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[N/A] Olá gente! Atualização!

Então, essa parte do especial é a minha favorita - pelo menos até agora - e eu espero que vocês gostem tanto quanto eu. Espero vocês na atualização mais tarde. 

Novamente, quero desejar um feliz Natal pra vocês <3

COMENTEM E VOTEM XX

-Izzie @larrynatic

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DOIS ANOS ANTES

 - Feliz Natal, Harry.

  O garoto de cachos olhou para o homem parado em sua frente por detrás dos óculos redondos do mesmo. A sala lhe transmitia certa calmaria misturada com um leve ar de tensão, era como um misto de medo e liberdade. Ele pensou em falar tudo o que sentia naquele local, todos os sentimentos que o atormentavam por dentro e que gritavam por libertação, mas ele não tinha coragem para isso. Ele não podia se abrir com aquele homem, não sabia se podia confiar no mesmo.

  Harry colocou as mãos sobre os joelhos e começou a esfregá-los como se precisasse mantê-las ocupadas. Era sempre a mesma coisa. Suas mãos precisavam estar ocupadas ou ele não iria responder pelos seus atos. As mãos eram a primeira coisa que Harry fazia questão de movimentar assim que seus ataques de pânico começavam. Ele respirou fundo, fechando os olhos e deixando o oxigênio penetrar suas narinas. Não sabia nem ao menos se era seguro respirar aquele ar. Quantas pessoas imundas teriam passado por ali, afinal?

  Ele encarou o próprio relógio e começou a girá-lo com os dedos no sentido anti-horário. O garoto de cachos se lembrava de ter visto filmes com Des na infância onde os deuses podiam governar o tempo: Passado, presente e futuro. Quando olhava para aquele relógio, Harry desejava ser um daqueles senhores do tempo. Ele queria poder voltar no passado e consertar os seus erros, ou talvez viajar para o futuro e descobrir onde eles o levariam.

  Erros. Essa palavra se tornara a mais comum no vocabulário de Harry Styles com o passar dos anos.

  A questão é que, diferentemente dos senhores do tempo, quanto mais o garoto de cachos tentava apressar-se para sair daquela sala, mais longos os minutos se tornavam. Tudo o que o garoto fazia parecia dar completamente errado, parecia ter o sentido contrário.

  - Harry? – o homem retornou a conversa, limpando a garganta antes de continuar a sua fala – Poderia me dizer como se sente?

  - Não.

  O homem abaixou os óculos e cruzou as pernas, voltando seu olhar para o garoto novamente e fazendo questão de colocar uma caneta entre os dedos enquanto analisava ainda mais o estado de Harry. Seus olhos verdes estavam com um brilho fosco e seus lábios fechados e inclinados para baixo, sem ânimo algum.

  - Você pode se abrir. – ele ajeitou os óculos no rosto novamente – Seja lá o que você tiver para contar, não vai sair desta sala. Tudo bem?

  - V-você n-não vai contar para ninguém?

  - Não. Contanto que isso não ofereça risco para ninguém, nada irá sair daqui – ele levantou uma plaquinha que ficava ao lado de sua poltrona recostada sobre uma pequena mesa onde se podia ler “Doutor Gilbert – Psiquiatra” – Lê? É minha profissão. É o que eu faço. Estou aqui para te ajudar, Harry. Não precisa ter medo.

  O garoto deixou uma lágrima brotar em seus olhos e escorrer pela sua bochecha. Ele podia sentir o percurso que aquela maldita lágrima fazia pelo seu rosto, podia sentir o quão fria ela era quando atravessou o seu queixo e caiu dentro da gola de sua camisa, parando exatamente em seu peito esquerdo. Harry soltou um soluço enquanto terminava de limpar os vestígios de água que a mesma deixara pelo caminho.

twins ❀ au!l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora