinto muito.

— Eu sei. - proferiu com a voz rasgada. — Me desculpa.

Me afastei de seu corpo e logo cravei meus olhos aos dele. Eles ainda me fitavam apaixonados, mas algo ali havia se apagado, e eu temia que fosse para sempre. Eu temia que tudo de bom que Draco construiu fosse tomado dele de uma hora para outra, sem excitação.

— Eu queria tanto conseguir te odiar... Odiar como me faz sorrir toda vez que aparece, odiar como me faz sentir uma boba. Odiar como me acalma e me traz uma felicidade, odiar cada segundo que penso em ti, odiar me preocupar tanto com você. - sussurrei, ainda olhando-o fixamente. — Mas eu apenas consigo te odiar pelo fato de te amar tanto.

Ele se aproximou de mim e eu estendi a mão. Não sei porque fiz aquilo, foi instintivo, mas em silêncio o Malfoy a segurou e a apertou. Não me disse o porquê e nem ousei perguntar, mas apenas agradeci por saber que eu não tinha o poder de aliviar sua alma, mas contribuo fortemente para que isso aconteça.

Mas, ao caminhar pelos corredores e ouvir um soluço baixo escapar de sua garganta, eu apenas me perguntei o quê meu pai teria feito com você...

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