• Capítulo Cinco

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Katrinne


Acordo com Peter fazendo carinho em meu cabelo.
- Olá – Falo – dormi muito?
- Não, ainda temos algum tempinho de viagem, eu estou vendo um filme, quer assistir comigo?
- Quero sim, qual é?
- Velozes e Furiosos 3 – ele fala.
- Eu sabia que você não era perfeito – falo – Na verdade eu nunca assisti mas o meu gosto sempre foi o mesmo do meu irmão, e ele não gostava, então provavelmente eu não vou gostar.
- Cala boca e assiste logo, você nem sabe sobre o que é o filme – ele fala.
- Nossa, deixa pra lá, eu não quero assistir não tá?! – falo.
Para que ser tão grosso assim? O que eu lhe fiz?
- Só, nunca mais me mande calar a boca! – falo e me viro para janela me encostando nela.


Peterson


Mas que merda eu fui fazer em mandar ela calar a boca? Eu sempre fico com raiva quando estou em aviões mas ela foi tão gentil comigo, porque eu tenho que ser grosso com todo mundo? Eu não vou pedir desculpa, eu não peço nem para minha mãe, quem dirá para uma garota que não tem nada comigo.

...


O resto da viagem foi completamente em silêncio, ela não falou mais nada comigo e nem eu com ela, assim que desembarcamos o motorista de minha mãe já estava nos esperando.
- É aquele ali – Falo apontando para o carro, ela pega sua mala junto a sua bolsa e vai na frente em direção ao carro – O’ Marlei, como vai velho amigo? Essa é minha noiva, Katrinne – pego na mão dela.
- Tampinha – Fred fala – Olha, você se superou em, ela é linda, olá Katrinne, sou Fred, amigo do seu noivo sem graça.
- Me chame de Kat por favor, se é amigo do Peterson é meu também, fico feliz em te conhecer Fred.
- E eu em conhecer você, então tampinha – ele zomba de mim – você não falou a sua mãe que está noivo, não é mesmo?
- Não – eu falo – vou apresentá-la hoje.
- Sua mãe vai surtar – Fred fala e Kat me olha assustada.
- É brincadeira meu amor – falo colocando a mão em seu rosto.
Ela me dá um sorriso amarelo e entra no carro.
- Porque você o chama de tampinha Fred? – Kat pergunta.
- Porque quando éramos pequenos ele era bem menor que eu, aí eu o chamava de tampinha.
- Mas hoje em dia esse apelido não funciona mais, e ele insiste em me chamar assim.
- Ah sim – ela fala e se encosta na janela e eu não falo mais nada com ela.
O que está acontecendo com ela? Ela gosta tanto de falar.
- Então, como está tudo lá em casa? – Pergunto.
- Está tudo uma correria, sua mãe não está nem um pouco feliz com o casamento e Nathália está parecendo uma barata tonta, não fica parada nunca, já Phillipe, ninguém conseguiu entender como ele está reagindo ao casamento.
- A dona Zara é contra a Nathália desde que a gente namorava, eu que nunca escutei, e acabei me dando mal.
- Então você se deu mal em conhecer esse mulherão aí? – Fred fala apontando para Kat que já estava cochilando novamente.
- Essa aqui eu não vou me arrepender de ter conhecido nunca – falo com sinceridade enquanto a pego e coloco sua cabeça no meu colo.
- Da pra ver que você gosta dela, agarra essa mulher e não solta mais, um mulherão desses é para poucos meu amigo – ele fala.
- Eu não pretendo deixar ela sair mais da minha vida – falo entrando no meu papel de homem apaixonado.
Assim que chegamos em casa Fred sai do carro para ir pegar as malas e eu vou tentar fazer a bela adormecida acordar.
- Ei, já chegamos, tá na hora de acordar – falo passando a mão por seu rosto.
Ela abre os olhos devagar e percebe que o carro está parado então pega impulso muito rápido e eu percebo que ela ficou tonta.
- Aí!! Merda!! – ela fala.
- Olha a boca mocinha – falo.
- Ah, desculpa, chegamos? – ela pergunta.
- Eu estava brincando, chegamos sim, vamos?
- Vamos – ela fala e sai do carro.
Saio do carro e pego em sua mão a levanto até a entrada da casa, onde eu bato na porta. Ninguém atende então eu entro ainda segurando a mão de Kat, assim que entrei vejo uma menininha do cabelo longo e loiro vindo correndo em minha direção. Chega a ser assustadora a sua semelhança com a mãe, os olhos azuis penetrantes, a pele clara, e claro, a doçura que emana.
