48• Makayla Merlin

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Prophecy - | Draco Malfoy |

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O ar explodiu. Eu e os garotos nos agrupamos, os dois Comensais da Morte em nossa frente, um estuporado e o outro transfigurado.

Naquela fração de instante, quando o perigo parecia temporariamente contido, o mundo se cindiu. Senti que voava pelo ar e tudo que consegui fazer foi agarrar com todas as forças aquele pedaço fino de madeira que era minha varinha, e proteger a cabeça com os braços.

Eu ouvi berros e gritos dos meus companheiros, sem esperança de saber o que acontecera com eles. Então, tudo se resumiu em dor e penumbra; Eu estava quase soterrada pelos destroços do corredor que sofrera aquele ataque.

O ar frio me fez perceber que aquele lado do castelo explodira e a sensação pegajosa na face me informava que eu estava sangrando profusamente.

Ouvi um grito agudo que arrancou minhas entranhas, expressando uma agonia que nem fogo nem maldição poderiam causar. Eu me levantei, tonta, mais assustada do que alguma vez pude me sentir na vida...

Vi escorrer do diadema, que estava preso as mãos de Harry Potter, uma substância semelhante a sangue, escura e resinosa. O objeto vibrou violentamente e se partiu nas mãos do rapaz, e então pudemos ouvir um grito de dor, mas vindo da coisa que acabou de se fragmentar entre os dedos dele.

Um pouco mais a frente avistamos Hermione, ela que tentava se erguer do chão, e havia três homens ruivos no chão, que estavam juntos a parede que explodiu.

Potter correu em direção a sua amiga, dando-lhe a mão e assim seguiram, cambaleando e tropeçando dente os destroços. Malfoy se pôs ao meu lado, assim como Goyle que finalmente havia despertado, e assim ficamos os três a fitar aquela cena.

— Não... Não... Não! - gritou a Granger. — Não! Rony! Não!

A garota sacudia o amigo, Harry e os gêmeos Weasley estavam ajoelhados ao lado dela, e os olhos de Ronald estavam muito abertos e cegos, o fantasma de sua risada ainda gravada ao rosto.

Minha mente estava em queda livre, girando descontrolada, incapaz de apreender qualquer coisa. Ronald Weasley não podia estar morto...

E então, feitiços voaram contra todos, vindos da escuridão e atingindo uma das paredes.

— Abaixem-se. - gritou Harry, ao ver que outros tantos feitiços cortavam a noite.

Potter tentou agarrar Hermione e a puxou do chão, enquanto Fred se deitara sobre o corpo de Rony, protegendo-o de dano maior, e quando Harry gritou "Fred, anda, temos que sair daqui!", ele abaixou a cabeça.

— Fred! - gritei. Segurei-o pelos ombros e o puxei, mas o ruivo não se mexeu. — Fred, você não pode fazer nada por ele! Vamos...

O Weasley permaneceu ajoelhado ao lado do irmão mais novo, simplesmente contemplando-o, mas então uma voz aguda e fria falou tão perto que ele se ergueu com um salto.

A voz do Lorde das Trevas ressoou nas paredes e no chão, e eu percebi que ele estava se dirigindo a Hogwarts e os locais vizinhos, para que os residentes de Hogsmeade e todos que ainda lutavam no castelo o ouvissem tão claramente como se estivesse ao lado deles, bafejando-lhes na nuca, a distância de um golpe mortal.

— Vocês lutaram. - disse a voz. — Valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura. Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isto aconteça.

Senti o olhar de Draco pesar sobre mim, engoli em seco.

— Lorde Voldemort sempre foi misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente. Vocês têm uma hora. Deem um destino digno ao seus mortos. Cuidem dos seus feridos. - pausou por um momento, mas logo sua voz fria preencheu todos os ambientes novamente. O som ecoou por todo meu ser, trazendo-me calafrios. — Eu me dirijo agora diretamente a você, Makayla Merlin. Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na entrada do Castelo de Hogwarts. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então iremos reiniciar a batalha. Desta vez eu participarei da luta, Makayla Merlin, e a encontrarei, e castigarei todos os homens, mulheres e crianças que tentou escondê-la de mim. Uma hora.

— Não dê ouvidos a ele. — disse Malfoy.

— Tudo vai dar certo. - acrescentou Potter, irrefletidamente. — Vamos para a Floresta Proibida, precisaremos pensar em um novo plano...

Eu olhei para o corpo de Ronald mais uma vez, antes de aparatar dali. O castelo estava anormalmente silencioso; As lages do deserto saguão de entrada estavam manchadas de sangue. As esmeraldas continuavam espalhadas pelo piso ao lado de lascas de madeira.

Sai em frente para o Salão Principal. As mesas das Casas tinham sido retiradas, e o salão estava lotado. Os sobreviventes formavam grupos, abraçados uns aos outros. Na plataforma, os feridos recebiam os devidos atendimentos de Madame Pomfrey e seus auxiliares. Os mortos estavam enfileirados o meio do salão.

O Salão Principal pareceu fugir, se tornar menor, escolher. Não conseguia suportar a visão de todos os corpos, saber quem mais morrera por mim. Não conseguia suportar a ideia de me reunir aos Weasley, não conseguia olhar em seus olhos, pois se eu tivesse me sacrificado em primeiro lugar, Ronald talvez não teria morrido...

— Eu não vou permitir que você faça isso! - vociferou Draco, a poucos metros de distância de mim. — Não se entregue tão facilmente, Makayla...

— Eu não me entreguei facilmente, e veja o que aconteceu. - gritei de volta, sentindo o choro rasgar a garganta. — Veja quantas pessoas estão mortas! Eu quem causei tudo isso, Draco... Eu sou a culpada por tudo isso.

— Você não se entregou facilmente porquê você nasceu para lutar! - afirmou, apertando meus ombros com força. — Ele quer manipular você, meu amor... Por favor, tente enxergar isso!

— Eu não tenho outra escolha! - solucei, apertando meus olhos um contra o outro. — Eu não posso fugir dele, Malfoy... A morte sempre esteve no meu meu destino, e eu não posso adiar mais.

— Então, você vai se entregar? Vai deixar que ele, o seu pai, lhe torture? - indagou num fio de voz.

Me calei, perdendo-me novamente na imensidão de sentimentos escondidos naquelas orbes cinzas. O rosto dele estava ferido, o sangue escorria da lateral de sua cabeça, enquanto os fios loiros estavam desgrenhados.

— Draco... Se não houver amanhã, quero que você saiba que o seu sorriso ilumina os meus dias e me faz sorrir, que o seu olhar me hipnotiza e me deixa alucinada. Quero que saiba que suas mãos nas minhas fazem o meu coração disparar, que a cada simples contato da sua pele na minha me envia arrepios de puro prazer. - sorri pequeno, prendendo seu rosto dentre minhas mãos. — Que quando seus braços me envolvem e me abraçam desejo que eles fiquem ali para sempre. Eu quero que você saiba que eu te amo, antes que seja tarde demais...

Em passos lentos, puxei meu corpo para longe do dele. Caminhando de costas, eu podia ver a dor em suas feições, o quanto ele estava machucado e destroçado por dentro...

— Makayla, por favor... - soluçou alto, ignorando os olhares que recebemos dos demais presentes. — Você não pode me deixar, não de novo...

— Você sempre foi o amor da minha vida, Draco Malfoy. - sorri grande, jogando de volta para ele sua varinha. — Obrigada por me dar a eternidade em nossos dias numerados.

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