Capítulo 27

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O meu relacionamento com a Carla estava indo bem. Assim como a minha irmã tinha dito, eu realmente pisei na bola com ela um dia. Não foi por mal, não foi de propósito, foi apenas por ela ser a primeira garota com quem eu tinha uma relação séria e por eu não ter nenhuma experiência.

A gente já estava há quase um mês juntos, quando ela me avisou que não poderia me encontrar porque os pais tinham pedido a ela que ficasse em casa naquele final de semana. Ela não me deu maiores explicações e eu também não pedi, eu confiava nela. Durante o sábado os caras do curso ficaram mandando mensagem o dia inteiro para eu sair com eles, já estava arrependido de ter contado para eles que não encontraria com ela. Comentei sobre isso com ela e ela me disse para sair com eles. Confesso que, no primeiro momento, achei que fosse um teste, uma forma para ela ver se eu ia "correr de volta para a vida antiga" na primeira oportunidade. Só que nós conversamos e ela estava sendo sincera, ela disse que não era justo eu ficar trancado em casa só porque eu não poderia encontrar com ela.

Fiquei muito feliz com a confiança dela em mim, mas acho que ela pode ter conversado com a minha irmã e a convencido a mandar o Pedro junto comigo! O cara continuava grudado na minha irmã! Se tivesse uma votação de casal mais chiclete, com certeza os dois venceriam! Por isso eu estranhei quando estava saindo de casa e o Pedro se despediu da minha irmã e me avisou que também estava indo para o barzinho encontrar o pessoal. Claro que perguntei várias vezes a ele se a minha irmã que tinha pedido para ele ir junto. Claro que ele negou todas as vezes! Apesar de eu ter demorado a aceitar aquele encontro e estar com saudade da Carla, eu gostei do momento que tive com os caras. Não porque quisesse voltar para a vida de solteiro, mas porque foi bom passar um tempo com eles, conversar sobre futebol e sobre as nossas expectativas para a universidade.

Estava tudo certo. Tudo estava indo bem até eu olhar as minhas redes sociais e ver uma foto da Carla com dois garotos e uma garota que eu nunca tinha visto na pizzaria que fomos no nosso primeiro encontro. Na hora eu não pensei em nada... Só inventei uma desculpa, paguei a minha conta e fui para casa. Por mais que eu confiasse nela, o Caio antigo e ciumento voltou à tona e, no dia seguinte, quando a gente se encontrou, eu não perguntei o que tinha acontecido, eu não deixei ela se explicar... Eu só falei, falei e falei! Eu ouvia que ela tentava me interromper a todo momento, mas eu não dava chance para ela falar. Eu marquei de encontrar com ela no portão da casa dela. Eu não queria que ela fosse para longe e voltasse sozinha depois. Eu sabia que depois que eu falasse tudo o que estava sentindo, mesmo que eu oferecesse, ela não aceitaria a minha companhia até a porta de casa. No início achei que ela fosse chorar, mas ela ficou mais irritada do que triste, pelo menos foi o que ela demonstrou. Quando eu falei tudo o que queria falar, ela me mandou embora e eu fui.

Não precisei que ela contasse nada para a minha irmã. Assim que entrei em casa com uma expressão bem ruim, minha irmã me seguiu até o meu quarto, fechou a porta e perguntou o que eu tinha feito. Eu mostrei a foto e contei o que tinha acontecido antes de voltar para casa. Ela me deu um grande sermão. O que eu tinha feito com a Carla, de não a deixar falar, a minha irmã fez comigo. Enquanto a Carla tentava se explicar durante a discussão, eu achei que ela tivesse dito primos e a namorada dele. Mas eu tive certeza quando a Aline repetiu umas dez vezes que os primos dela tinham vindo de longe e os pais da Carla tinham pedido que ela os levasse para passear no final de semana. Eu quis ligar para a Carla, mas a Aline não deixou. Ela literalmente tirou o celular da minha mão e me proibiu de falar com a Carla enquanto ela não voltasse para casa. E a minha irmã fez exatamente o que tinha dito que faria, ela ficou ao lado da amiga e na mesma hora trocou de roupa e foi para a casa da Carla, sem nem avisar para a amiga que estava indo para lá.

A gente demorou quase uma semana para ficar bem. Talvez, se não fosse pela Aline, a gente tivesse se acertado bem mais rápido, mas a minha irmã dificultou para mim de todas as formas que ela pode encontrar. Segundo o que ela me falou, e o Pedro confirmou um dia no curso, ela queria que eu provasse que tinha aprendido a lição e que eu sempre conversaria e não mais agiria por impulso a partir daquele momento.

A Melhor Amiga da minha IrmãWhere stories live. Discover now