- Titio! Titio! Voxe segou!! Tavo cum sadadi – ela fala.
Me abaixo e a pego em um abraço e a rodo fazendo ela sorri.
- Oi meu amorzinho, estava com saudade do titio?
- Tavo, muta, voxe iqueceu de eu, não veiu vê eu maise – ela fala – quem é exa titio?
- Me desculpa meu amor, eu não pude vir antes, essa aqui é a noiva do titio, Katrinne – só agora percebo que ela estava com um sorriso enorme em seu rosto.
- Oi minha linda, eu sou Katrinne.
- Titia!! – Sophia fala é a primeira vez que ela faz isso, ela não chama nem a Nathália de tia, fiquei surpreso – Deisa eu ir cum a titia, titio, não seji ciumento – ela fala estendendo os braços para Kat que a pega.
- Mas que garotinha – falo passando o dedo em seu nariz.
- Que barulheira é toda essa aqui? – ouço a voz da minha mãe. Olho para o rosto sereno de minha mãe, ela tem esse mesmo rosto desde que me entendo por gente, olhos em um tom castanho amendoado, assim como seu enorme cabelo ondulado, seu corpo bem desenhado, até eu facilmente diria que ela é minha irmã. – Meu filho – ela vem para me dá um abraço.
- Olha vovó a titia – Sophia fala.
- Mamãe, que saudade, essa é minha noiva, Katrinne – falo lhe dando um abraço e sinto minha mãe gelar por alguns segundos.
- Senhora Grey – Kat fala.
- Só Zara minha querida, uau, meu filho, ela é linda, e me parece que a Sophia gostou de você porque ela não quis o colo de ninguém hoje – quando olho para Sophi ela já está com a cabeça encostada no ombro de Kat que a balança – Venha, me de um abraço, me desculpe é que o meu filho não me falou que estava noivo – ela abraça Kat de lado – a quanto tempo meu filho?
- Estamos namorando a nove meses mãe, e resolvi que ela era a mulher da minha vida a dois meses que foi quando a pedi em casamento.
- E você me escondeu esse tempo todo meu filho? – minha mãe me olha em tom de reprovação.
- Desculpa Zara, mas foi eu quem pedi, a gente estava se conhecendo, e foi tudo tão rápido, e não teve pedido ainda, ele só virou pra mim e disse que eu sou a noiva dele e assim ficamos, seu filho enrola de mais – elas riem – amor, ela dormiu, olha só – Kat me mostra Sophi em seu colo.
- Como assim não teve pedido Peterson Grey? Olha só essa mulher, você quer perde-la? – minha mãe fala em um tom brincalhão.
O resto da família chega na sala e todos olham para Kat e percebo que ela ficou envergonhada.
- Família, essa é Katrinne, minha noiva.
Todos me olham atônitos e então vem um de cada vez para cumprimentar Kat, primeiro minha irmã Sam. A loira alta de cabelos ondulados cortados na nuca se aproxima, seus lindos olhos azuis me fitam antes de se direcionarem a Kat com um sorriso.
- Estou com ciúmes, ela só dormia no meu colo – Sam fala – Olá querida!
- Olá, Samanttha, certo? – Kat fala.
- Isso mesmo fico muito feliz em te conhecer, agora me de essa pequena aqui que vou colocá-la na cama – minha irmã fala depois pega Sophi no colo.
- Fico feliz que você esteja finalmente sendo feliz de novo meu amigo – Tom, o marido de Sam me cumprimenta. Quando Kat o olha, seu corpo se contrai, mas logo ela volta a relaxar.
- E mais ainda que seja você a está fazendo ele tão feliz Katrinne.
- Obrigada Tom, eu sou muito feliz com ele, pode ter certeza – ela fala.
- Você merece muito ser feliz – ele fala mais baixo ao se aproximar dela.
- Obrigada – vejo ela sussurrar para ele.
- Vocês se conhecem? – pergunto
- Ele é irmão do meu ex namorado – ela fala com tristeza nos olhos.
- Ah, sim – falo.
- Oi, Pet – Hanna fala.
- Cabelos de fogo – a pego pela cintura e a rodo – como você está pequena?
Hanna é com certeza o meu xodó da família. Seu rosto é sereno, sempre desconta suas frustrações em seu cabelo, que com certeza já foi de todas as cores possível, mas hoje está em um ruivo lindo, seus olhos pretos que sempre estão tristes, hoje estão brilhando e consigo ver seu sorriso verdadeiro em seu rosto. É dessa Hanna que eu gosto.
