Rodrigo suava e balbuciava palavras incompreensíveis. Levantou bruscamente, mas logo sentiu as mãos macias de Heloísa segurarem seu rosto.
— Shi, calma... Você está bem? Que cor você mais gosta?
Rodrigo estava ainda meio atordoado, mas respondeu:
— Verde.
— Então olhe aqui — pegando um copo que estava ao lado — E respire.
O mesmo não conseguia parar de olhar naquele olhar. Mal sabia ela que o efeito estava no verde de seus olhos, e não do copo.
— Está melhor?
— Estou. Acho que estou.
Agora que ele acordara, pôde perceber que além de estar em seu quarto, Heloísa estava apenas enrolada em uma toalha. Cheirava a sabonete, provavelmente nem terminara o banho.
— Eu estou bem... Como entrou aqui?
— Abrir a porta do seu quarto não é nenhum mistério. Melhor ainda quando já está aberta — sorrindo.
— Não precisava interromper o seu... Seu...
— Banho?
— Isso. Não precisava interromper o seu banho por isso.
— Fiquei preocupada. Você gritava.
— É só um pesadelo que tenho frequentemente, mas nada demais.
— Quero te contar uma novidade. (sorrindo)
— Você recuperou a sua memória?
— Rodrigo!
— Ok, desculpe — rindo.
— Eu consegui um emprego.
— Parabéns! Quem você matou para conseguir esse emprego — rindo.
Heloísa não pode rir. Mesmo sabendo que Rodrigo apenas fizera uma brincadeira, seu consciente sabia que a mesma já cometera um assassinato e ao ouvir aquilo de Rodrigo, não pode deixar de lembrar-se daquela noite fria.
— Nossa, desculpa. Foi só uma brincadeira, afinal eu estou curioso para saber em que emprego te contratariam, já que você não deixa de ser uma madame, fina, que até o meu café da manhã você coloca flores e umas dez colheres — rindo.
— Pois saiba, senhor Rodrigo, que eu tenho muitas outras qualidades.
Ao dizer isso, Heloísa aproximou-se dos lábios dele e disse sussurrando:
— E eu posso te provar.
Ele ficou visivelmente mexido com aquilo. Não poderia estar interpretando errado. Ela estava oferecendo-se para ele.
— Mas enfim — afastando-se — Eu vou trabalhar em uma pequena Doceria na Vila Fiore.
— Do outro lado da cidade? — olhando —a.
— Não é tão longe.
— Não, só dois ônibus de quase meia hora pra chegar aqui.
— Eu sei me cuidar. E vou ter um salário, que é o que realmente importa.
Ao dizer isso, Heloísa levantou-se da cama de Rodrigo e foi em direção à porta. Ele levantou e entrou em sua frente.
— Como você se cuidou naquela noite?
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Memórias [Concluída]
FanfictionMemórias contara a história de uma mãe, que terá a sua filha de apenas 3 anos, assassinada. Com as próprias mãos ela buscará vingança. Mas no meio dessa busca, sofrerá um acidente e será dada como morta. Mas Heloísa é esperta, e antes de dizer ao mu...