31• Slytherin Medallion

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Prophecy - | Draco Malfoy |

As densas copas são grandes e antigas, algumas de troncos musgosos e retorcidos, outras largas e nodosas, outras delegadas e compridas

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As densas copas são grandes e antigas, algumas de troncos musgosos e retorcidos, outras largas e nodosas, outras delegadas e compridas. Elas bloqueavam a luz da lua com tamanha eficiência, tanta que em certos pontos não se conseguia enxergar a um palmo a frente do nariz.

O farfalhar da folhagem parece sussurrar uma cantilena maldosa, outras vezes parece um rumorejar indiferente. O som do vento se deslocando de forma suave, mesclando-se ao barulho vindo de algum riacho ou clareira que estava por perto.

— Me diga, o quê você vê? - indagou uma voz fria.

— Eu vejo fogo. Ele queima o solo, queima a mata... - engoli em seco. — Queima minhas roupas, queima minha identidade.

Meus braços estavam cobertos pela fuligem, eles pareciam queimar assim como toda a floresta. O fogo se alastrou e destruiu qualquer remate... Destruiu a criança, o idoso, a mim... Destruiu toda a humanidade.

— Brilhante, não? O fogo ardendo em brasa, seu coração aquecido. - tocou meu ombro com a mão esquerda. — Eu estou te olhando agora, Makayla. Não existe medo em você.

O fogo caminha comigo e eu não consigo ver mais quê a fumaça ou os corpos carbonizados na mata. Essa agonia me desgasta e desejo voltar a esperar que o fogo cesse, mas ele caminha comigo e me arrasta para o passado com dor ou para um futuro com esperança.

No final acabo sendo sempre uma criança impaciente demais para resistir e impulsiva demais para negar. Sabendo que o fogo vai me consumir, não faz diferença sentar e esperar, pois o fogo caminha comigo.

— Me diga, no que tanto pensa? - novamente a voz, aveludada e arrastada.

— Penso que se eu odiasse você, tudo seria diferente. Se eu odiasse você, eu enxergaria as coisas com outra visão. Se eu odiasse você, eu não teria ferido tantas outras pessoas...

— Não se pode amar uma pessoa assim sem ter medo dele. E talvez a odiar um pouco...

— Não fale de sentimentos como se você tivesse algum. - afirmei raivosa. — E acredite, eu nunca amaria um ser como você.

O fogo ainda me cercava, ainda percorria por cada pequena curvatura do meu corpo enrijecido; Quando eu me tornei tão entorpecida? Quando foi que eu me perdi?

— A maldade fez com que eu não conseguisse enxergar o amor. Tudo parecia ira, maldade e indiferença. - apertou os passos ao meu encontro. — Você se sente assim, minha criança... Mas diferente de mim e de seu avô, antes do tanto faz e antes que tudo faça, o amor se mostra vivo; Em sua menor proporção, invalidando a maldade que sempre vai existir com menos força.

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