— Se ficarmos aqui esperando voltarem com tudo o que sacarem dessa casa, morreremos do mesmo jeito.
— Junior tem razão. Eu vou!
— Vai? Vai abrir a porta? Assim, sem nada para se defender?
— É a minha única opção.
— Eu... Eu te dou cobertura.
— Eu...
— A senhora fica aqui. Se não tiver ninguém atrás dessa porta, correremos para um lugar seguro.
— Mas e o meu marido?
— Senhora, saindo daqui, pedimos ajuda.
Heloísa olhava a pequena Victoria nos braços e pensava que "ela ainda era apenas um bebê". Com o máximo de silêncio, Fabrício abriu a porta da cozinha. O coração de Heloísa estava na mão. Parece que ouviria a qualquer momento um barulho de tiro. Ela tinha os olhos angustiados e a pequena Victoria junto a seu peito.
— Senhora McGarden?
Ela olhou assustada para eles.
— Vem! — chamando-a com a mão ainda presa — É agora ou nunca.
Dizendo isso os três começaram a andar em passos apressados em direção ao jardim. A pequena Victoria parecia entender o que acontecia, pois não chorou em um momento sequer desde a hora em que deixaram a cozinha. Atravessando o jardim, entrariam em um parque ecológico que havia ao lado da casa deles.
— Não me diga que esse mato todo aí na frente é o parque?
— Sim.— Não temos luzes. Como vamos andar ali dentro?
— Daremos um jeito! Logo encontraremos um vizinho. O importante é sair dessa casa.
Estavam prestes a sair do jardim pelo portão lateral, quando ouviram um deles gritar da porta por onde saíram e logo dois deles corriam de encontro a eles.
— Droga! — adentrando o parque.
— Vem! — puxando Heloísa.
— Eu não conseguirei correr — chorando — Minha filha, leve-a.
Ele estava nervoso. Eles estavam se aproximando.
— Prometa que vai protegê-la!
— A senhora precisa vir também.
Ele continuava em silêncio.
— Prometa! — gritando.
Não havia alternativa, Heloísa já estava com Victória em sua direção.
— Eu prometo! — pegando-a como pode dos braços de Heloísa.
— Eu vou te buscar, minha vida!
Ele virou com a pequena Victoria nos braços e atravessando o portão lateral da casa, adentrou naquele bosque. O choro da pequena começou no momento em que Heloísa a colocou nos braços daquele homem, e fora ficando abafado conforme desapareciam naquela escuridão. As lagrimas insistiam em cair. Heloísa deixou que os joelhos dobrassem e encostassem ao chão. Eles chegaram até ela, e logo que a seguraram pelo braço, a mesma sentiu uma dor surreal em sua nuca. As palavras já não se formavam em sua boca, os olhos foram pesando, ela sentiu o corpo indo em direção ao chão. Sua última visão foi dois dos bandidos entrando em meio àquelas arvores atrás dos policiais e de sua bebê. Depois disso, não viu mais nada.
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Memórias [Concluída]
FanfictionMemórias contara a história de uma mãe, que terá a sua filha de apenas 3 anos, assassinada. Com as próprias mãos ela buscará vingança. Mas no meio dessa busca, sofrerá um acidente e será dada como morta. Mas Heloísa é esperta, e antes de dizer ao mu...