Capítulo XXXII

3K 346 128
                                    


Capitulo XXXII

Max

Estávamos almoçando no shopping antes que eu levasse os dois pra casa.

Eu ficava observando o Bruno e o Rafael conversando. Ficava claro que eles tinham se entendido muito bem.

Conversavam sobre o colégio e os esportes. O Bruno não era muito de esportes sempre se concentrou mais nos estudos. O Rafael gostava de futebol pelo que eu ouvia, mas entendi que ninguém convidava ele pra jogar. Aos poucos fui compreendendo mais o menino.

Ele assim como o Bruno era afastado dos outros colegas, por motivos diferentes, mas mesmo assim eles não eram aceitos.

No fundo ele era igual ao Bruno. Um jovem entrando na pré-adolescência, curioso sobre as meninas, inseguro sobre sua aparência e sobre o corpo, espinhas, mudança de voz.... Enfim hormônios, jovens como eu fui e todos foram.

Mesmo o Rafael sendo um menino com uma aparência incrível ele via isso como um problema. Os colegas se afastavam dele por isso, já que a inveja não era uma característica de pessoas adultas, e como as meninas sempre ficavam mais interessadas no Rafael do que nos outros colegas ele era excluído dos grupos.

Eu sabia como era difícil passar por essa fase da vida. Os jovens não perdoam e as vezes podem ser muito cruéis com o que não entendiam ou que eles acham que é uma ameaça.

Deixei os meninos conversando e fiquei pensando no Matheus, se tudo desse certo hoje essa questão seria resolvida. O Mateus estava andando por caminhos escuros e nem eu nem o Nicolas podíamos deixar isso acontecer.

Precisava encontrar o Zeno, mas ele tinha ido passar um tempo fora do Brasil.

Ele saiu muito machucado dessa relação que acabou sendo tão desastrosa. Eu não quis conversar com o Nicolas sobre isso por que eu acabaria dizendo coisas que poderiam machucar. Eu sabia da ligação que aquele grupo tinha, era melhor eles resolverem entre si o problema e eu cuidaria do Zeno quando ele voltasse.

Ainda precisava conversar com o Nicolas sobre o Bruno, eu queria muito que depois que ele terminasse os estudos básicos pudéssemos ir ficar um tempo fora do Brasil. Não sabia exatamente onde ainda, se inglaterra ou estados unidos, mas eu acha importante que o Bruno tivesse experiencia com outras realidades.

- Pai Max.

- Desculpe Bruno, estava pensando em algumas coisas.

- Pai o senhor tem treino hoje??? - fiquei olhando pra ele demorou pra cair a ficha. -

- Sim Bruno. Vou levar vocês pra casa e depois vou para o treino.

- Nós podiamos ir juntos com o senhor?? - Achei estranho por que o Bruno nunca se interessou em assistir meus treinos de luta. -

- Claro. Mas vocês não vão ficar entediados me esperando??

- O Rafael disse que gostaria de ver. - O Bruno olhou pro menino ao lado. -

- É mesmo? Ja fez algum treino Rafael? Gosta de algum tipo de luta?

- Gosto..mas a mãe disse que eu não posso fazer por que eu vou..me machucar.

- Machucar??Olha eu nunca me machuquei treinando. Os professores são muito cuidadosos, no máximo machuquei a mão em alguma situação mas só isso. - Lembrei dos treinos na faculdade eu sempre saída com os dedos da mão esfolados. Durante todo esse tempo eu nunca deixei de treinar. Fazia bem para a minha mente e meu corpo. -

- Ela tem medo que eu machuque meu rosto. - Ele falou devagarinho e olhou pra baixo. 

Senti na hora a tristeza dele. Não conseguia entender aquela mãe, mas já sabia que o rapaz enfrentava problemas sérios dentro de casa. Será que eu deveria tentar entender isso mais a fundo? Será que eu deveria me envolver. Ninguém está bêbado aquela hora da manha se não tem problemas. A questão era: O quanto esse menino estava envolvido nesses problemas. Resolvi mudar de assunto.

Antes de tudo.Where stories live. Discover now