Capítulo XXIV

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Capitulo XXIV

Nicolas

Eu não aguentava mais olhar ele longe de mim. Quantos dias mais eu ia ter que esperar. Deus da uma ajudinha aí.

Eu corria todos os dias pra cima e para baixo, trabalhando muito e dormindo tarde. Minha cabeça não parava de doer.

Acordava cedo todo dia e ia pra aula, saía correndo pra transportadora, aula de inglês, psicóloga, viagens sozinho, viagens com o vô do Max e quando chegava em casa estudava mais ainda.

E agora mais aulas de direção. O Avô do Max disse que eu tinha que aprender a dirigir .

Ficava até tarde estudando por que eu precisava de boas notas, eu precisava...eu ... Só precisava do Max do meu lado.

Meu coração ficava apertado quando eu via ele e não podia fazer nada. Porque eu sou tão cabeça dura?? Por que eu achava que as coisas tinham que ser feitas do meu jeito.

Coloquei meu café de lado. Eu fiquei sentado sozinho na praça central.

Dona Silvia tinha me trazido o café do jeito que eu gostava, ela sempre cuidava de mim. Eu olhava pra praça de alimentação vazia assim como eu... eu estava vazio por dentro.

Todo mundo estava em sala de aula. Eu sai não conseguia pensar direito, resolvi ler um livro técnico tinha que fazer um trabalho sobre ele. Tentei focar no livro mas eu não conseguia. Larguei ele e fiquei pensando melhor em tudo que aconteceu comigo.

O Mateus ia sair da clinica. Estávamos todos preocupados por que ele teve que ficar mais tempo do que o previsto. Mas o avô do Max nos tranquilizou e disse que era normal e que ele estava muito bem.

Eu estava nessa correria louca por que eu queria, sabia que era pra tentar simplesmente esquecer aquele dia.

O Dia que o Max disse que nós não éramos mais nada além de amigos.

Mesmo eu tentando chegar perto dele eu não conseguia, ele sempre respondia de uma forma educada, do mesmo jeito que ele respondia para todo mundo. As informações que eu tinha eram por incrível que pareça do avô dele, o Max disse que eu tinha que seguir a minha vida e que ele tinha errado comigo.

Mas quem disse pra ele que eu queria seguir sozinho??

Nem dona Silvia conseguia alguma informação pra mim. Eu já ficava louco, eu não sou amigo dele caralho.

O Max simplesmente não ia mais na praça de alimentação comer comigo e os guris.

Ou ele comia na área de alimentação do prédio de medicina ou ele pedia pra dona Silvia levar alguma coisa pra ele. Mas eu sabia que a tarde quando eu ia trabalhar falava com ela. Tomei mais um gole de café, precisava clarear minha cabeça eu estava tão confuso, com um sentimento de perda enorme dentro do peito.

Os guris ainda conseguiam conversar com ele mas mesmo assim o meu nome não era falado. Ele conversava sobre qualquer assunto menos sobre nós dois.

Era como se o Max estivesse me tirando da vida dele. E isso machucava muito. Porque eu sou tão idiota???

Ainda ecoava na minha cabeça a nossa conversa aquele dia.

" Desculpa Nicolas por tudo que eu fiz."

" Nicolas tua vida vai seguir igual"

" Eu sinto ter te envolvido em tanta confusão, tu merece alguém melhor pra ti."

Mas que merda ele nem deixava eu falar direito.

Não adiantava eu argumentar, não adiantava eu gritar. Era como se eu falasse com alguém que não ouvia. Era uma parede que não me respondia.

Antes de tudo.Where stories live. Discover now