Capítulo XXV

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Capitulo XXV

Max

Quando cheguei para reunião no clube de natação o Nicolas já estava lá com os guris do lado.

Eles conversavam com os meus colegas da natação e com o pessoal do atletismo. O Nicolas saiu tarde lá de casa, claro que ele podia ter dormido no apartamento mas ele achou melhor ir pra casa ver o Bruno. Eu estava morrendo de saudades do menino e tinha combinado de pegar ele a tarde. Estar ao lado do Nicolas me fazia muito bem, eu conseguia me acalmar e voltar a pensar com clareza.

- Oi Max estávamos te esperando. - O Anderson falou e todos olharam na minha direção. -

- Bom dia para todos. Tá todo mundo aqui?? - O Nicolas levantou e ficou na minha frente. Mesmo sem querer eu fiquei vermelho.

- Oi Max. Estamos esperando o pessoal da faculdade de publicidade.

- Que bom Nicolas. Vocês já falaram alguma coisa sobre o que conversamos ontem?? - Todo mundo ficou olhando pro Nicolas. -

- Mais ou menos. Não quis adiantar muita coisa por que se não depois tem que falar de novo com o pessoal da publicidade.

Ouvimos o barulho na entrada.

- Oi Max. - Era a Cátia. Minha colega do conselho dos estudantes da Universidade, ela me abraçou. Olhei pro Nicolas ficou na cara que ele não tinha gostado. Me segurei pra não rir da cara que ele fez pra ela. Junto com ela tinham muitas outras pessoas. Inclusive os dois meninos que foram hostilizados.

- Oi que bom que chegaram, vamos sentar todos por favor. - Quando olhei os dois rapazes alguma coisa aconteceu comigo. Por que alguém ia querer fazer mal a esses dois? Eu não podia ficar com raiva, devia manter a calma.-

O pessoal foi se acomodando, eu não sabia exatamente como começar aquela conversa, sabia do preconceito que existia. Mesmo aqui junto de nós, eu via gente que era preconceituosa. 

Eu já tinha ouvido muitas vezes essas mesmas pessoas se dirigindo a outras de forma errada. Na realidade eles estavam aqui por que não queriam ficar de fora dos acontecimentos da Universidade, não queriam ficar de fora do meu circulo de conhecidos. Como não deixar a raiva tomar conta do meu pensamento.

Nunca vivi isso na carne, mas sabia que acontecia e sabia por que passei longe desse sofrimento. O dinheiro fazia com que essas coisas não acontecessem comigo.

Eu sabia que alguma coisa tinha que ser feita. Esperei todos sentarem.

Foi engraçado olhar todos ali, eram pessoas que nunca conviveram muito uma com as outras. Fiquei olhando para cada um deles. O pessoal do atletismo e da natação ainda conversavam mais entre eles, isso por minha causa, mas o da publicidade nunca interagia conosco. Pensando melhor poucos grupos na faculdade interagiam conosco. Como todos diziam nós éramos os populares.

Meus colegas ficaram olhando um para o outro,  se notava que eram pessoas bem diferentes dos demais estudantes. Tínhamos vidas diferentes de todos, ninguém ali precisava realmente trabalhar para se manter, mas como eu conhecia quase todos eu sabia que eles eram como todo atleta, disciplinados, focados no seu mundo. Criamos uma bolha e vivíamos nela. O mundo de fora não nos dizia muito.

Todos achavam que éramos superficiais demais, mas era pura bobagem. Tínhamos vantagens sobre os outros era verdade, mas no fundo todo mundo tinha problema, só que eram problemas diferentes. O silencio foi ficando constrangedor. Eu não sabia exatamente como começar essa conversa, instintivamente olhei pro Nicolas. Ele sorriu me encorajando. Resolvi simplesmente falar.

Antes de tudo.Where stories live. Discover now