Capítulo XXXV

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Capitulo XXXV

Max

Paramos na frente da pequena casa e descemos.

O carro com os seguranças estacionou um pouco mais a frente. Eu não queria muito tumulto ia tentar resolver tudo da melhor maneira possível.

- Tem certeza que essa é a casa da tia do Beto? - O Nicolas estava do meu lado. -

- Sim segundo os advogados é essa mesmo. - Era fim de tarde segundo os advogados era o horário que ela estaria em casa. Era uma casa pequena de madeira que provavelmente já tinha visto dias muito melhores. Bati palmas e uma mulher com um pequeno menino ao lado veio até a cerca.

- Bom dia a senhora é Dona Neusa? Gostaríamos de conversar um pouco.

Ela ficou nos olhando de cima a baixo.

- Moço eu já disse pra dona da casa que vou pagar o aluguel assim que puder. Meu filho esta doente, tive que comprar remédios e...

- Desculpe senhora não é sobre o aluguel, gostaria de conversar com a senhora  sobre o Roberto seu sobrinho.

- Meu sobrinho? O que aconteceu com ele?? - A mulher colocou a mão na cabeça. -

- Nada de grave não se preocupe, é por isso que estamos aqui. Podemos entrar?

A senhora abriu o portão.

- Filho chama tua irmã, pede pra ela fazer um cafezinho pros moços. - O menino pequeno saiu correndo e ela nos olhou. -

- O que aconteceu com ele?? - ele esfregava as mãos na saia. -

- Não sei bem como começar a lhe falar mas o pai dele... - falei. -

- O que aquele monstro fez agora?? - ela nos olhou em choque. -

- A senhora sabe o que acontecia? - ele não falava nada. As mãos caíram no lado do corpo e ela levantou o rosto. -

- Que ele vivia batendo no menino? Sim. Mas... eu...eu infelizmente eu não tinha o que fazer, ele é o pai do Beto e minha irmã já morreu. Provavelmente de desgosto por ter casado com aquele animal. Sempre que o menino fugia aqui pra casa o pai dele aparecia bêbado e levava o menino, ele dizia que se eu me metesse nos assuntos dele ele ia voltar e... - ela olhou pra trás e viu que os filhos estavam na porta nos observando, ela baixou o tom da voz. -

- Eu tenho três filhos pequenos, meu marido nos abandonou e eu trabalho de faxineira, eles ficam sozinhos em casa o dia todo. Tenho medo que o pai do Beto venha aqui quando eu não estou. A única coisa que eu pude fazer foi dizer para o menino não vir mais pra cá e se esconder na escola, por que aqui o pai dele sempre achava o menino e era pior. Cheguei a conversar com um policial mas ele disse que era melhor eu não me meter nessas coisas de família.

Uma menina de uns onze anos apareceu na porta.

- Filha faz um cafezinho pros moços, e diz pro teu irmão trazer uns banquinhos para sentarmos na rua. - Ela nos olhou. -

- É melhor sentar aqui na rua senhor, lá dentro não vai ter espaços vocês são muito grandes. Mas o que aconteceu com o Beto? Por que vocês estão aqui??

Um menino com idade parecida com o Beto saiu pra rua com uns banquinhos. Sentamos todos.

- Conhecemos o Beto ...

Contei tudo para a mulher que ficou nos ouvindo, vi que ela realmente era preocupada com a situação do menino, mas também notei que ela não tinha as mínimas condições de realmente ficar com a guarda do Beto. Olhei na volta os filhos dela estavam na porta olhando o que estava acontecendo, eram crianças novas, novas demais. Faltava tudo ali naquela casa. A mulher enxugava as lágrimas.

Antes de tudo.Where stories live. Discover now