- Eu estou bem meu irmão, me parece que você está melhor que eu em – ela me dá um soquinho no ombro – Olá, sou Hanna, tudo bem Katrinne?
- Oi Hanna, estou bem sim, mas só Kat, tudo bem?
- Claro – minha irmã fala – eu vou para o meu quarto, tchau pessoas, foi um prazer te conhecer tá?
- A você também, linda – Kat fala.
- Onde estão os pombinhos e o pai, mamãe? – eu pergunto.
- Eles foram resolver algumas coisa no sítio da família, vamos ficar lá durante os próximos dois dias, mas agora vocês precisam descansar, a viagem foi longa, e vocês devem estar cansados – minha mãe fala.
- Eu estou um pouco cansada sim – Kat fala e eu lhe olho com os olhos arregalados – o que foi Peter?
- Você dormiu o vôo inteiro e ainda veio dormindo do aeroporto até aqui, você não cansa não, amor?
- De dormir? Claro que não – ela fala.
- Vamos, eu também estou cansado, pega essas duas bolsas que eu levo as malas, mamãe, quando o papai chegar fala que eu mandei um abraço porque eu pretendo acordar só amanhã – eu falo.
Ela pega as malas e me espera ir na frente, entro no quarto que é meu desde pequeno e ela vem logo atrás e coloca as bolsas no chão.
- Eu posso ir tomar banho primeiro? – ela pergunta.
- Claro, vou arrumar minhas roupas no closet enquanto isso – eu falo.
Ela abre uma mala e pega uma roupa e vai para o banheiro, enquanto ela toma seu banho eu arrumo minha parte do closet, e percebo que ela ainda está chateada por eu ter mandado ela calar a boca no avião, nenhum homem manda uma mulher calar a boca, tudo bem que eu estava com raiva, mas ela me tratou tão bem, ela foi tão doce comigo e eu mandei ela calar a boca, será que eu tenho que pedir desculpas?
- Peterson – ela coloca a mão em meu ombro – Peter, você me ouviu?
Me viro para ela que está com um vestido preto de dormir que só tampa seus seios e um tecido transparente vai até o início de suas coxas e com uma calcinha preta por baixo.
Porra Kat, se queria me castigar você conseguiu.
- Pet? – ela fala novamente – eu te chamei milhares de vezes e você não me respondeu, era só para dizer que você já pode ir tomar banho, eu vou dormir primeiro depois eu arrumo minhas roupas – ela completa e a única coisa que eu consigo fazer é olhar para sua boca.
- Tá, tá, eu já vou, tomar meu banho – falo.
Fico olhando para ela por mais algum tempo e depois ela sai da minha frente e se deita na cama colocando o cobertor por cima dela e eu saio do meu transe e vou em direção ao banheiro. Tomo meu banho e visto apenas uma cueca box, já que é para brincar vamos brincar, e eu tenho certeza que ganho essa brincadeira.
Saio do banheiro vestido com a minha box mas a Kat já está virada para o outro lado, provavelmente ela já dormiu então eu apenas deito ao seu lado e dou um beijo em sua cabeça.
- Bons sonhos, gatinha – falo e ela se vira pra mim, por um instante ela fica olhando meu peito e barriga mas aí ela volta a me olhar nos olhos.
- Porque você me mandou calar a boca hoje no avião?
- Olha eu fico insuportável quando estou viajando de avião e não consigo dormir, e eu acabei descontado em você que foi super fofa e atenciosa comigo, me desculpa Kat – falo com sinceridade.
Epa, epa, epa, espera aí, eu acabei de pedir desculpa para ela?
- Tudo bem, eu só fiquei chateada, ninguém nunca me mandou calar a boca aí chega você achando que manda em... – não a deixo terminar de falar e lhe abraço.
- Eu fui um babaca tá?! Eu não vou fazer isso novamente, me desculpa, eu não pensei na hora, eu tenho essa mania, eu sou grosso com todo mundo, mas eu juro que não queria ser com você, me desculpa de verdade – falo.
- Agora vamos dormir príncipe – ela fala.
- Vamos gatinha.
Ela se solta do abraço e se vira de costas para mim e aos poucos vejo sua respiração ir ficando mais leve.
Eu pedi desculpas, três vezes, cara você tá ferrado com essa mulher, olha só o que ela já fez em dois dias, imagina duas semanas, se segura meu filho porque esse avião tem cara de quem vai entrar em turbulência.
Pensando nisso acabo pegando no sono também.

🌻 Namorada De Aluguel 🌻Where stories live. Discover now