[16] Artes marciais.

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tem um tema polêmico no comecinho, não me cancelem por isso, não tô afirmando nada, só tô passando a visão dos personagenskkk

Julho, 1986.

Eu não entendia como Jimin podia se manter tão calmo daquele jeito.

Se eu estivesse realmente grávido, todos da casa teriam que mudar sua rotina dentro de alguns poucos meses, afinal teríamos um novo residente entre nós, um que iria chorar constantemente e precisar que alguém lhe trocasse as fraldas.

Observava o teste que o Park havia comprado para mim, o segurando firmemente em meu colo enquanto estava sentado no chão do quarto do mais velho, que estava relaxadamente deitado não muito distante de mim, em seu futon.

— Você vai enrolar muito ainda? — ele perguntou, ainda concentrado em olhar para o teto do cômodo ao invés de focar no meu rosto.

— Não quero fazer isso. — Confessei, me levantando de súbito do chão, ainda com o bendito teste em mãos.

Jimin finalmente para mim, parecendo entediado com a situação. Estava literalmente inexpressivo.

— Se você estiver grávido mesmo, o que eu duvido muito, pode fazer um aborto. — Ele afirmou, dando de ombros e voltando a se deitar logo em seguida. — Não vai doer, eu posso garantir. Mas isso só se for de sua vontade. Se quiser ter o bebê, não há problema também. A vida é sua.

— Como consegue falar tão calmamente sobre isso? — perguntei, curioso.

— Já passei por essa desconfiança que você está passando agora várias vezes. — Contou. — E, em uma delas, eu realmente estava grávido, mas somente em uma. — Revelou, ao que me sentei novamente, mais próximo de si para ouvi-lo com mais atenção. — Abortei porque não queria passar por aquilo, porque não queria trazer aquela criança 'pro mundo apenas para abandoná-la em um orfanato lotado ou para ser um pai irresponsável e pouquíssimo presente.

— Faria diferente se fosse hoje? — resolvi questionar, vendo as órbes acastanhadas me encararem firmemente.

— Não. — Respondeu. Havia frieza e certeza em seu tom. — Não faria.

Olhei de novo para o teste de gravidez em minhas mãos, o apertando antes de voltar a encarar o Park, ainda incerto.

— O corpo é seu, Taehyung. — Jimin falou, calmamente, colocando a pequena mão em cima da minha. — Ele é apenas seu.

Park estava certo, mas eu estava tão assustado. Eu teria coragem de fazer aquele ato que, por muitos anos, considerei como sendo repulsivo caso estivesse grávido? E por que eu sinto que a resposta é não?

— De qualquer forma — Jimin continuou, afastando sua mão da minha —, eu acho que você não carrega nada além de fezes na barriga, meu anjo. — Sorriu. — Vai logo fazer essa porcaria desse teste. Eu 'tô ficando curioso.

— Curioso por quê? — Jeongguk abriu a porta do quarto, entrando sem bater e indo reto para uma pilha de revistas que havia em um canto do quarto de Jimin e Yoongi.

Escondi o teste entre minhas pernas, sentindo a ansiedade me consumir rapidamente.

— Não contou 'pra ele? — o Park sibilou, confuso, ao que assenti timidamente. — O quê? Por que não?

— Receio. — Sibilei de volta, envergonhado.

Jimin suspirou, provavelmente frustado.

— Taehyung está planejando uma surpresa 'pra você e não quer me contar sobre. É por isso que estou curioso. — Mentiu para o Jeon, que imediatamente me encarou com uma sobrancelha arqueada.

no rainbows | taekookWhere stories live. Discover now