A Melhor Amiga da minha Irmã

Final

Gente, apesar do nome, esse não é o último capítulo, ok?! No final eu explico o porquê de chamar aqui como "Final"!

5 anos mais tarde

- Pronto! – A Carla se afastou do rack, estalando os dedos e analisando como tinha ficado o porta-retrato com a nossa foto ao lado do porta-retrato que foi presente da minha irmã e que tinha uma foto dos dois casais.

- Tá ótimo! – Me aproximei dela a abraçando por trás e encaixei meu rosto em cima do seu ombro.

- Eu tô morta! – A Aline se jogou no sofá e fechou os olhos. O Pedro sentou ao lado dela, sorrindo. Os dois já estavam juntos há cinco anos, mas o sorriso bobo e apaixonado que ele dava para a minha irmã ainda era o mesmo do início do namoro.

Pensei em pegar no pé da minha irmã, mas dei um desconto, afinal, se não fosse pelos dois a gente não teria dado conta da mudança e da organização do apartamento no final de semana.

Nós quatro já estávamos formados. Eu me formei em Contabilidade, a Carla em Psicologia, a Aline em Publicidade e o Pedro em Engenharia Civil. Os quatro estavam felizes com as profissões escolhidas, empregados e entrando em uma nova fase da vida. Eu não imaginava que a formatura da faculdade trouxesse tantas mudanças na vida de uma pessoa. É claro que eu deixaria de estudar e começaria a trabalhar. Só que a mudança foi bem além disso.

Eu nunca tinha me imaginado como sendo o cara comprometido. Um dia eu sabia que ia acontecer, mas eu tinha certeza de que ia demorar. Por volta dos trinta anos, talvez. Eu queria aproveitar antes de sossegar. Só que, depois que eu fiquei com a Carla, eu me dei conta de que eu podia continuar aproveitando.

A gente se dava bem, a gente se entendia e, o melhor, a gente se apoiava nas vontades do outro. Ouvi muitos caras dizerem que não namoravam porque as noitadas acabavam... Comigo foi o contrário! Assim que a Carla completou dezoito anos ela queria ir a todas as boates, ela queria sair para dançar, ela queria ir para o barzinho e ficar conversando, comendo e dançando quase até fechar. Da mesma forma, quando já estávamos juntos há quase um ano, comentei com ela que sempre tive a intenção de fazer uma trilha, mas que nunca tinha achado alguém para fazer companhia. Na mesma hora ela trocou mensagens com uma colega que costumava fazer e, depois da primeira que nós fizemos, quase todo final de semana estávamos em uma nova!

Falando em trilha, não tem como esquecer do dia em que a Carla carregou a Aline e o Pedro para irem em uma com a gente! Eu sabia que não ia dar certo, a Carla também sabia, mas ela queria dar o troco na Aline porque a minha irmã me usou para provar em um trabalho da faculdade que tudo era possível! Nesse caso, ela me usou para demonstrar que qualquer um poderia ser influenciado a ponto de mudar. A Carla não ficou chateada de verdade, mas disse que a Aline estava devendo uma saída a ela e achou que uma trilha seria um bom pagamento! Nossa! Como a Aline reclamou! Para quem não estava acostumada a fazer uma única aula de Educação Física... Ela mal conseguia levantar da cama no dia seguinte!

Mas, voltando para a minha relação com a Carla, tudo estava perfeito. Tivemos algumas discussões no meio do caminho, nada que uma boa conversa depois não resolvesse. Sim! A lição que a minha irmã me deu na primeira briga que tive com a Carla foi necessária para me fazer entender que não tem como resolver um problema sem tentar conversar antes. E, graças a ela, eu aprendi e não tive nenhum problema sério com a minha namorada.

Olhei para o sofá de dois lugares que estava ocupado pela Aline e Pedro. Ela continuava de olhos fechados, mas estava com a cabeça encostada no peito dele enquanto ele fazia carinho no topo da cabeça dela e falava alguma coisa bem baixo. Voltei meu olhar para a cozinha e vi a Carla lendo a embalagem de uma comida congelada que a gente tinha comprado do mercado. Ela estava mordendo o lábio inferior e balançava a cabeça como se estivesse sendo embalada por uma música, mas não tinha nenhum som dentro de casa... Da nossa casa.