Capítulo 5

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- Entra! – Entrei no quarto e fiquei próximo a porta enquanto a Carla também entrava. Eu notei que ela estava um pouco sem graça. – Pode sentar! – Apontei para a poltrona que ficava ao lado da escrivaninha e, assim que ela sentou, eu sentei na cadeira da escrivaninha. – Bem, eu sei que a gente mal se conhece... Você nem deve saber direito quem eu sou! – Acabei soltando um riso nervoso já que eu realmente não sabia o que falar. Eu ainda me perguntava o que tinha dado na minha cabeça para pedir para conversar com ela.

- Na verdade eu sei bastante sobre você... – Ela comentou baixo.

- Sabe? – A encarei confuso e curioso.

- A Aline fala muito sobre você! – Ela sorriu.

- Imagino! – Revirei os olhos imaginando tudo de ruim que a minha irmã devia contar para a amiga dela. – Provavelmente não são coisas muito boas... Até me surpreendo você ter aceitado conversar comigo.

- Para com isso! – Ela deu um sorriso muito bonito. – Caio, você sabe que a Aline te ama, não é?

- Sei. – Eu realmente sabia.

- E você também sabe que pega bastante pesado com ela... – Deveria ser uma pergunta, mas, do jeito que ela disse, saiu mais como uma afirmação.

- Às vezes...

- Na maioria das vezes! – Ela ergueu as sobrancelhas.

- Ok! Tudo bem! Eu assumo! – Fiz um gesto de levantar as mãos, mas logo as abaixei.

- Você não pode cobrar dela que ela aceite todas as suas crises de ciúme e todos os exageros que você comete. Ela sempre foi muito responsável! Não tem porque você desconfiar tanto dela...

- Eu não desconfio dela!

- Por que pega tão pesado com ela, então? – Ela me perguntou curiosa.

- Eu só protejo a minha irmã. Eu sei que eu preciso protegê-la! É só isso.

- Que a Aline nunca saiba disso, mas eu acho fofo! Quero dizer, eu já disse isso pra ela várias vezes, mas se ela souber que eu falei isso pra você, ela vai ficar MUITO chateada comigo! Então, só não comenta nada com ela, ok? – Ela me olhou um pouco desesperada e eu sorri confirmando com a cabeça que manteria em segredo o que ela tinha acabado de dizer. – Só não esquece que, mesmo sendo fofo você tentar proteger a sua irmã, não apaga o fato de que na maioria das vezes você exagera! E aí deixa de ser fofo...

- Obrigado. Por tudo. – Eu a encarei, reparando nela pela primeira vez.

Ela era um pouco mais alta que a minha irmã e mais magra também. Com certeza ela conseguiria ser modelo se tentasse! Ela também era bonita. Bastante. Os cabelos castanhos escuros e bem lisos, os olhos também escuros, mas que naquele momento estavam avermelhados ainda pelo choro e os lábios e o nariz finos. Com certeza absoluta ela poderia ser modelo.

A Aline andava com ela desde o início. Lembro que cheguei a ficar um pouco desconfortável na primeira vez que conversei com a minha irmã no colégio e a Carla estava parada em pé ao lado dela. Eu queria muito puxar assunto com ela, mas eu sabia que isso só poderia terminar de uma forma: a gente ia ficar! E depois que a gente ficasse, não teria mais nada. Eu não estava a fim de ficar sério com ninguém, muito menos de namorar. Ela era a melhor amiga da minha irmã. Não ia dar certo. A Aline precisava de alguém ao lado dela. Ela precisava de uma amiga de verdade. E a Carla era isso. Eu tive essa certeza quando ela foi a primeira amiga da Aline que ficou olhando para o nada, fingindo não prestar atenção a nossa conversa, em vez de me olhar descaradamente. Ali eu vi que ela era amiga de verdade. Ali eu percebi que não podia estragar essa amizade só por causa de alguns beijos.

A Melhor Amiga da minha IrmãWhere stories live. Discover now